Capítulo 42 ; p.o.v pedro

491 41 133
                                    


Fazia tempo que Lissa não vinha para a fazenda, desde que seu avô faleceu, ela evitou ao máximo pensar no lugar que um dia ele chamou de lar. Mas ela pareceu animada durante toda a viagem até aqui e eu também. Estar em terras mineiras é sempre gostoso.


Já é fim de tarde quando chegamos, nossos quartos já estão arrumados, falta Malu e Lucas se juntarem a nós e se der tudo certo, Heloísa, Lucca e Felipe irão se juntar a nós amanhã. 


Três batidas na porta e sei que é Lissa, vou até lá e abro para ela.


— Cadê a Laura?


— Tomando banho, porque?


— Preciso de você por cinco minutinhos — ela diz dizendo bico.


— Lau — chamo na porta do banheiro —  tô lá embaixo com a Lissa, desce quando terminar.


— Ok amor — ela grita de volta.


— Me incomoda muito que você chame ela pelo nome e ela te chame de amor — Lissa diz fazendo careta.


— Você precisa de ajuda com o que Melissa? — pergunto rindo, passando um dos braços por cima do ombro dela.


— Malu e Lucas chegaram — ela diz olhando o celular e parando assim que terminamos de descer a escada — eu te amo muito, você sabe disso né?


— Sei, mas porque está dizendo isso?


— E por favor se lembre que você também me ama muito — ela diz respirando fundo e indo até a porta.


— Lissa, o que você apontou? — pergunto a seguindo e então ela abre a porta. O carro de Renan está logo atrás do de Lucas.


Mas nem de longe é o que chama minha atenção.


João desce do banco de trás de óculos de sol e rindo, rindo de verdade. Como alguém que acabou de ouvir uma piada engraçada. 


— Porra Melissa... — antes que eu pudesse falar qualquer outra coisa, ele olha em nossa direção. E pela forma que seu sorriso diminui, percebo que ele também foi pego de surpresa.


João fala algo no ouvido de Alice, que assente mordendo o lábio e então ele ri novamente, mas dessa vez é de frustração. Ainda sei diferenciar.


— Foi tudo bem na viagem? — Lissa pergunta me olhando, como quem pede desculpas e desce a pequena escada da entrada em direção a eles.


— Foi, aqui é lindo — é Caio quem responde.


Desço também para ajudá-los, abraço todos, menos João. Nossas mãos se apertam em um cumprimento simples, distante e frio. É estranho. Mas ele pelo menos sorri quando isso acontece.

íris • pejaoOnde histórias criam vida. Descubra agora