Feliz adversário

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— Feliz aniversário. — Helô, Cadu e Clarisse disseram acordando Carlos com uma bandeja de café da manhã.

— Obrigado meus amores! — Carlos disse feliz, Helô colocou a bandeja no colo dele e ficou em pé junto com os filhos, como todos os anos.

Eles tinham que esperar Carlos terminar de comer, depois cada um entregar um presente e só então podia sair do quarto e ir tomar o café da manhã deles.

Apesar de tudo, Helô estava feliz, pelo menos o dia não seria tão horrível e desagradável como todos os dias em que Carlos estava em casa e não trabalhava, fazendo a vida deles um verdadeiro inferno.

Os preparativos da festa estavam a todo vapor, as crianças estavam brincando no quintal dos fundos, onde Carlos não teria a visão delas e não iria se irritar. Yonne cuidava atentamente pra que eles falassem baixo, não se sujassem ou se machucassem ou principalmente, não quebrassem nada.  Na hora certa, ela levou os dois pra dentro de casa e os ajudou a se arrumarem pra festa.

— Aqui meu amor, sei que o aniversário é meu, mas esse presente é pra você! — Carlos disse dando pra Helô um conjunto de cordão e brinco de rubi com diamantes.

— Obrigado, mas não é pra mim, é pro pessoal do partido acreditar que você tem algum sentimento nobre por mim. — Helô disse, ela jamais cedia aos caprichos de Carlos e mesmo com todo empenho dele tentar apagar quem ela era, ela não permitiu que isso acontecesse.

— Você é uma ingrata, não dá valor ao marido incrível que a vida te deu. — Carlos disse.

— Carlos, porque você se casou comigo? — Helô perguntou.

— Que pergunta Helô, porque eu te amo. — Ele pegou a mão dela e deu um beijo. — Te amo desde do primeiro momento que te vi.

— Então se você me ama, me deixa ir morar na sua casa de Petrópolis com as crianças, você vive sua vida aqui, e sempre que tiver algum evento, a gente volta. — Helô pediu.

— Por que isso agora? — Ele perguntou.

— Eu não aguento mais, você nos odeia, por que você faz isso? — Ela perguntou chorando.

— Não meu amor, eu não te odeio, vocês são tudo pra mim, vocês são minha família. — Ele disse calmo, secando a lágrima de Helô.

— Carlos, ninguém é feliz e você sabe, deixa a gente ir, prometo que nunca mais vai ouvir falar da gente. — Helô pediu.

Carlos deu um tapa forte no rosto dela  que fez o rosto virar pro lado. — Nunca mais repita isso. Eu mato você e eles antes de vocês abandonarem.

— Um dia, você ainda vai pagar por tudo que tá fazendo e eu vou ter o prazer de ver. — Helô disse sem demonstrar fraqueza, encarando ele.

— Termina de se arrumar que os convidados estão chegando. — Ele ia saindo do quarto mas voltou. — Mais uma coisa, o sobrinho do Luís está vindo, se eu perceber qualquer interação entre vocês a Clarisse e o Carlos Eduardo sofreram todas as consequências dos seus atos.

Helô perdeu a cor, ela veria ele novamente, ele iria na casa dela, ele conheceria a filha deles. Era um turbilhão de sentimentos que ela não sabia distinguir o que está a sentindo.

Stenio

— Que diferença faz a gravata Stenio? — Emília perguntou vendo o marido trocar a décima gravata.

— Você não ouviu a Laís dizer como o jantar de hoje é importante para ela e para o Luiz? — Ele disse.

— Tá, mas você nunca foi de se importar com essa coisa de roupa, se o cabelo está bom, a barba .... — Emila disse. — Isso tudo é por causa de alguma mulher?

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