íris • pejao

Capítulo 16 ; p.o.v Jão

Se me perguntassem como é estar em um palco, diria que é insano. Mas jamais saberia dizer até esse momento, o quão insano é. Não é a primeira vez cantando para pessoas que escolheram estar lá por mim, mas é o primeiro show, da primeira turnê e estar realizando esse sonho, quase parece que de fato estou sonhando e que a qualquer momento irei acordar sozinho na minha cama.

Mas é ouvindo cada pessoa aqui cantando minhas músicas e gritando meu nome, que percebo que sim, é real. E eles estão aqui por mim. Isso não é insano, isso é o momento mais feliz da minha vida até agora.

— Jão, está tudo lindo — ouvi Pedro dizer no meu ponto — você está se saindo bem, mais três músicas e vamos ter entregue o primeiro show da turnê.

Ouvir aquilo me tranquilizou, saber que Pedro, Malu e Renan estavam ali comigo e por mim, me transportava para um lugar seguro.

As últimas músicas foram cantadas, desço do palco com a sensação de missão cumprida e o Renan é a primeira pessoa que vejo, o abraçando com força.

— Obrigado, hoje isso só foi possível porque você nunca me deixou desistir — disse sentindo as lágrimas escorrerem.

— Oh João — ele disse me abraçando de volta — nunca vou te deixar desistir de fazer o que te faz feliz e eu gosto de trabalhar com você, então nunca mesmo vou te deixar desistir.

— Você tem um ponto de vista que acho justo — Pedro me olhava de longe e tudo que queria era ir até ele, mas Malu também merecia um agradecimento imediato — eu amo você Maluzinha, obrigado por ser eu e você por nós três.

— Sempre seremos eu e você por nós três. — ela disse me abraçando, fazendo Renan rir, era uma frase nossa de anos atrás, quando precisamos implorar para o Renan nos acompanhar nos rolês mais insalubres possíveis — agora dê o melhor beijo da sua vida, naquele carinha ali, porque você não tem ideia da quantidade de elogios que o palco recebeu.

Ando em direção ao Pedro e ele sorri, seus olhos brilham e tudo o que meu corpo quer é se abrigar em seu abraço e é o que eu faço.

— Foi tudo lindo Pepê — disse em um sussurro, o abraçando mais forte — obrigada, meu amor.

— Estou orgulhoso de você, amor — ele disse mantendo o abraço um lugar seguro.

Mas quando senti a necessidade de juntar nossos lábios, ouvi a voz dos amigos dele preenchendo o espaço. E não faço ideia se eles sabem sobre nós.

— Peu — um deles chamou, o crachá de staff no peito que Pedro pediu para três amigos chamava a atenção, era bom ler meu nome ali.

— E aí, o que acharam? — Pedro perguntou animado.

— Foi incrível, obrigado por chamar a gente — ele disse me olhando — cara, você é bão mesmo.

— Obrigado, eu acho — disse um pouco nervoso, cumprimentando cada um dos três, sem saber ainda quem é quem.