1 dia depois
Neste exato momento estou agachada atrás de uma lixeira enquanto observo o grande navio-forte da Marinha. É um navio tão monstruoso de grande que eu me pergunto como aquilo consegue flutuar na água. Há guardas por todos os cantos, não há nem um único ponto cego ou livre que me permita passar sem ser vista, mas após passar horas observando a movimentação do navio eu já sei o caminho que preciso percorrer para conseguir entrar.
O problema maior será quando eu entrar lá dentro, não faço a mínima ideia onde o tesouro é guardado, mas a parte lógica do meu cérebro fala que será um caminho óbvio até ele, pelo menos é o que eu espero.
Decido que já está escuro o suficiente para que a visão dos guardas já não seja mais tão clara, então retiro minha capa e a deixo dobrada atrás da lixeira para que ninguém a encontre. Estou com meu cabelo preso em uma trança e vestindo as mesmas roupas que usei para invadir a casa de Lino alguns dias atrás, acho que já posso chamar ela de Roupa de Invasora. Espero que não vire um passatempo estranho meu.
— Certo, Kiran. Você já sabe o que tem que fazer, não é?
— Au!
— Ok, mas garanta que ninguém vai te ver, você é um cachorro muito fácil de identificar — de repente eu rio — Se fossemos personagens de algum livro, provavelmente você seria um dos personagens principais.
"Como se alguém fosse se interessar em ler sobre vida de uma bruxa endividada" penso em seguida.
Seguro a cabeça de Kiran para que ele não se mexa e então coloco o meu dedo indicador e o do meio juntos e aproximo-os de seu olho esquerdo.
— Vízium compars — Murmuro e por fim levo os mesmos dedos em direção ao meu olho esquerdo.
Agora tudo que Kiran enxergar eu verei também pelo olho esquerdo, mas como é a segunda vez que faço isso me sinto tonta imediatamente e me apresso em colocar o tapa olho que trouxe para bloquear a visão por enquanto.
Me concentro para conseguir realizar a magia que me fará entrar no navio sem ser notada. Localizo a fonte do meu dom dentro de mim e então, lentamente, o faço se expandir o máximo possível pelo meu corpo e aos poucos vou tornando meu corpo inteiro em gelo. Isso é algo que demanda muita energia, concentração e treino, as três coisas que não tenho, mas acredito que conseguirei fazer dura até entrar no navio.
Quando sinto que grande parte do meu corpo já não é mais feita de carne e osso eu passo para as roupas, essas sendo mais difíceis de transformar, mas no final dá tudo certo e quando olho para baixo e não vejo meu corpo fico feliz e assustada ao mesmo tempo. A sensação que isso causa é extremamente desconfortável, sinto como se meu corpo inteiro estivesse formigando e sei que não vou conseguir manter por tempo suficiente então quando a troca de guarda acontece e a rampa de entrada fica livre eu corro em disparada.
Consigo subir no convés sem dificuldades, mas sinto quando começo a perder o controle do dom, sei que em segundos estarei visível novamente.
Caminho o mais rápido e silenciosamente que consigo até uma porta que fica na polpa do navio, próximo de onde deve ser a cabine do Capitão. Durante a minha vigia eu percebi alguns guardas entrando por essa porta e saindo com algumas caixas, espero que ainda haja moedas o suficiente no cofre.
Testo a porta e fico muito feliz quando a encontro destrancada, entro no corredor e desfaço imediatamente toda a magia que me ocultava. Na hora me sinto exausta e com o corpo inteiro pinicando, mas devo seguir em frente. O corredor é suficientemente iluminado por cristais de luz em arandelas posicionadas a cada poucos passos, há um tapete azul escuro com listras douradas nas laterais que segue todo o caminho.
Chego ao final do corredor e ele se divide em dois caminhos.
"Claro que isso iria acontecer."
Envio um vento frio para o corredor da direita e não sinto nada então envio um para o corredor da esquerda e sinto duas pessoas paradas em pé em frente a uma porta.
