POV: W. A.
— Wednesday! - Bianca grita, me olhando com as mãos na cintura. — Cacete, garota. Tá no mundo da lua?
— Me distraí. - Respondo olhando para o cardápio que já havia visto tantas vezes ao ponto de ter decorado cada nome e preço nele.
— Você está avoada, isso sim. O que foi? - Indaga, se sentando comigo e comendo um pedaço de bolo.
— Tem algo no qual estive pensando se deveria ser compartilhado. - Cruzo as pernas e encaro a mulher sentada na minha frente.
— E então?
— Não sei, ainda estou pensando. - Respondo em tom óbvio, Bianca passa a mão pelo rosto, impaciente.
— Por Deus, você é impossível!
Dou de ombros, soltando o cardápio na mesa, desisto de tentar pedir alguma coisa. Estava pensativa, reflexiva, impulsiva...
— Enid. - Solto sem contexto, como se fosse o suficiente.
Ela me olha em pura confusão do outro lado da mesa, como se esperasse algo a mais.
— Quem diabos é Enid?
— A garota cujo conversávamos aquele dia. - Refiro-me a chamada de voz. — Sei o nome dela agora.
— Sua vizinha, sei. O que tem?
— A convidei para tomar um vinho em casa, já havíamos saído antes, mas dessa vez foi... diferente. - Digo de uma vez, poupando detalhes.
Ela fica surpresa e me analisa como se eu tivesse feito algum tipo de piada, mas ao ver meu tom e postura séria, ajeita-se como tal:
— Você nunca me conta nada de começo, só sabe soltar bomba. - Cruza os braços. — Vocês transaram, é isso? - Arregalo os olhos, Bianca havia dito isso alto e "direto" demais.
— Não, Bianca! - Escondo meu rosto com as mãos e apoio meus cotovelos na mesa. — Puta merda. - Sussurro, desejando que ela calasse a boca e que eu pudesse sumir.
— Você me diz que convida uma garota à sua casa pra tomar vinho e quer que eu pense o quê? - Responde, julgando meu deslize de ingenuidade.
— Não sei, mas não a chamei com essa intenção. - E estou sendo sincera. A companhia de Enid me agrada.
Esse é o problema.
Bianca me analisa, como se quisesse ler minha mente:
— Só continue, então.
— Ela me apresentou ao centro da cidade e esse dia ainda estava tudo normal.
— E o que está anormal?
— A sensação se tornou diferente. - Tento contornar.
— Preciso de detalhes, Wednesday. Facilite minha vida.
— Eu a chamei para conhecer Salem. - Limpo a garganta antes de prosseguir. — E, bem, ele gostou dela.
— Milagre ele gostar de alguém. - Interrompe, reviro os olhos ignorando como falou de Salem e prossigo:
— Conversamos, bebemos e comemos algumas coisas que ofereci. Não sei se o álcool me deixou mais solta, mas quando percebi estávamos muito próximas.
— Próximas? - Ergue uma sobrancelha.
— Sim, próximas de contato físico. Quando percebi, minha perna estava em cima da perna dela e Enid começou a acaricia-la.
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FLOAT - Wenclair
FanfictionO quão invisível alguém pode ser? Como lidar quando desde cedo sua família não te enxerga e você recebe o desprezo de sua mãe? O que fazer se você é ignorado todos os dias pela sociedade e todo o seu esforço é em vão? Enid lutava pelas respostas d...