Epílogo 1

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GIZELLY

Três anos depois...
São Paulo

Cheguei na GB bem cedo, era manhã de quinta-feira e apenas um bate e volta. Marquei uma reunião com meus advogados e agora estávamos finalizando o debate.

Durante esses anos, muita coisa mudou. Jaqueline agora é a responsável geral da empresa enquanto eu estiver fora. Foi a pessoa mais competente, que eu consegui em meu escritório para tal. Não que os outros também não fossem, mas ela é de minha total confiança.

Quando Lucca completou seus três anos, Rafaella me chamou para conversar. Nesse mesmo período, ela engravidou novamente. Mas dessa vez foi uma gravidez totalmente planejada, nós queríamos aquilo. E foi nessa intenção que conversamos. Para termos outro filho, teríamos que fazer uma mudança quase radical em nossas vidas. À começar por escolher apenas um Estado para morarmos fixamente. Abri mão de São Paulo pois para mim era mais fácil, eu já tinha inaugurado um escritório secundário da GB no Rio e esse estava indo de bom à melhor. Ainda mantenho meu apartamento na região Paulista, visitando-o a cada quinze dias junto da minha empresa matriz. E Lucca, passou a estudar apenas na Escola Americana do Rio de Janeiro.

Rafaella continuou trabalhando até os sete meses de gestação e então entrou no período da licença maternidade. Só retornou aos serviços, quando nossa filha completou três meses. O nome dela é Alícia, a nossa princesinha esperta. Hoje, ela tem um aninho. É totalmente diferente de Lucca, e não digo apenas no jeito de ser, mas na fisionomia também. Enquanto ele é a Rafaella todo, tanto na aparência quanto no jeito reservado de ser, Alícia veio parecida comigo. Seu tom de pele é mais moreninha, cabelos escuros, o queixo furado e a machinha na têmpora direita. Enquanto o irmão é mais fechado, ela é toda espoleta. Adora uma foto, sorrir largo para todas.

Mas apesar de Lucca ter puxado esse lado da mãe, apenas por fora, por dentro ele é todo coração mole. Faz de tudo para agradar todos, é educado e muito carinhoso.

Rafaella estava de férias do trabalho, esse que ela tira anualmente. E por isso fiz esse bate e volta rápido. Dei a reunião por encerrada e cada um seguiu para as suas respectivas salas.

- Doutora Gi, podemos conversar um minuto?- Fernanda Keulla, a nova contratada, chamou minha atenção.

- Vamos até minha sala.-

Ela assentiu e eu terminei de juntar os documentos na pasta, para em seguida deixar a sala de reuniões.

Doutora Keulla estar conosco há alguns meses. Assim que ela entrou para o corpo jurídico da GB Criminal, andou flertando comigo sutilmente. Claro que eu não dei confiança e mostrei minha aliança, na intenção de não ser tão grossa. Ela é uma excelente advogada no cargo e já ganhou alguns casos. Na verdade foram poucos que ela perdeu, e isso muito me agrada. No entanto, seu jeito entrão e abusado vem me tirando cada vez mais do sério.

Entrei em minha sala apenas para recolher alguns papéis que eu precisava, para em seguida voltar pro Rio. Eu ainda tinha muito trabalho a ser feito no escritório de lá.

- Pode falar, doutora. Algum problema?- Perguntei depositando minha bolsa sobre a mesa e dando volta nela.

- Preciso que assine uma papelada. É sobre aquele caso recente que eu peguei, mas preciso do seu aval para começar as investigações.-

- E por que não pediu para a Letícia assinar? Minha secretária tem tomado as rédias por mim, enquanto estou fora.-

- Quis aproveitar que ainda está aqui... Posso ir busca-los?-

- Vá!-

Ela se foi e eu comecei a reunir tudo que eu precisava em minha pasta. Não demorou muito para Fernanda estar de volta e me entregar a apostila com os documentos. Busquei por uma caneta no porta-trecos e me inclinei para rubricar as páginas.

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