A lua já está alta no céu quando bato na porta da cabine do Capitão. Consigo ver um brilho fraco da luz das velas através do vidro das janelas e não demora muito para que eu o escute falando para entrar.
Vane está em pé, inclinado sobre a mesa, lendo alguma coisa. Ele está sem camisa e os músculos de suas costas parecem mais proeminentes na luz escassa e amarelada. Há algumas gotas de água em sua pele, o que sugere que saiu do banho a pouco tempo.
Ando até ele e o abraço por trás, sua mão cobre as minhas automaticamente e espero até que ele termine o que está fazendo.
— Você demorou — fala.
— Rique queria conversar comigo — digo — Sobre minhas lembranças que surgem quando eu durmo.
— Continua tendo elas?
— Não — respondo tentando não demonstrar a minha decepção — Já faz dias desde que a última surgiu. Talvez eu nunca me lembre de tudo.
— Não pensa assim — Ele aperta minhas mãos.
— Não estou triste. Não tem como eu sentir falta ou saudade de algo que eu não lembro, certo?
Caímos em um silêncio agradável.
— Sabe que eu não vou mais conseguir me concentrar nesse documento, não é? — pergunta.
— Quer que eu saia? — murmuro.
— O mundo seria capaz de explodir amanhã se eu disse que "sim" — Ele gira entre meus braços até estar de frente para mim — Oi.
— Oi.
— Precisa de alguma coisa? — seu sorriso sugere que ele sabe exatamente o que eu vim fazer aqui.
— Acredito que fizemos uma aposta, Capitão — meus dedos traçam as linhas de sua tatuagem, começando no peito e descendo lentamente até o cós de sua calça. Me envaideço ao ver sua pele se arrepiar com o toque — E pelo que me recordo, eu ganhei.
— Foi uma bela vitória — sua voz fica mais profunda — Vai pegar seu prêmio agora?
— Com certeza eu vou, mas antes — Vou até a janela e fecho as cortinas que ele mandou instalar em uma das nossas últimas paradas — Não precisamos de uma possível plateia.
O sorriso de Vane consegue ficar ainda maior conforme ando de volta até ele.
— Mal posso esperar para saber o que você tem em mente.
Em vez de responder, simplesmente o beijo. Seus braços me cercam de imediato e me pressionam contra seu corpo, inclino a cabeça para aprofundar o beijo e gemo quando sua língua invade a minha boca. O calor de seu corpo começa a passar através da minha camisa e não consigo impedir minhas mãos de se aventurar pelo seu peito exposto.
Vane enterra a mão em meu cabelo para dominar o beijo e é preciso muito esforço da minha parte para lembrar o porquê de eu estar aqui, em vez de simplesmente esquecer tudo e deixar ele fazer comigo o que tiver vontade. Sem quebrar o contato entre nossas bocas, eu o arrasto em direção a cama e ele vem de bom grado, quando sinto o colchão contra as minhas pernas, eu o viro e empurro para se sentar. Antes que possa falar qualquer coisa, monto no seu colo e o beijo novamente, dessa vez com mais urgência.
Puxo suavemente seu cabelo enquanto me esfrego contra o seu membro que está quase totalmente endurecido. Isso arranca um gemido de dentro dele e suas mãos envolvem minha cintura.
Desço meus lábios até o seu pescoço, dando pequenas mordidas e chupões que conseguem arrancar de dentro dele, mais sons pecaminosos.
— Ah Lyssandra — sua voz está rouca — Qual o seu pedido?
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Entre Mares e Feitiços
عاطفيةLyssandra é uma bruxa do Frio que está presa à cidade de Perterin por causa de sua dívida com Vane, o temido capitão do navio Kanramarur. Essa dívida aumenta toda vez que ele vem à cidade e Lysandra se vê sem saída. Porém tudo muda quando Vane ofere...