RAFAELLA
Cheguei em casa após a consulta, suspirando cansada. Bianca estava na cozinha, preparando o almoço. Mari foi embora logo após o café, pois tinha que ir trabalhar. Porém me fez prometer ligar para contar sobre minha ida até a clínica. Avisei minha amiga que havia chegado e segui para o quarto. Nos próximos e longos minutos seguintes, passei debaixo do chuveiro. Deixei que a água fria tirasse toda a tensão do meu corpo enquanto me permitia pensar em tudo com mais calma agora.
Noite retrasada, depois que Bianca confirmou suas suspeitas, entrei em três estágios psicológicos. O primeiro foi choque, me custava acreditar que aquilo realmente estava acontecendo. Nas próximas horas, madrugada adentro, estive em estado de negação. Não pela gravidez, mas pelo momento em que aconteceu. Não era a hora! É lógico que eu sonho em um dia ser mãe, sempre sonhei. Mas era um sonho um pouco mais distante, quando eu estivesse cem por cento pronta. E pensando em tudo isso, entrei em pânico durante o dia seguinte inteiro.
Passei esse mesmo dia todo sem pensar em mais nada que não fosse nisso. Fui até a casa de Ivy para o seu aniversário, quase arrastada por Bianca e Mariana. E mesmo estando em outro ambiente, com outras pessoas e outras conversas, vez ou outra o teste positivo vinha em minha cabeça. E não parou por aí, mais tarde depois que conversei com Gizelly, parece que minha ficha finalmente havia caído. Desabafei tudo de uma vez em meu quarto, o que estava guardado todo esse tempo.
Chorei até dormir.
Só fui melhorando um pouco, quando fomos até a clínica hoje mais cedo.
Posso dizer que estava me acostumando com a ideia de ser mãe de alguém que vinha ao mundo logo logo. E consequentemente, fui me conformando.
Fechei o chuveiro e busquei por minha toalha no gancho. E enquanto fui fazendo tudo no automático, meus pensamentos não saíam dessa criança que está crescendo e morando aqui dentro por dois meses. Pensar que daqui mais alguns meses ele vai está correndo por essa casa enorme, com risco de se perder e gritar por mamãe aonde quer que esteja, um sorriso materno curvou meus lábios. Será que ele vem com uma carinha de anjinho e a personalidade determinada e decisiva como a minha, ou todo marrentinho, de cara fechada, mas todo carinhoso e manhoso feito Gizelly?
- Rafa?- Bianca bateu na porta do banheiro.
- Já vou, Bia.-
- Trouxe seu prato, fiz uma saladinha de legumes e um franguinho grelhado do jeito que você gosta.-
Vesti meu blusão e abri a porta.
- Obrigada! Vou comer e vou deitar um pouco. Estou de atestado.- Comecei a secar os cabelos com o secador.
- Como foi lá?-
- É um menino.-
- Sério? E já deu pra ver?-
- Fiz o exame de sexagem, então acusou a alteração no meu cromossomos. Essa semana ainda eu vou fazer a retirada do implante.-
- Mas e ele? É ele mesmo?-
- Como assim?-
- Não tem risco de vir igual a Gi?-
- Foi por isso que optamos pelo exame, dá pra ver tudo isso e acusou o cromossomos Y. É um menino!-
- Que bom que está tudo bem então. Você não se cuidou durante esse tempo.-
- A Fla passou algumas vitaminas e eu já trouxe da farmácia.- Deixei os fios úmidos e penteei para trás. Em seguida, passei por ela na porta e fui em direção a minha cama. A bandeja com o prato e um copo de suco estava ali. - Nossa, o cheirinho dessa comida está delicioso.-
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Minha Promotora
FanfictionGizelly Bicalho Abreu, Advogada criminalista. Rafaella Freitas de Castro, Promotora de Justiça. Apesar de se conhecerem pela fama de uma das melhores advogadas do país e uma das melhores promotoras, as duas se enfrentarão pela primeira vez no Tribun...