Capítulo 58 ; p.o.v Jão

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Paris, França


O primeiro dia em Paris foi estranho, me senti perdido e deslocado perto de Pedro. Sei que todo mundo percebeu a distância entre nós, mas ninguém perguntou sobre. Alice até chegou a questionar se eu precisava conversar, mas quando eu disse que não, ela apenas respeitou meu espaço.


O segundo dia e tudo continuou estranho. Então veio o terceiro, onde nós visitamos 59 Rivoli, como artista foi bem legal conhecer um pouco mais da história artística pouco falada de Paris. Lá descobrimos que o local foi invadido por três artistas que transformaram o local em um grande atelier de arte. Devido ao seu sucesso, acabou se transformando no terceiro centro de arte contemporânea mais visitado de Paris e a prefeitura teve que regularizar a situação. Pedro escolheu esse passeio, foi legal, divertido e único, assim como o lado criativo dele.


Hoje estamos na La Petite Ceinture, a linha ferroviária construída em 1852, que depois de passar anos desativada e abandonada, agora está aos poucos sendo revitalizada e se transformando num jardim, tornando-se uma atração turística.


— João, eu vou te filmar andando — Ouço Alice dizer.


E isso é uma outra coisa engraçada dessa viagem, sinto que meus dias estão todos documentados, é estranho, mas não de uma forma ruim, apenas estranho.


Não sei se Pedro, Alice e Malu conversaram sobre isso, se eles têm planos para usar. Mas sei que minha amiga capturou bons momentos até agora, tanto meus, quanto do grupo, é uma recordação bonita de se ter.


Ela fala algo inaudível para Pedro, que concorda e se aproxima de mim, andando lado a lado em silêncio. É uma caminhada pela trilha selvagem, cercada de graffitis e muito verde.


Sei que além da filmagem, fotos são tiradas. Pedro sorri para mim em alguns momentos e eu gostaria de falar muitas coisas, mas ainda não sei o que sinto e isso me deixa triste.


Alice corre até nós, sei que é ela pelo som de sua risada se aproximando, seus braços sendo jogados por cima dos nossos ombros. Ela é quase da minha altura, assim como Pedro.


— Não sei o que aconteceu entre vocês — ela diz rindo — e também não quero saber, vocês são grandinhos para ficarem esperando nós sempre resolvermos os seus problemas.


— Alice — Pedro diz baixinho, rindo em seguida.


— O que eu quero dizer é, mesmo brigados vocês são fofos juntos — ela diz dando um beijo em meu rosto e em seguida no de Pedro — as fotos ficaram ótimas.


E então se afastou novamente, mas o resto de nossos amigos já estavam próximos.


— O que ela está aprontando? — pergunto olhando para Pedro. É a primeira vez que falo diretamente com ele desde a noite em casa.


— Não faço ideia — Pedro diz e eu acredito nele.


Caio sugeriu que almoçássemos em La Recyclerie. Uma antiga fazenda em meio a urbana Paris, que agora é espaço para bar e café e ateliê de arte, é de fato um lugar encantador. A decoração com pegada sustentável é composta de madeiras de demolição, mesas e cadeiras escolares e lâmpadas de rua e todo mobiliário fica à venda para quem quiser levar um pedacinho do lugar para casa. Gostaria de levar vários para casa.


O cardápio é 50% vegetariano e é um ponto a mais na conta de Caio.


Quando me sento tem vários lugares na mesa vazio, mas Pedro faz questão de sentar ao meu lado, o espaço entre as cadeiras não é grande, então nossos corpos ficam próximos um do outro. Gio, Lissa e Alice parecem melhores amigas, elas estão se divertindo juntas.


Vejo Lucas abraçar Malu e deitar sua cabeça no ombro dela enquanto leem o cardápio juntos, gostaria de fazer o mesmo com Pedro.



A noite não parece perto de acabar, me sinto cansado, ao mesmo tempo que pensar em voltar para o meu quarto sozinho é desesperador. Penso em Pedro, em como gostaria de estar aproveitando com ele, não tem nada mais que nos impeça de ficar juntos, ainda assim, me sinto triste.


Alice fotografa Lissa, elas riem juntas, é bonitinho de ver. Gio e Malu também aproveitam de sua própria forma, registrando momentos delas juntas. Estou alheio a conversa que Pedro e Lucas engataram com Caio e Renan, estou apenas de corpo presente e mais uma vez entre todos os degraus livres, Pedro escolheu se sentar próximo a mim. E por mais que eu sinta vontade de sair e correr para o mais longe possível, ainda assim é bonito estar na margem do Sena com Pedro ao meu lado.

Pedro sorri para mim quando minha perna sem querer toca em seu braço.


— Eu preciso ficar sozinho — digo, enfim tomando coragem para me levantar — encontro vocês no hotel.


Não sei exatamente para onde vou, mas sei que preciso ir.



Oi oi, como vocês estão?


Bom, capítulo de transição e vocês sabem o que eu penso sobre capítulos assim k k k


Mas para ser boazinha, vou compartilhar com vocês um moodboard geral da viagem para a França.


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Queria fazer a contagem a partir desse capítulo, mas acho que irei precisar mudar algumas coisas ainda... então vou segurar um pouco mais.


Nos vemos no próximo capítulo, embaixo da Torre Eiffel, João e Lissa conversando. Até lá ☆

íris • pejaoOnde histórias criam vida. Descubra agora