"Isso!"
Sigo nessa direção, o corredor começa a ficar inclinado para baixo o que só reforça o meu palpite de que no final estará o cofre. Chego ao final e vejo que há uma curva para a esquerda novamente, me agacho e fico colada junto a parede. Ando lentamente até o final para espiar o novo caminho e é quando eu vejo os dois guardas bem na frente de uma enorme porta... de ferro. Ela tem várias fechaduras e duas grandes barras em forma de X. Seria impossível de abrir.
Praguejo baixinho, todo esse esforço para morrer na praia e para piorar começo a escutar vozes vindo nessa direção. Não há uma única porta nessa merda de corredor o que me deixa com a única solução de me tornar gelo novamente.
Dessa vez não tenho tanto tempo quanto gostaria, mas assim que as vozes me alcançam eu já estou completamente transformada. Agora resta eles não repararem em mim. Vou até a parte externa da curva, bem na frente dos guardas que estão apostos na frente do cofre, mas esse é o único local onde posso ficar encolhida no chão sem que alguém tropece em mim.
— Estou lhe dizendo Conselheiro — diz uma voz masculina. É uma voz grave e de alguém mais velho — Por mais que quele pirata tenha atacado um de nossos navios alguns dias atrás, não tivemos problema algum durante todo o percurso. Acredito que nem aquela barata dos mares teria coragem de atacar este navio.
Então eu consigo ver claramente as duas pessoas. O que está falando é o Almirante da Marinha Real e o conselheiro a que ele se referia é o Conselheiro dos Curandeiros Reais.
"Onde eu fui me meter?" penso em desespero.
Para a minha sorte eles passam por mim sem notar e seguem em direção ao cofre, aproveito a oportunidade para ir embora. Corro pelos corredores o mais silenciosamente que consigo e quando chego a porta sinto frio pela primeira vez. Trancada.
Em pânico, retorno pelo caminho que vim e vou para o corredor da direita onde encontro uma sala de descanso com um sofá, mesa e cadeiras, alguns quadros com paisagens de montanhas e florestas e na parede ao fundo uma pequena escotilha. Em cima de uma mesa vejo um pequeno saco com algumas moedas de prata.
"De mãos vazias eu não volto."
Amarro o pequeno saco de couro no meu meu cinto e então pego uma caneta que estava na mesa para empurrar o trinco da escotilha para cima e a abro. Com cuidado para não me encostar nas bordas de ferro coloco minha cabeça para fora e reparo em uma janela maior aberta próxima a mim, provavelmente a cabine do capitão. Se eu conseguir passar pela escotilha talvez consiga chegar até lá e com sorte pode ser que a porta esteja aberta.
— PARADA E MÃOS PARA CIMA! — grita alguém nas minhas costas.
Fico completamente paralisada.
— Capitão, encontrei uma intrusa a bordo — a pessoa fala, provavelmente para algum cristal de comunicação e depois torna a gritar — Eu disse, mãos para cima!
Dessa vez eu obedeço e então escuto diversos passos se aproximando de onde eu estou. O suor escorre pelas minhas costas. Não sei o que fazer.
— Ora ora, o que temos aqui? — consigo escutar a voz do Almirante nas minhas costas.
"Porra, porra, porra, porra..."
— Sabe, eu tinha acabado de falar com o Conselheiro que não havia tido nenhum problema até chegar aqui e agora você me fez passar por mentiroso — ele fala, mas eu continuo em completo silêncio — Quem te mandou aqui? Morgana? Read? Cofresí? Ou foi aquele merdinha do Vane?
Me parabenizo por não mostrar reação alguma quando ele fala o nome do Vane.
— Estou sozinha — consigo sussurrar, minha boca completamente seca.
— Nisso eu não acredito — ele responde — Mas agora vamos ver o que eu posso fazer com você...
