Capítulo 26 ; p.o.v Jão

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Desde o fim da turnê Lobos, nossas energias estão direcionadas para o próximo álbum. O curso em Barcelona mudou muitas coisas na forma que vemos nosso trabalho, mas também mudou algumas dentro de nós.


Nas semanas que se seguiram após Barcelona, eu e Pedro nos aproximamos novamente, pelo menos no que diz respeito ao lado profissional. Não nos reunimos mais com tanta frequência fora do escritório e quando ele vai, nunca fica por muito tempo. Mas ainda assim os dias têm sido melhores.


Antes de eu beijá-lo no quarto de hotel, estávamos trabalhando em música que nomeamos de Você Vai Me Destruir e é justamente a que estamos tentando finalizar, mas minha mente se nega a focar nela.


— Jão, quer parar? — ouço a voz de Pedro me trazendo de volta.


— Não, é só que minha cabeça parece querer pensar em outra música — digo sincero.


— Tudo bem, vamos mudar a música, qual sua cabeça está pensando? Já existe algum rascunho dela ou é uma nova?


— É a que começamos a escrever na casa dos seus pais.


— Certo, ela ainda está espalhada nos nossos blocos de notas — Pedro disse pegando o celular e me passando — isso é o que tenho.


— Eu tenho isso — respondi passando o meu celular para ele

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— Eu tenho isso — respondi passando o meu celular para ele.


— Essa eu fiz para o nosso amor, soa muito mais legal que essa música eu fiz para nós dois — Pedro disse rindo, riscando a frase dele que tinha passado para a folha e escrevendo a minha na frente

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— Essa eu fiz para o nosso amor, soa muito mais legal que essa música eu fiz para nós dois — Pedro disse rindo, riscando a frase dele que tinha passado para a folha e escrevendo a minha na frente.


— Sinto que temos uma boa parte dela, só precisamos montar o quebra cabeça — disse encarando a folha — Gosto muito dessa parte aqui você escreveu: Eu já tinha desistido de mim, minha vida é sempre assim.


Pedro sempre foi bom em encontrar o padrão perfeito para as frases soltas que escrevo e dessa vez não é diferente, consigo ver a música tomando forma na minha frente.


— É o que temos por enquanto, sinto que falta muita coisa, mas você pode cantar da forma que imagina ela, para ver como está ficando?


Sempre canto as músicas que a gente escreve, nunca tive problemas com isso, mas hoje me sinto especialmente nervoso. Mas assim que minha voz sai, não sinto mais medo e gosto do que ouço.


— Gostei — ele diz sorrindo.


— Acho que essa música vai precisar de uma boa ponte — começo dizendo, atraindo a atenção de Pedro — ela precisa dessa sensação de novidade, com mudança tanto na sonoridade, quanto na história, a ruptura do amor que é cantado no início.


— Gosto da ideia, podemos escolher depois quais dos nossos versos vão ganhar esse outro ponto de vista.


— É engraçado que essa música tenha nascido em um momento tão lindo nosso — eu disse sem olhar para ele — e ela pode se tornar uma coisa completamente diferente da proposta inicial.


— Mesmo que ela se torne diferente da proposta inicial, acredito que ela vai ser uma música muito bonita sobre o que vivemos, mesmo que conte algumas coisas dolorosas, o amor não é lindo o tempo todo e tudo bem, porque isso não anula os momentos bons.


— Odeio como você é bom com as palavras — disse o olhando e rindo — mas concordo com você.


Pedro sorri, voltando a ler a letra que nós temos e é então que eu decido finalmente compartilhar o que venho pensando a dias.


— Se eu falar algo que passou pela minha cabeça, promete não ficar bravo? — perguntei umedecendo o lábio e sorrindo de canto.


— Prometo — Pedro respondeu largando a caneta e apoiando o queixo em uma das mãos, me olhando.


— Sei que fui um pouco babaca em Barcelona — comecei dizendo e ele riu, parecendo concordar comigo — mas tenho pensado desde então que gostaria de ter uma última noite feliz com você.


— Como assim João?


— Pode parecer bobo, mas é como se fosse a última noite depois da despedida, onde nós podemos nos entregar uma última vez, não sei você, mas eu preciso disso, preciso de uma despedida do que nós fomos, mas principalmente uma despedida do que poderíamos ter sido.


Sinto vontade de chorar, mas o que ouço em seguida me faz sorrir, pelo menos por hoje.


— Uma noite — Pedro disse sorrindo de canto — uma noite para vivermos tudo.


— Só eu e você acordados, esperando o fim chegar — respondi sem olhar para ele.


O fim já chegou. Mas prefiro acreditar que ainda temos a última noite. 




Oi oi, como vocês estão?


 Eu amei acompanhar o surto de vocês com os dois ultimos capítulos, em breve irei responder os comentários hihi 


Esse é um capítulo pequeno para compensar os dois últimos, que foram os maiores até aqui, com mais de 1.5k escrito, eu estava inspirada hahaha Mas é um capítulo bem importante e acredito que vocês já conseguem imaginar qual música vai inspirar o próximo capítulo né...


Não posso prometer nada sobre ele, inclusive. Não sei se terá choro, cenas mais quentes, porque não escrevi uma linha sequer dele, irei descobrir quando abrir o docs e ver o que sai, só espero que saia uma capítulo legal, no fim.


É isso, vejo vocês na última noite, a melhor das nossas vidas ☆

íris • pejaoOnde histórias criam vida. Descubra agora