Capítulo 48 ; p.o.v Pedro

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— Oi, muito prazer, eu sou o João Vitor — João diz estendendo a mão para mim e a apertando assim que ficamos sozinho no escritório — eu escrevo algumas músicas, lanço álbuns e me divirto em cima do palco às vezes.


— Oi, eu sou o Pedro — digo ainda sem soltar a mão dele — escrevo algumas músicas, alguns roteiros e eventualmente dirijo clipes e shows.


— Ouvi dizer por aí que você é um excelente diretor.


— Eu faço o meu melhor, mas o artista ajuda também — digo soltando nossas mãos e sorrindo — me conta um pouco sobre você, o que você fez nesses meses.


— Tentei compor, mas você já sabe que isso não funcionou.


— Se você não compôs, então o que exatamente você fez? — pergunto rindo.


— Chorei — João responde dando de ombros e rindo em seguida — mas é sério, eu realmente me permite sentir, me permite chorar e foi horrível no começo, mas aos poucos fui começando a me sentir eu mesmo, tentei aprender a cozinhar e não me sai nada bem.


— Eu aprendi a cozinhar — Digo rindo — e eu me saí muito bem nisso.


— Porque você aprendeu a cozinhar? — João perguntou realmente surpreso, mas seus olhos brilhavam de curiosidade.


— O término foi muito ruim para mim João e eu comecei a me alimentar muito pior do que já me alimentava, então a Lissa nos inscreveu em um curso de culinária e passamos a ir todas às quintas a noite, no começo eu odiava, mas aí aos sábados eu e ela cozinhamos juntos algum prato com coisas que aprendemos na aula e isso começou a ser divertido — digo sorrindo — então de fato comecei a me dedicar e ficar bom nisso, eu ainda faço às aulas com ela.


— Por isso você disse que de quinta sempre vai precisar sair mais cedo — ele diz como se tudo fizesse sentido em sua cabeça novamente — a Laura deve ser feliz, porque você sempre é muito bom em tudo que se propõe a fazer.


— Eu nunca cozinhei para a Laura — digo um pouco sem jeito — não por nada, mas é que não gosto de cozinhar fora de casa.


Digo desviando o olhar, existem coisas sobre meu relacionamento com Laura que pode ser confuso para quem está de fora, e até mesmo para mim, como por exemplo o fato de ela ter dormido em casa apenas uma vez, sou sempre eu que vou para a casa dela.


— Eu tentei parar de fumar — digo dando de ombros — mas você já deve ter percebido que essa não foi uma tentativa bem sucedida.

íris • pejaoOnde histórias criam vida. Descubra agora