Mesmo de costas eu consigo sentir seus olhos percorrendo o meu corpo e me sinto mal. Fecho meu olho direito e forço o esquerdo a se abrir mesmo sob o tapa-olho, consigo ver o lado de fora do navio e todas as saídas completamente cercadas de guardas, parece o céu de tantos casacos azuis.
"Nem todas as saídas estão fechadas", penso comigo mesma, a escotilha na minha frente fica em direção ao mar e tem uma magia que a muito tempo eu não pratico.
Aos poucos eu abaixo a mão e a levo em direção ao saco amarrado no cinto.
— Vamos fazer um acordo — Digo enquanto o desamarro — Eu entrego a única coisa que roubei e vocês me deixam ir embora.
Balanço o saco com as moedas, mas no momento que escuto uma risada de zombaria atrás de mim sei que minha tentativa falhou.
— Você não pode ser tão estúpida assim para achar que eu aceitaria esse acordo.
Suspiro.
— Uma mulher pode tentar.
Diversas lanças de gelo emergem das paredes e piso com um estrondo. Uso desses segundos de confusão para jogar o saco com moedas pela escotilha e em então desintegro meu corpo em milhões de flocos de neve, passo pela escotilha e desço em direção a água, quando sinto que todo meu corpo já está do lado de fora, desfaço a magia e volto a ter um corpo físico novamente. Mal consigo me recuperar da dor que isso causa antes de atingir a água gelada.
Outras pessoas poderiam odiar isso, mas o frio da água é como uma dose gigantesca de energia que entra no meu corpo.
Consigo localizar o saco com moedas, afundando lentamente na minha frente e o pego, ao menos uma sorte no dia de hoje. Com um fôlego que eu espero que dure, continuo embaixo d'água enquanto me dirijo para a parte da praia que é coberta por pedras. Claro que meu fôlego não dura tanto assim, porém por ser de noite consigo subir na superfície para respirar e então voltar para o breu do mar.
Quando chego na praia vejo Kiran com a minha capa na boca.
"Graças a Deusa!"
Saio do mar e ele vem correndo em minha direção, coloco a capa rapidamente para cobrir meu corpo nu. Na pressa para fugir não gastei energia pensando em desintegrar minhas roupas também. Começamos a correr em direção a fronteira da cidade, os guardas devem estar procurando nas ruas então não seria inteligente ir direto para o boticário.
Quando chegamos nos campos próximos da fronteira mudamos a rota e seguimos as casas, então entramos em uma rua que sei que segue, levemente reta, até o boticário.
— Kiran, você segue na frente para que eu possa ver se tem algum guarda.
Cubro meu olho direito com a mão e então sigo com base na visão de Kiran. Nessa região da cidade ainda há poucos guardas então conseguimos seguir sem dificuldades.
Quando chegamos no boticário abro a porta dos fundos e antes que consiga trancar a porta sou atirada em direção a parede.
— Onde você estava? — Vane pergunta. Suas mãos apertam meus ombros e seu rosto está extremamente próximo ao meu.
— Levando o Kiran para passear — respondo a primeira coisa que me vem na cabeça.
— Não brinque comigo, Lyssandra. Não neste momento — ele me olha atentamente — Por que você está encharcada?
— Resolvi dar um mergulho? — minha resposta saí como uma pergunta — Está uma noite tão bonita...
— Lyssandra! — Vane sacode meus ombros me interrompendo — Eu não sou idiota, você some por horas e de repente as ruas estão cobertas de guardas. Então você aparece completamente molhada e em pânico. Me conte exatamente que tipo de idiotice você fez.
Minha boca abre e fecha, abre e fecha igual um peixe. Eu quero inventar uma desculpa, uma mentira descente, mas nada me vem à mente e Vane está me olhando com tanta intensidade que antes que eu consiga perceber estou contando tudo que aconteceu.
Vejo seu rosto assumir primeiro uma expressão de raiva, em seguida de espanto e por fim de preocupação misturada com muita, muita raiva.
— Quantas bruxas do Frio tem na cidade? — ele pergunta.
