Capítulo 4

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RAFAELLA

A manhã foi um tanto estressante no edifício do Ministério Publico. Começamos o dia com uma reunião extraordinária com todos os membros, que foi dar fim quase na hora do almoço. Eu já estava pronta para pedir um delivery quando Antônio apareceu em meu escritório.

- Vim te buscar. Aposto que havia esquecido outra vez.-

Sorri amarelo, pois ele está completamente certo.

- Desculpa minha falta de atenção, Oficial, estou cheia de tarefas.-

- Eu entendo! Mas você pode dar uma pausa rápida para se alimentar. Prometo que não vou te segurar além do necessário como foi da última vez.-

- Vou aceitar pois estou morrendo de fome.-

Ele sorriu animado e eu peguei minha bolsa. Assim seguimos para o elevador.

Fomos em seu carro até o restaurante. Não ficava muito longe, chegamos em alguns minutos. Pedimos uma mesa, fizemos nossos pedidos, e quando os pratos chegaram começamos a comer.

- Isso são horas de chegar denúncias de corrupção?!- Seu comentário descontraído sobre a pauta da reunião me fez rir revirando os olhos.

- Não aguento mais me reunir para tentar solucionar casos como esses.-

- São as escolhas do povo.-

- O povo não tem culpa da falta de caráter dos nossos representantes.-

- Ok, me desculpa! Não tá mais aqui quem falou... Mas me diga, como andam as coisas?-

- Tudo corrido. Exaustivo!-

- Não tenho visto você por aí... Precisa voltar a frequentar os barzinhos da cidade com o pessoal.-

- E quem disse que eu não frequento? Vou com minhas amigas de vez em quando.-

- Vez em quando?- Sua pergunta irônica me fez rir.

- Tá, vai... Uma vez ou outra no mês. Início de ano é sempre muito lotado de trabalho por causa do recesso, então acumula muita coisa. Você trabalha nessa área também, deveria saber disso.-

- E eu sei. Mas também priorizo a minha vida pessoal... Precisamos ser leves, Rafa. Como vai conduzir uma investigação com a cabeça cheia?-

- Detesto concordar com você, mas fique tranquilo que eu só estou organizando a minha agenda do ano.-

Ele riu levando a taça de vinho branco à boca e eu fiz o mesmo.

Antônio e eu nos conhecemos quando ele foi nomeado a oficial de justiça, há dois anos atrás. Nossos encontros não passaram de alguns beijos até que de tanta insistência, ele conseguiu me levar para cama. Porém, apenas uma vez. Desde então vem investindo pesado para que isso aconteça novamente. Mesmo depois de saber sobre meu envolvimento com Giovanna. Não que minha vida particular esteja escancarada por todo o Ministério Publico, mas por ele ir até minha casa e encontra-la jantando comigo. Fez perguntas e eu respondi, afim dele me deixar definitivamente em paz. O que não adiantou de muita coisa.

- Rafa...?- Seu chamado tirou-me de meus devaneios. - Tá no mundo da lua?-

- Perdão, o que dizia?-

- Estava comentando sobre nós dois. Sei que não costuma repetir o cardápio, mas...-

- Francamente, Oficial, modere seu dialeto.-

Ele riu se desculpando.

- Por favor, nada de Oficial fora das tribunas. Aqui fora é apenas Antônio... E eu queria saber se podemos marcar um jantar.-

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