Capítulo 19.2

20 3 1
                                    

A lua já está alta no céu quando bato na porta da cabine do Capitão. Consigo ver um brilho fraco da luz das velas através do vidro das janelas e não demora muito para que eu o escute falando para entrar.

Vane está em pé, inclinado sobre a mesa, lendo alguma coisa. Ele está sem camisa e os músculos de suas costas parecem mais proeminentes na luz escassa e amarelada. Há algumas gotas de água em sua pele, o que sugere que saiu do banho a pouco tempo.

Ando até ele e o abraço por trás, sua mão cobre as minhas automaticamente e espero até que ele termine o que está fazendo.

— Você demorou — fala.

— Rique queria conversar comigo — digo — Sobre minhas lembranças que surgem quando eu durmo.

— Continua tendo elas? 

— Não — respondo tentando não demonstrar a minha decepção — Já faz dias desde que a última surgiu. Talvez eu nunca me lembre de tudo.

— Não pensa assim — Ele aperta minhas mãos.

— Não estou triste. Não tem como eu sentir falta ou saudade de algo que eu não lembro, certo?

Caímos em um silêncio agradável.

— Sabe que eu não vou mais conseguir me concentrar nesse documento, não é? — pergunta.

— Quer que eu saia? — murmuro.

— O mundo seria capaz de explodir amanhã se eu disse que "sim" — Ele gira entre meus braços até estar de frente para mim — Oi.

— Oi.

— Precisa de alguma coisa? — seu sorriso sugere que ele sabe exatamente o que eu vim fazer aqui.

— Acredito que fizemos uma aposta, Capitão — meus dedos traçam as linhas de sua tatuagem, começando no peito e descendo lentamente até o cós de sua calça. Me envaideço ao ver sua pele se arrepiar com o toque — E pelo que me recordo, eu ganhei.

— Foi uma bela vitória — sua voz fica mais profunda — Vai pegar seu prêmio agora?

— Com certeza eu vou, mas antes — Vou até a janela e fecho as cortinas que ele mandou instalar em uma das nossas últimas paradas — Não precisamos de uma possível plateia.

O sorriso de Vane consegue ficar ainda maior conforme ando de volta até ele.

— Mal posso esperar para saber o que você tem em mente.

Em vez de responder, simplesmente o beijo. Seus braços me cercam de imediato e me pressionam contra seu corpo, inclino a cabeça para aprofundar o beijo e gemo quando sua língua invade a minha boca. O calor de seu corpo começa a passar através da minha camisa e não consigo impedir minhas mãos de se aventurar pelo seu peito exposto.

Vane enterra a mão em meu cabelo para dominar o beijo e é preciso muito esforço da minha parte para lembrar o porquê de eu estar aqui, em vez de simplesmente esquecer tudo e deixar ele fazer comigo o que tiver vontade. Sem quebrar o contato entre nossas bocas, eu o arrasto em direção a cama e ele vem de bom grado, quando sinto o colchão contra as minhas pernas, eu o viro e empurro para se sentar. Antes que possa falar qualquer coisa, monto no seu colo e o beijo novamente, dessa vez com mais urgência.

Puxo suavemente seu cabelo enquanto me esfrego contra o seu membro que está quase totalmente endurecido. Isso arranca um gemido de dentro dele e suas mãos envolvem minha cintura.

Desço meus lábios até o seu pescoço, dando pequenas mordidas e chupões que conseguem arrancar de dentro dele, mais sons pecaminosos.

— Ah Lyssandra — sua voz está rouca — Qual o seu pedido?

Entre Mares e FeitiçosOnde histórias criam vida. Descubra agora