Capítulo onze.

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  POV: E. S.

   — Certo, deixa eu ver se entendi... - Yoko esfrega a ponta dos dedos em suas têmporas. — O mesmo Noah que te importunou no ensino médio, fez da sua vida um inferno é o mesmo que se encontrou com você ontem enquanto estava com a Wednesday?

  Confirmo sua fala, depois de ter resumido tudo o que eu disse a ela segundos atrás.

  — Você só se mete em furada. - Eugene fala sentado no chão enquanto comia macarrão instantâneo.

  — Obrigada, Gene. Me ajudou muito.

  — Disponha, loirinha. - Responde nitidamente na intenção de provocar.

  — Certo, parem os dois! - Tanaka nos repreende. — Mas qual foi a da Wednesday, afinal? Você disse que eles se desentenderam.

  — Eu não disse isso! Noah a olhou de uma forma julgativa e ela retribuiu.

  — Você falou que só faltava ela pular no pescoço dele. - Eugene profere dessa vez.

  Y: — Tenho que concordar com o caçula, você disse mesmo.

  — O olhar dela pode ser assustador, apenas isso. - Dou de ombros. — Depois eu expliquei quem ele era e acho que isso só a deixou mais irritada.

  — É das nossas. Quem não desejaria socar a cara dele? Tipo, é o Noah. - Eugene diz como se fosse óbvio, mesmo que não soubesse sequer dar um tapa. — Ela realmente não se amedrontou com ele? Pelo que me lembre aquele babaca é enorme.

  — Ela não parecia nem um pouco intimidada. - Recordo-me de seu olhar.

  Y: — Eu acharia um tesão uma mulher fazer essa pose de durona pra alguém que estaria enchendo meu saco insistindo em forçar interação.

  — Ela não fez isso por minha causa, fez porque ele a provocou. - Rebato de imediato, encerrando qualquer suposição maluca.

  — Continuaria achando um tesão. - Yoko encolhe os ombros, reviro os olhos com sua fala.

  — Por que não a chama pra passar um dia com a gente? - Eugene propõe, arrumando o óculos que estava caindo de seu rosto. — Ela está do outro lado da rua, mal requer esforço.

  — Acho uma péssima ideia. Wednesday odeia gente e aprecia o silêncio, com certeza ela mataria algum de vocês em menos de meia hora.

  — Ela não se sente solitária não? Morar sozinha deve ser entediante. - Tanaka diz. — E se ela odeia gente e coisas coloridas, como você mesma disse, seu corpo deveria estar enterrado agora mesmo.

  — Não tenho como saber, mas acho que ela gosta de estar sozinha. - Encolho os ombros. — E eu não me visto de forma tão colorida.

  — Comparada a ela, você se veste com cores bem chamativas. - Observo-a, como saberia o jeito que Wednesday se veste sendo que nunca a viu? 

  Yoko tomba a cabeça para o lado, me analisando. Como se tivesse lido minha mente, responde:

  — Fui dar só uma espiadinha na janela quando você disse que ia sair com ela. Você era um pontinho de cor e ela não. 

  — Você é muito curiosa. - Acuso-a, apesar de achar graça.

  — Mas sério, eu apoio a ideia do Eugene de chama-la e de qualquer forma não precisa ser agora.

  — Pensarei sobre isso, agora preciso ir trabalhar. - Me despeço de ambos, saindo do prédio com a minha bicicleta. 

  Por instinto olho para cima conferindo se Wednesday não estava na janela, mas só vejo a cortina preta e uma parte do seu teto. Ela não me mandara nenhuma mensagem e eu não queria parecer desesperada, apesar de ansiar conversar.

FLOAT - WenclairOnde histórias criam vida. Descubra agora