Capítulo vinte e seis.

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A autora está "tantan" da cabeça, estejam avisados. 

Boa leitura. <3

Capítulo não revisado.

  POV: E. S.

  Eu estava na agência há três semanas, e, por mais que tudo estivesse correndo bem, havia aquela sensação incômoda, um aviso interno que nunca me deixava completamente relaxar. Talvez fosse paranoia, mas eu sabia bem o que vinha depois de uma calmaria exagerada. Algo sempre dava errado, como se o universo esperasse a oportunidade perfeita para desestabilizar tudo e isso era o que me mantinha sempre em alerta.

  Clara tinha me confiado novos projetos, o que me deixava animada, e André, meu chefe, parecia ter mais fé em mim do que nunca. A pressão aumentava, é claro, mas eu sabia que dava conta. A preocupação maior não era o trabalho, e sim, Wednesday.

  Nas últimas duas semanas, ela estava... diferente. Mais distante do que o normal, se é que isso era possível. Claro, nós duas estávamos ocupadas: eu com a agência e ela com a empresa, mas mesmo assim, sempre encontrávamos tempo para nos falar. Porém, ultimamente, até nossas conversas eram curtas e tensas. Eu sentia algo na voz dela, uma rigidez que ela tentava esconder, mas que eu conseguia perceber, e o pior de tudo era que ela não me deixava saber o que estava acontecendo.

  E então tinha o quadro.

  Eu não conseguia parar de pensar nele. A última vez que estive no apartamento dela, vi aquela foto: uma imagem de Wednesday com um garoto, colocada discretamente em um canto. Nunca tinha visto aquela imagem antes... havia algo ali que me fez sentir desconfortável, como se estivesse espiando uma parte da vida dela da qual eu não fazia parte. Queria perguntar, porém sabia que, se fosse algo importante, ela me contaria. Certo?

  Mas agora... Agora eu começava a duvidar disso. Ontem à noite liguei para Wednesday e nada. Liguei de novo de manhã, e depois à tarde, e o mesmo silêncio. Ela sempre respondia, mesmo que fosse uma mensagem curta. Eu sabia que ela precisava de espaço às vezes, e sempre respeitei isso, mas dessa vez era diferente. Havia uma pontada de ansiedade no meu peito que não me deixava relaxar.

  No fundo, eu sabia que algo estava errado, mas não queria pressioná-la, ou invadir aquele espaço que ela guardava tão rigidamente.

  Hoje eu ainda tinha algumas reuniões marcadas em sequência, entrevistas para acompanhar e planejamentos de campanhas para revisar. Meus dias eram longos, mas eram exatamente como eu gostava: ocupados, produtivos, sem tempo para respirar. No fundo, trabalhar dessa forma era a minha fuga, meu jeito de manter minha mente distraída.

  Com o passar da tarde, André me chamou para discutir o andamento de uma das campanhas. Eu queria entregar tudo da melhor forma, queria impressionar e mostrar que ele estava certo em confiar em mim. Cada detalhe, cada passo, eu revisava mil vezes antes de seguir adiante.

  A equipe parecia estar em sintonia, e tudo fluía bem. A agência, apesar de ser um ambiente criativo e glamouroso para muitos, era extremamente competitiva e cheia de desafios. Eu sempre gostei disso: da adrenalina, da correria, do desafio de lidar com diferentes personalidades e demandas criativas. Mas hoje, eu estava fora de lugar.

  Enquanto passava pelas tarefas do dia, minha mente continuava vagando para Wednesday. A ausência dela estava se tornando uma distração constante, algo que eu não conseguia simplesmente ignorar. Mesmo em meio a reuniões e apresentações, eu me pegava olhando para o celular, esperando que, em algum momento, ela respondesse minhas mensagens. Mas o silêncio dela me seguia como uma sombra.

  Clara percebeu.

  — Está tudo bem, Enid? - Ela perguntou, enquanto tomávamos um café rápido entre uma reunião e outra.

FLOAT - WenclairOnde histórias criam vida. Descubra agora