Capítulo 52 ; p.o.v Jao

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Um dos meus pequenos prazeres da vida favorito é tomar café da manhã em terra mineira. O pessoal iria começar a chegar agora de manhã, a cerimônia acontece no final da tarde, ao pôr do sol e só consigo pensar que isso combina com os pais de Pedro.


— Você já pensou sobre onde gostaria de casar? — Alice pergunta enquanto descemos as escadas de mãos dadas.


— Nunca pensei na possibilidade de me casar — digo sincero — mas acho que gostaria que fosse em meio a natureza, apenas com pessoas que eu verdadeiramente amo.


— Eu gostaria de casar o mais longe possível do Brasil — ela diz rindo — em um lugar remoto, onde meus pais e minha irmã jamais pisariam.


Dou risada, porque sei que mesmo que ela fale em tom divertido, é sério.


A mesa para o nosso café da manhã foi montada no solário, o jardim está sendo decorado e a varanda está com o café da manhã montado para o pessoal que for chegando. Tudo foi impecavelmente pensado, sorrio, é possível perceber que tem dedo de Lissa, Pedro e Malu na organização.


— Bom dia João Vitor — ouço a voz de Lucas, todos olham em nossa direção, menos Pedro.


Pedro inclusive está de óculos de sol e a cara fechada, não parece bravo, mas sim emburrado.


— Bom dia gente — digo me sentando na mesa, fomos os últimos a descer.


— Bom dia — Alice diz animada.


— Tiveram uma boa noite? — Lucas pergunta segurando a risada.


E então eu entendo porque todos nós olham daquela forma. Puta que pariu, as paredes desse lugar são tão finas assim?


— Eu estou bem em saber que meu quarto ficou do outro lado do corredor — Renan diz rindo.


— Foi bom dormir a noite toda, em paz — Caio completa também rindo.


— Ok, ok — digo me servindo de um pouco de café — já entendi, agora podem parar.


Alice mantém a cara de paisagem, acho incrível o dom dessa garota de atuar.


— Eu só acho injusto com nós, meros mortais João — Lucas diz respirando fundo — Você aumentou e muito às expectativas, quero ver como vou resolver isso com a Malu.


É nessa hora que todos caem em uma risada, até mesmo Pedro ri, mas sem desfazer a cara de emburrado. Não acho que seja por mim, ele deve ter inúmeros motivos mais relevantes do que eu nesse momento.


— Os créditos não são meus — digo olhando para Alice, que abre um maldito sorriso malicioso.


— Eu não fiz nada demais — ela diz como se de fato não tivesse feito nada demais — apenas comprei algumas coisas na viagem que fiz.

íris • pejaoOnde histórias criam vida. Descubra agora