Capítulo 3

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GIZELLY

Rio de Janeiro

Desembarquei na Cidade maravilhosa pela manhã do dia anterior. Fui direto para o apartamento de Ivy, minha melhor amiga de infância, e depois que conversamos e ela me contou com detalhes o que havia acontecido, segui para a delegacia. A delegada de plantão estava em alguma ocorrência, no entanto me informei melhor sobre o caso com alguns policiais e descobri que minha mais nova cliente havia parado no pronto socorro. Com isso, segui até o hospital.

Chegando lá, me apresentei como advogada de defesa da paciente e os médicos me informaram que ela havia dado entrada com o quadro estável. Síndrome disfórica tardia, ou mais conhecida como crise de abstinência. O policial que estava de escolta na porta, deixou com que eu falasse a sós com a moça. Porém, não adiantou de muita coisa. Ela não me forneceu nenhuma informação, muito menos o seu nome.

Mais tarde quando voltei na delegacia, a delegada já se encontrava. Foi pega de surpresa com o caso repentino que foi parar em suas mãos; uma vez que o crime ocorreu no interior da cidade. Não conversamos muito pois seu turno estava terminando, ela logo o encerrou e combinou comigo hoje pela manhã.

E diante desses acontecimentos, estou eu aqui, na porta da delegacia, pronta para ser recebida pela mesma.

- Doutora?- Um dos policiais chamou minha atenção.
- Venha comigo!-

Levantei de onde eu estava levando um chá de cadeira e o segui corredor a dentro. Logo no fim dele, a porta foi aberta e ele me deu passagem. A delegada nos aguardava em pé, atrás de sua mesa.

- Obrigada, Guilherme!- Ela o agradeceu e ele saiu, fechando a porta. - Doutora Gizelly Bicalho Abreu! Que honra te receber em minha delegacia, agora com mais calma.-

Me aproximei e peguei em sua mão estendida para um cumprimento.

- Delegada Bianca Andrade, é isso?-

- Em pessoa... Sente-se!-

Nos acomodamos juntas, mas antes de qualquer coisa eu retirei minha pasta da bolsa, pondo sobre a mesa.

- Bom, como eu já havia dito ontem, sou representante da Duda.-

- Duda não. Duda é o nome a qual ela fazia uso indevidamente.-

- Sim, mas não sabemos de fato como ela se chama.-

- Exato! E por isso estamos impossibilitados de tomar qualquer providência nesse caso... Você foi ao hospital?-

- Sim!- Abri a pasta e retirei o documento. - Aqui está a diligência médica. Exijo que ainda mantenham ela sob os cuidados médicos. Ela precisa estar em observação.-

Bianca passou os olhos sobre o prontuário por alguns minutos e assentiu, anotando algo no computador.

- Mais tarde eu vou até o hospital conversar com ela.-

- Delegada, não é o momento para colher depoimento, se for esse o propósito de sua visita.- Meu tom era tranquilo, porém firme.

Ela me encarou em desafio.

- Quer me ensinar a conduzir um inquérito, doutora?-

Devolvi o olhar.

- Por que? O inquérito já foi aberto?-

- Não, a senhorita sabe que não. Preciso saber o nome da detenta, você não me trouxe nada?-

Suspirei em frustração.

- Nada! Saindo daqui eu vou ao local do crime acompanhar os depoimentos das dançarinas de luxo. Ou pelo menos quem esteve no local na hora exata.-

- Muito bem! Eu te desejo boa sorte com o caso.-

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