capítulo 8

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Sinto minha consciência retornando aos poucos, lutando para clarear minha mente. Com um esforço consciente, abro os olhos, mas a luz intensa do ambiente me cega momentaneamente.

Percebo que estou em uma sala de hospital, o que me gera uma sensação de desconforto e ansiedade. Tentando me levantar, percebo que uma fraqueza avassaladora impede qualquer movimento.

Murmuro para mim mesma em frustração, desprendendo os acessos do meu braço e me sento na beira da cama. Observo pela janela, perdida em meus pensamentos, quando a porta se abre e alguém entra no quarto.

— Olá, senhora Hokage — cumprimento, reconhecendo o visitante.

— Olá, que bom que você acordou — responde ele em um tom sereno, sentando-se em uma cadeira próxima à cama.

Sua presença e calma trazem um pequeno conforto em meio à turbulência da minha mente. Meu coração aperta com a percepção de que fiquei desmaiada por um longo período desta vez.

— Quanto tempo eu fiquei desmaiada dessa vez? — pergunto com tristeza na voz.

Ele respira pausadamente antes de responder.

— Foram três dias apenas. É importante que você se mantenha calma a partir de agora.

— Perdi o controle ou só desmaiei? — pergunto, preocupada com a possibilidade de ter desencadeado algo além do desmaio.

A Hokage respira profundamente antes de responder, mantendo um tom reconfortante.

— Apenas desmaiou. Quando você desmaiou, Shikamaru trouxe você rapidamente para o hospital. Ele e os outros jounins têm vindo aqui regularmente para verificar como você está — ela explica,
— Peço desculpas por ter causado preocupação a todos. Não era minha intenção — respondo, sentindo-me genuinamente arrependida.

A Hokage se levanta da cadeira e se aproxima, colocando a mão em meu ombro, transmitindo uma compreensão compassiva.

— Ayka, como Hokage e também como alguém que se preocupa com você irei. te ajudar com isso
Assimilo suas palavras e me permito aceitar o cuidado

— Obrigada — respondo, tentando colocar um sorriso no rosto,

— Muito bem, então você terá alta para voltar para casa e descansar — diz ela, transmitindo uma sensação de alívio

Fico observando a Hokage sair do quarto, deixando-me sozinha em meus pensamentos. Volto a me deitar na cama, sentindo a frustração me consumir.

Enquanto reflito sobre minha humilde vida, uma onda de pensamentos negativos toma conta de mim. Pergunto-me por que parece que tudo sempre acontece comigo, por que sou constantemente desafiada e enfrento obstáculos difíceis de superar.

A sensação de cansaço e exaustão se mistura com a frustração, e uma voz interior começa a lutar com minha mente.

— Não seja assim, eu quero sair um pouco. Não seja má — sussurra a voz.

Instintivamente, coloco minha mão na cabeça, lutando contra essa voz interna que parece querer me levar por um caminho obscuro.
— Não!!!.  Grito em frustração, tentando afastar tais pensamentos.

Nesse momento, sinto alguém segurando minha mão. Abro os olhos e vejo Shikamaru ao meu lado.

— Você está bem? — ele pergunta, preocupado com minha reação.

Respiro fundo e decido esconder meus verdadeiros sentimentos.

— Sim, estou bem — respondo, mentindo.

Shikamaru olha para mim com curiosidade, aparentemente percebendo que estou escondendo algo.

— Por que você estava gritando "Não"? — ele questiona, querendo entender o motivo por trás do meu comportamento.

Meus lábios tremem enquanto tento formular uma resposta.

— Lembrei que atrapalhei o treinamento, Desculpe por decepcioná-lo — digo, mentindo novamente.

A verdade é que estou lutando contra minhas próprias inseguranças e medos, mas é difícil admitir isso para alguém

— Tudo bem, vim te levar para casa. Estou te esperando na recepção — diz ele, saindo do quarto.

Após um tempo, recebo alta para ir para casa e saio com Shikamaru. Agradeço a ele por acompanhar-me.

— É que, de acordo com as ordens da Hokage, agora seremos parceiros — explica ele, colocando as mãos nos bolsos e parecendo imerso em pensamentos.

Fico surpresa com a revelação.

— Como assim, parceiros? Ninguém me falou nada sobre isso — respondo, expressando minha confusão.

Ele olha para mim, com um semblante pensativo.

— Parece que a Hokage Tsunade não te informou. Parece que seremos designados para trabalhar juntos em missões e tarefas futuras — explica ele, sua expressão séria.

Sinto um misto de surpresa e curiosidade com essa nova dinâmica.

— Obrigada por me acompanhar e por me informar sobre essa nova situação. Estou curiosa para ver como trabalharemos juntos — digo, com um pequeno sorriso no rosto.

— Quero te levar a um lugar — diz Shikamaru, despertando minha curiosidade.

— Tudo bem então — respondo, pronta para segui-lo e descobrir para onde ele quer me levar.

Curiosa e intrigada, caminho ao lado de Shikamaru, ansiosa para descobrir nosso destino.

— Onde estamos indo? — pergunto, curiosa sobre nosso destino desconhecido.

Ele sorri, divertido com minha curiosidade.

— Mulheres sempre tão curiosas.

Rio em resposta ao seu comentário, aproveitando a atmosfera descontraída ao seu lado.

Finalmente, chegamos a um lugar onde podemos ver toda a vila. Para minha surpresa, Shikamaru se deita no chão e eu me sento ao seu lado.

— O céu não é lindo? — ele pergunta, admirando a vista.

— Sim — respondo, compartilhando seu encanto pelo céu estrelado.

Por um momento, perdemos a nós mesmos na quietude daquele momento e na beleza do céu iluminado.

— Na minha próxima vida, gostaria de ser uma nuvem — diz ele, rompendo o silêncio.

Curiosa, pergunto:

— Por que diz isso?

Ele dá uma pausa, pensativo, antes de responder:

— As nuvens são livres. Eu gostaria de ser livre.

Compreendo seu desejo por liberdade e me sinto carregada pela sinceridade de suas palavras.

— Vamos voltar, estou com fome — sugiro, já sentindo o peso da fome em meu estômago.

Concordamos em voltar e caminhamos até minha casa, aproveitando o silêncio confortável entre nós.

Chegando em casa, agradeço a Shikamaru por ter me acompanhado.

— De boa — ele responde casualmente.

Nos despedimos e entro em casa. Acendo as luzes e, para minha surpresa, meu pai ainda não está lá. Vou para o meu quarto, tomo um banho relaxante para acalmar o corpo e a mente confusa.

Após relaxar no banheiro, preparo rapidamente algo para comer. Meu cansaço se intensifica e acabo adormecendo na sala, nem percebendo que não retornei ao meu quarto.

shikamaru nara Onde histórias criam vida. Descubra agora