— Uma só além de mim — respondo — Isso não é algo que o Conselho conta sabe.
— E ela também pinta o cabelo de castanho? — meu silêncio é tudo que Vane precisa saber — Você tem que vir comigo para o meu navio.
— O que? Não! Eu não aceitei.
— Você aceitou no momento que deixou ser pega — Ele se aproxima ainda mais de mim, colando seu corpo ao meu — Ou você vem comigo ou irá presa. E acredite em mim, você estará mais segura no meu navio do que em uma cela a mercê do Almirante.
Só de lembrar da sensação dos seu olhar sobre meu corpo e de seu tom de voz sugestivo faz meu corpo tremer. Mas Vane interpreta esse movimento como se eu estivesse com frio.
— Você tem que tirar essas roupas molhadas — ele diz enquanto desamarra minha capa e puxa para longe de mim.
— Não... — tento segurá-la, mas é em vão. De repente não há uma única peça de roupa escondendo o meu corpo de Vane.
Meu choque dura poucos segundos, mas é tempo suficiente para Vane olhar tudo. Puxo minha capa de sua mão enquanto ele fica de costas para mim. Me cubro com a capa novamente quando escuto ele pigarrear.
— Você veio desde o porto assim? — sua voz está baixa e rouca.
— Sim, minhas roupas ficaram no navio.
Escuto um "porra" bem baixinho.
— Temos que ir agora — diz por fim — Eles podem usar cães para rastrear seu cheiro.
— Droga, não pensei nisso.
— Eu percebi isso, Bruxinha — Vane se vira lentamente em minha direção — Essa noite você foi uma grandíssima idiota. Toda essa confusão para não roubar nada no final. A pior ladra que eu já vi.
— Ah nana-nina-não. Eu roubei algo sim — Atiro em seu peito o saco com moedas — Viu só, eu consigo ser uma ladra.
Antes que Vane consiga responder eu subo para a minha casa, pego roupas limpas e vou tomar um banho.
Ele está certo, eu tenho que sair da cidade de qualquer maneira. Se eu for presa, a marca vai me machucar quando eles tentarem me levar até a prisão que fica fora da cidade. Se não for presa então certamente serei executada. Minha única alternativa é ir com ele e então, quando o ano acabar, pedir para ele me deixar em algum lugar longe daqui.
Suspiro, não vou mais poder encontrar a Amber.
"Espera, vou poder sim. Se o Vane, procurado do jeito que é, consegue ir e vir pela cidade então eu também posso"
Saio do banheiro e encontro Vane sentado no sofá com sua bolsa ao lado dos pés.
— Faça as malas — é tudo que ele diz.
Vou até o baú e retiro do fundo a bolsa que trouxe comigo de casa. Pego o máximo de roupa que consigo colocar nela, mas felizmente eu não possuo tantas peças assim. Retiro de debaixo da cama uma caixa de madeira bastante comprida e estreita, foi um presente que Merlin me deu poucos dias após eu chegar, mas não tive muitas oportunidades de usar.
Vane olha com curiosidade para a caixa, mas não pergunta nada em relação a ela.
— Pronta para ir?
— Quase, deixa só eu escrever uma carta para Amber e explicar o que aconteceu.
— Não se preocupa com isso, já estou aqui — Amber entra como um furacão pela minha casa e vem em minha direção — Ele foi até a minha oficina, sorte que ainda estava trabalhando. Não consegui vir tão rápido porque não dava para deixar aquele projeto pela metade, não agora.
— Você deveria criar algum passatempo, sabia? — pergunto.
— Como invadir um navio da Marinha e começar a ser caçada pela cidade? — Ela apoia as mãos nos quadris.
— Nessa ela te pegou — Vane comenta rindo.
— Toma — ela me entrega um aparelho feito de latão não muito maior que a palma da minha mão — Se isso realmente funcionar então poderemos conversar mesmo com você a quilômetros de distância.
— Qual a probabilidade de explodir? — pergunto.
