A busca

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Na manhã seguinte, quando ela acordou, esperava que a porta ainda estivesse trancada, mas para a surpresa dela, estava aberta. Ela se arrumou e desceu para o café da manhã.

— Bom dia. — Ela disse testando o humor dele.

— Bom dia. — Ele respondeu de forma seca. — Já estou de saída.

— Ok. — Ela respondeu.

— Para semana, quero que você e as crianças vão no alfaiate fazer roupas novas para a festa de casamento de Laís e Luiz. — Carlos disse.

— Está bem. — Ela disse.

— Não vou almoçar em casa hoje, marquei de almoçar com o prefeito e não sei nem a hora que irei chegar. — Carlos disse.

— Vamos estar te esperando como todos os dias. — Helô disse.

— As crianças não, quero eles cedo na cama hoje. — Carlos falou. — E você me espera com a camisola nova.

— Como você quiser. — Helô disse.

— Você tá estranha hoje. — Ele falou.

— Eu? — Ela perguntou.

— Parece feliz... — Carlos disse.

— Claro que eu tô feliz, ontem foi a primeira vez anos que eu e as crianças fizemos algo divertido, interagimos com outras pessoas e nos divertimos, é óbvio que eu estou muito feliz. — Helô disse. — Estaria mais se você não tivesse estragado tudo gritando comigo como se eu tivesse feito algo de errado.

— Eu sei, pensei melhor e percebi que foi ciúmes meus, é que eu te amo tanto.... — Carlos disse.

— Eu não entendo, você diz que me ama e me trata pior que uma escrava, que amor é esse? — Helô perguntou. — Você me deixa trancada nessa casa dia após dia, me afastando de tudo e todos, até com a Maitê você me fez brigar. Por que???

— Eu já disse, quero seu amor único e exclusivamente para mim. — Carlos disse.

— Se você tratasse a mim e aos meus filhos melhor, você o teria sem o menor esforço. — Helô disse.

Carlos bateu na mesa. — Você tá dizendo que eu te trato mal? Falta alguma coisa pra vocês nessa casa Heloísa? Vocês tem tudo, comida, roupas caras, uma casa invejável, empregados, o que mais você quer????

—  Você tem razão, desculpa. — Helô abaixo a cabeça e começou a chorar, ela não aguentava mais.

— Desculpa amor, não chora... — Ele disse levantando e indo até ela. — Mas é que me dói ouvir que você não dá valor ao que qualquer mulher sonharia em ter.

— Me desculpa. — Helô só chorava.

— Olha, tenho que ir, mas de noite lhe trago um presente, me espera bem bonita, tá? — Ele disse secando as lágrimas dela.

— Tá. — Helô concordou. Ele beijou a boca dela que ela teve que corresponder e então saiu.

Assim que a porta da frente se fechou, Cadu e Clarisse correram pelas escadas pra abraçar a mãe, isso acabou fazendo Helô chorar novamente.

— Mamãe não chora, a gente ama você! — Clarisse disse com os olhinhos preocupados.

— Eu prometo que quando eu crescer, eu vou levar a gente pra bem longe dele, nunca mais ele vai saber da gente. — Cadu disse abraçando a mãe e a irmã.

— Oh meus amores. — Helô disse se recompondo. — Mas me falem, vocês gostaram de ontem?

— Sim, mamãe... — Clarisse falou animada.

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