O inesperado

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— Você tá bem? — Stenio perguntou
mais tarde naquela noite enquanto Helô usava o torax dele como travesseiro e  brincavam com as mãos um do outro.

— Sim, mas é estranho pensar que poderia ter sido eu.... Sei lá, acho que ainda tinha esperanças. — Helô disse suspirando.

— É triste, mas eu tinha medo dela voltar e querer tirar ele da gente. — Stenio falou.

— E o pior que ele não vai pagar por nada.... E como a gente conta isso pro Cadu? — Helô perguntou. — Quer dizer, ele viu, mas agora é diferente....

— Não sei, mas vamos fazer um enterro bem descente....... — Stenio disse. —  O ruim é que isso vai diminuir o tempo de prisão do Luiz....

— Você acha que vai ficar preso por quanto tempo? — Helô perguntou.

— Pouco, os crimes dele ou prescreveram ou foi só omissão.... No máximo um ano, mas acho que não chega a isso, ainda mais agora que ele estava colaborando... — Stenio suspirou.

— Isso me revolta tanto.... — Helô disse emburrada.

— Falando nisso, eu consegui reverter a venda da fábrica e ainda tirar ele da sociedade, ou seja, ela é toda tua de novo! — Stenio riu.

— Eu tive pensando e acho que não vou vender, mas, será que seu pai me ajuda a administrar ela? — Helô perguntou.

— Ele vai amar tenho certeza.... — Stenio riu.

— Vai abrir a porta vai.... — Helô disse rindo.

— Por que? — Ele não entendeu.

— Só abre! — Ela pediu se sentando na cama e ele assentiu.

— O que cês tão fazendo acordados e fora da cama a essa hora??? — Stenio perguntou, quando ele abriu a porta Clarisse e Cadu caíram dentro do quarto.

— E ainda ouvindo atrás da porta. Isso é muito feio. — Helô disse mais séria.

— É que a gente não consegue dormir, aí a luz do quarto do vovô já tá apagada... — Clarisse explicou.

— A gente não tava ouvindo, a gente queria ver se vocês estavam acordados. — Cadu responde.

— E também a gente tem uma coisa muito importante pra falar com o Stenio.... — Clarisse disse.

— Comigo? — Stenio perguntou curioso.

— Tá, vem... — Helô disse e os dois correram animadinhos pra junto dela na cama.

Stenio sentou na beira da cama semi deitado de lado pra poder ver eles.

— Fala Cadu. — Clarisse pediu.

— Não, é melhor você falar.... — Cadu disse mais tímido.

— E, o que vocês aprontaram em???? — Helô perguntou em modo mãe desconfiada.

— A gente não fez nada... É que.... — Cadu perdeu a coragem.

— Aí tá, é que a gente quer saber se pode chamar o Stenio de pai. — Clarisse disse sem paciência tal qual a mãe.

— Vocês querem me chamar de pai? — Stenio disse sentando na cama sussurrando, enquanto Helô sorriu abertamente.

— É.....explica pra ele Cadu. — Clarisse pediu.

— Não precisa explicar, se vocês quiserem eu quero! — Stenio disse igual criança que acabou de ganhar um presente abraçando os dois.

— Não, não...para... — Clarisse pediu quando Stenio começou a fazer cócegas na barriga dela e de Carlos, enquanto Helô sorria.

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