— Menos de 5% — ela responde com orgulho.
— Uau, você deve ter dado tudo de si na hora que fabricou isso — comento com sinceridade. As invenções da Amber tinham uma taxa de explosão de 48%.
— Desculpa atrapalhar, mas realmente temos que ir — Vane fala.
— Não importa onde você estiver — Amber me abraça e eu retribuo — Sempre seremos amigas.
— Sempre.
Descemos as escadas e Vane sai para a rua para confirmar que está tudo limpo e então faz um sinal para que eu o siga.
— Adeus, meu Bruxinho — Amber se abaixa para abraçar Kiran, que gane enquanto se despede dela também — Lys — ela se levanta e Kiran vem ao meu lado — Porque mesmo nas montanhas mais frias...
— O sol ainda aparece — completo a frase.
Então me viro e vou embora.
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Corremos para os limites da cidade, quando Vane atravessa a fronteira eu tenho que o chamar para que volte.
— Não posso passar daqui, esqueceu?
— Foi mal, estava com muita coisa na cabeça. Me deixe ver a marca.
Desço a gola da blusa até que a marca fique visível. Ele se aproxima e retira a adaga da cintura, aquela mesma feita de dente de alguma criatura e faz um pequeno corte no dedo indicador. Quando ele passa o dedo por um traço da marca, percebo que seu anel brilha.
"Então é dali que vem a magia."
Quando o traço some eu testo um passo e depois outro e depois mais outro. Livre. Eu finalmente estou livre.
— Essa sua liberdade não vai durar muito se não nos apressarmos — ele diz.
Odeio como ele parece sempre saber o que estou pensando. Corro atrás de Vane porque não sei o caminho. O único que parece estar se divertindo é Kiran porque finalmente está explorando lugares novos, coitado, se soubesse que vai ficar confinado ao espaço de um navio no próximo ano...
Após algum tempo, surgimos em uma praia. Vane retira as folhagens que escondiam um bote de madeira. Eu e ele empurramos o bote até o mar, Kiran fica o tempo todo sentado dentro do bote.
— Seu familiar é um folgado — ele comenta.
— Você ainda não viu nada — respondo.
Quando já estamos os três a bordo, Vane começa a remar em direção ao penhasco que se ergue ao longo da costa. Perterin quando vista de longe parece que fica no fundo de uma tigela e quando vista de cima parece que fica no meio de uma lua crescente, porque é ladeada por um penhasco de cada lado, mas a cidade em si é no nível do mar. Os penhascos criam uma parede alta, como se a Mãe Terra abraçasse e protegesse a cidade. Vane tem que contornar um dos penhascos e assim que deixamos aquela parede de rochas para trás eu finalmente consigo ver, ancorado mais ao longe, Kanrianur. O navio feito com madeira escura e com a inconfundível bandeira de um dragão negro com olhos dourados.
Nos aproximamos no navio e alguém joga cordas para que possamos amarrar o bote e então uma escada de corda também é jogada para podermos subirmos.
— Certo, eu consigo — Me viro para Kiran — Pula nas minhas costas e não solta.
— Deixe-o, meus homens irão içá-lo junto com o bote — Vane avisa e então sobe a escada.
Olho uma última vez para Kiran e decido deixar meu presente com ele e então subo também. Quando apoio uma mão no parapeito, Vane coloca as mãos embaixo dos meus braços e me iça para o convés com facilidade.
Assim que meus pés tocam o chão eu olho ao redor e engulo em seco. Estou de volta ao lugar que jurei nunca mais pisar. Me viro para Vane e o vejo com sorriso de canto.
— Bem-vinda de volta, Bruxinha.
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Entre Mares e Feitiços
RomantizmLyssandra é uma bruxa do Frio que está presa à cidade de Perterin por causa de sua dívida com Vane, o temido capitão do navio Kanramarur. Essa dívida aumenta toda vez que ele vem à cidade e Lysandra se vê sem saída. Porém tudo muda quando Vane ofere...