Capítulo 49 ; p.o.v Alice

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Faz um pouco mais de um mês que convivo com Pedro, não diariamente como João, mas nos encontramos com frequência, seja no escritório ou na casa de Malu. Foi fácil decidir chamar ele e Lissa para meu aniversário, Laura vem junto no pacote e eu até gosto dela, é só saber lidar com o complexo de superioridade dela, que na verdade é a forma que ela encontra de esconder o quão insegura é em relação a tudo.


A questão é, depois de passar um tempo com Pedro consigo entender porque João se apaixonou, ele tem uma aura própria, sempre atencioso, sorridente e pronto para passar horas falando com você sobre qualquer coisa que demonstre interesse. Em um dos nossos encontros decidimos que eu cuidaria do figurino do João para a próxima turnê, o engraçado é que quando Pedro contou isso para o João, tudo que ele falou foi: Se você aprovar o figurino então tudo bem por mim.


E isso é o que eu acho de mais lindo neles, a confiança absoluta que um tem no outro em tudo que diz respeito a carreira de Jão. Sinceramente não sei se Pedro falava sério, mas ainda assim foi incrível visualizar fazer parte disso.


— Eu posso levar a Laura lá pra cima — digo passando a mão por cima do ombro de João — quanto tempo você precisa com o Pedro? Acho que consigo dar conta da Laura, ela não me parece uma pessoa que se esforça muito.


— Alice, nem de mulher você gosta — João diz rindo.


— Eu nunca experimentei, então eu só acho que não gosto — digo sincera.


— E você quer mesmo experimentar com a Laura?


Percebo que faço careta pela risada alta que João deixa escapar.


— Vamos falar de algo mais gostoso — digo olhando na direção de Pedro, que caminha com duas garrafas de cerveja até a namorada.


— Pedro é de fato gostoso — João diz virando o copo de vodka me olhando — Mas não quero falar dele.


— Que bom, porque eu também não, quero falar de vocês, ou melhor de nós.


Solto uma risada fraca, bebendo um gole do meu gin.


— Alice do que você está falando? Acho que não tô conseguindo acompanhar seu raciocínio.


— É simples, quando vocês voltarem, vocês poderiam considerar uma transa a três, eu sendo a terceira pessoa, é claro.


— Liz, o quanto você já bebeu? — João perguntou me virando, fazendo minhas costas encontrar a parede.


— Um pouco, mas não preciso estar bêbada para pensar sobre isso — digo sincera, umedecendo os lábios.


Estamos em um canto afastado, o escuro nos protege de olhares curiosos. Uma das mãos de João aperta meu quadril com força, enquanto a outra está apoiada na parede, me deixando presa entre seus braços.


— Você está me falando que pensa em nós três? — ele pergunta com certa curiosidade, seu olhar não é apenas curioso, é nítido que a menção a esse cenário fez todo seu corpo acender.

íris • pejaoOnde histórias criam vida. Descubra agora