Capítulo 62 ; p.o.v Pedro

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Château de Berne, França

Foi difícil manter a surpresa durante toda a viagem até aqui, João é uma pessoa bem ansiosa e curiosa e tenho certeza que no momento em que descobriu que Alice havia feito sua mala, mandou pelo menos cinco mensagens perguntando o que ela sabia.

Estamos no interior provençal, no coração de 515 hectares de natureza, depois de pegarmos uma pequena estrada sinuosa entre florestas e olivais, chegamos ao Château de Berne. Me permito olhar para João, seus olhos brilhando enquanto sua mão se mantém em minha perna, gostaria de ler sua mente no momento.

Depois do check-in fomos levados até a nossa Villa, apresentados a um breve resumo das atividades do Château e em seguida ficamos sozinhos.

— Isso aqui deve ter custado uma fortuna, eu não te pago tão bem assim — João disse rindo nervoso, tentando explorar apenas com o olhar todo o ambiente, o que é uma missão impossível.

— A Lissa costuma dizer que não adianta nada nossos pais terem tanto dinheiro, se a gente não sabe usufruir dele — digo o olhando.

Ele parece uma criança que não sabe o que fazer primeiro.

— Espera, seus pais estão pagando por isso? — ele diz finalmente entendendo o que eu disse, seu tom de voz me faz rir.

— Não diretamente — digo rindo — mas apesar de eu ter um bom trabalho, ainda assim ganho uma boa mesada, apenas por filhos deles.

— Acho que nunca pensei no quão rica sua família é — ele diz respirando fundo — mas isso aqui é insano, podia ter sido só um quartinho, estaria bom para mim.

— João Vitor — o chamo rindo — será que você poderia calar a boca e me beijar?

Voltar a beijar João me ensina uma lição muito simples: não adianta você procurar o beijo que você ama em outras bocas, porque o beijo não é questão de sabor do chiclete, do batom, da boca. O gosto do beijo certo é diferente, tem gosto de amor.

Durante o dia fomos em uma degustação de vinho, almoçamos em um bistrô e andamos de mãos dadas pela propriedade, aproveitando a natureza e a companhia um do outro.

Decidimos jantar no restaurante do hotel, que tem estrela Michelin e um cardápio vegetariano incrível, mas em partes também porque estamos um pouco cansados para ir explorar a vida noturna da cidade. E pelo menos eu, não vejo a hora de ficar enrolado em João na cama.

— Pedro, nós ainda podemos falar sobre tudo? — João pergunta brincando com os meus dedos.

— Nós sempre podemos falar sobre tudo — respondo sorrindo.

— Como você acabou namorando a Laura? Porque vocês não faziam sentido para mim, seu olhar era sempre distante…

Sorrio, imaginei que em algum momento João tocaria nesse assunto.

— Eu estava um pouco chapado na primeira vez que fiquei com ela — admito um pouco sem jeito — e isso era um pouco recorrente e ela sempre estava por perto. Eu me divertia com ela, acredite ou não, no começo, quando éramos só nós dois, Laura era divertida. Só que na verdade nunca existiu um pedido de namoro em si, em algum momento ela começou a me apresentar como seu namorado e eu apenas aceitei.

— Você é estranho às vezes — João diz fazendo careta, o que me faz rir.

— Eu quero aproveitar e rw contato uma coisa — digo sorrindo de canto.

— Meu deus Pedro, quantas coisas você esconde de mim? — ele pergunta em tom divertido.

— Essa é a última coisa, prometo — digo rindo — eu fiquei com a Alice, faz tempo, foi no Carnaval depois da casa da Ana.

— Porra e vocês não iam me contar?

— Eu descobri no aniversário dela, não me lembrava….

— Como alguém não se lembra de ter beijado a Alice? — ele questiona um pouco surpreso, negando com a cabeça em seguida — mas ela poderia ter me contado.

— Ela disse que eu contei para ela sobre um carinha que eu beijei e que não saia da minha cabeça, quando vocês começaram a ficar, ela entendeu que era você o tal carinha — digo rindo —  e aí vem a coisa engraçada, eu disse para ela que era como se já tivesse te amado antes, mas era impossível, porque eu tinha te conhecido aquele dia. Ela não contou porque achou que era um sentimento pessoal demais para mim.

— É estranho, porque parece que estamos vivendo todos esses anos em um alinhamento de sentimentos — João diz abrindo um sorriso — eu tenho mais uma pergunta.

— Pode perguntar lindo — digo rindo.

— Porque todas as vezes que chegamos perto de tirar nossas roupas, você…

Não deixei que ele continuasse, entendi qual era sua pergunta.

— Porque eu queria que fosse na hora certa — eu digo sorrindo — a primeira vez eu tinha acabado de falar sobre meus sentimentos, nos beijamos depois de meses, óbvio que seria uma explosão se transarmos, mas estaríamos dominados pela euforia. Eu só queria que desse tempo para nós dois nos sentirmos sabe….

— Mas agora estamos aqui, sozinhos, em um lugar incrível…

— Eu quero João — admito — Eu sinto falta e porra senti um tesao enorme essas duas noires dormindo com o seu corpo no meu. Se nós dois queremos, acontece é inevitável e eu só queria que fosse assim, um momento nosso.

— Então você me trouxe até aqui, só pra que nossa transa de reconciliação fosse romântica?

— Óbvio — respondo abrindo um sorriso para ele.

— Então podemos voltar para nossa Villa? — ele pergunta arqueando a sobrancelha e eu amo como ele sempre deixa claro que quer transar.

João foi o primeiro a tomar banho, decidimos tomar separados porque se não banho seria a última coisa que faríamos embaixo do chuveiro e tanto eu quanto ele, precisamos deixar a água cair e nós lavar decentemente.

Quando sai do banho, João não estava no quarto. Estranho um pouco, então visto um shorts de moletom e uma camiseta. Meu primeiro pensamento foi procurar na área externa, ele não estava na piscina e nem nos sofás.

Algumas luzes no interior da casa estão acesas, então vou até lá, todos os quartos estão apagados, menos um, uma música vem dele e sei que é para lá que devo ir.

— João? — chamo baixinho empurrando a porta.

Ele está sentado na poltrona, mexendo no celular. Não tem nada demais na forma que ele se veste, camiseta e calça de moletom, mas aos meus olhos ele está mais lindo do que nunca.

Ele apaga a luz, a lua está clara e ilumina todo o ambiente. E então vem até mim, sua mão em minha nuca, segurando minha nuca. Minhas mãos vão automaticamente para seu quadril.

— Eu sinto sua falta de diversas formas, mas uma delas é de ser completamente entregue a você — João diz aproximando nossos lábios, mas não me beijá.

— Eu também sinto…

— Não é mais questão de querer, é mais uma questão de precisar — ele diz rindo, o que causa vibração em nossos lábios.

Oi oi, como vocês estão?

Vamos direto ao ponto: o próximo capítulo é a continuação desse, então sim, teremos um hot.

Separei por um motivo muito simples: se você não gosta de ler, pode ignorar o próximo capítulo. Se optar por não ler, não afetará no entendimento da história. A decisão é sua de ler ou não.

Recado dado… então agora a pergunta é: quem de vocês eu verei por lá?

Até logo ☆

íris • pejaoOnde histórias criam vida. Descubra agora