Doce viver

170 18 2
                                    

Dias depois....

— Está tudo perfeito Laís, meus parabéns! — Helô disse.

— Obrigada! — Laís sorriu.

— Espero que a gente também chegue aos trinta anos de casamento, não é mesmo meu amor! — Carlos disse sorrindo.

— Claro que vamos chegar. — Helô respondeu.

— Fiquem à vontade, Luiz já está descendo... — Laís disse e eles assentiram.

— Olha, o sobrinho do Luiz e a Esposa, vamos lá falar com eles... — Carlos disse e Helô apenas assentiu. — Boa noite, vejo que já se recuperou totalmente da gripe que lhe acometera semanas atrás....

— Sim, fazer o que, sou duro na queda, estou pronto pra outra. — Stenio disse em tom debochado.

— Pronto coisa nenhuma, eu ainda não me recuperei. — Emília disse batendo nele de leve. — E essas gracinhas qual era mesmo o nome deles?

— Esses são nossos filhos, nosso filho Carlos Eduardo e a luz das nossas vidas, a alegria de nossa casa, nosso pequeno tesouro chamado Clarisse! — Carlos disse, Helô evitava fazer contato com os olhos de Stenio ou de Emília.

— Boa noite senhor e senhora. — Carlos apertou a mão de Stenio e depois beijou a mão de Emília.

— Olha, já é cavalheiro desde essa idade. — Emília disse sorrindo.

— Boa noite. — Clarisse disse levantando o vestido de leve.

— Meu Deus, que gracinha amor, olha, quero que nossos filhos sejam iguais a eles.... — Emília disse.

Helô teve que usar todo o autocontrole pra não sair de lá e ir chorar no banheiro, ouvir aquelas palavras sempre era doloroso demais para ela.

— Com lincença um amigo acabou de chegar e precisamos ir falar com ele. Carlos, Helô... — Stenio disse puxando a mulher sem dar tempo dela nem pensar em responder.

Aos poucos a festa foi enchendo, muitas pessoas importantes, pessoas da política, gente vinda de outros Estados inclusive. Helô e os filhos estavam deslocados, as crianças morrendo de sono e fome, mas não podiam brincar no jardim com outras crianças nem dormir  em algum quarto ou ir embora para casa com o motorista. Helô nem podia pegar Clarisse um pouquinho no colo porque Carlos não permitia.

— Mamãe, eu tô muito canxada, eu quero sentar. — Clarisse pediu.

— Eu também mãe, eu quero comer, tô com muita fome. — O menino pediu.

— Eu sei meus amores, mas vocês sabem que não podemos sair daqui. — Helô disse com a voz falhando, tudo que Carlos fazia contra ela, não doía tanto quanto as coisas que ele fazia contra os filhos e ela sabia que ele estava punindo ela através dos filhos também.

— Carlos, desculpa interromper, mas eu tive um probleminha com minha roupa, será que a Helô poderia subir até meu quarto pra me ajudar? — Laís pediu e Carlos olhou em dúvida. — Claro, as crianças vão junto...

— Mas é claro Laís, como eu poderia dizer não pra você! — Carlos sorriu.

Helô seguiu Laís e assim que saíram da vista de Carlos, ela pegou Clarisse no colo e a menina suspirou agradecida. Mas para a surpresa dela, quando eles entraram no quarto, tinha comida e doces, inclusive bolo.

— Podem comer... — Laís disse.

— Podemos mamãe? — Cadu perguntou tímido.

— Por favor, eu quero! — Clarisse também pediu.

Amor predestinado Onde histórias criam vida. Descubra agora