Serviços e Reencontros

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No lado de fora era possível ouvir alguns gritos ao longe, mas que foram chegando mais e mais perto em poucos segundos. Os dois se levantaram e foram até a pequena varanda na frente da casa apenas para ver uma grande raposa amarela correndo na direção deles.

Pitt- Que estranho, não se vê isso todo dia por aqui. -Ele se apoia no corrimão de madeira.

Nikolas- Espera aí... Kai?

POV: KAI

Agora com o rastreador funcionando, Kai denominava suas direções a partir dos sinais recebidos. Cada pulso do dispositivo era como um eco da esperança que pulsava em seu peito, alimentando sua ansiedade com uma intensidade descomunal. Ele avançava pelas ruas com uma determinação firme, seus passos rápidos transmitiam o ritmo acelerado de seu coração.

A cada esquina virada, cada rua percorrida, a certeza de que estava no caminho certo se fortalecia dentro dele. As suas promessas quebradas e os medos que haviam assombrado sua mente por tanto tempo, agora eram substituídos pela crença inabalável de que Nikolas estava lá fora, esperando por ele.

O sol brilhava alto no céu, mas Kai mal percebia o calor em seu pelo. Seu foco estava inteiramente voltado para o destino que se aproximava, para o reencontro que há tanto tempo ansiava. A sensação de vazio que o acompanhara desde o desaparecimento dele começam a se dissipar. Enquanto se aproximava em direção ao seu objetivo, ele sentia-se tomado pela possibilidade de poder restaurar o que fora perdido.

E, com cada passo dado em direção ao desconhecido, ele sabia que estava mais perto de recuperar não apenas a presença de Nikolas, mas também seu próprio descanso.

Todas aquelas noites que fiquei acordado, pensando em você, pensando no que eu faria e, no fim, você simplesmente voltou. Vou precisar de uma longa conversa depois.

Kai para de correr por um instante, percebendo que as direções do rastreador estavam um pouco confusas e, olhando mais atentamente, havia uma pequena rachadura em pleno ar. Interagindo com ela, Kai acabou fazendo com que caísse mais um pedaço. Então, desta maneira, ele foi retirando os cacos que aos poucos aumentaram a rachadura o suficiente para que pudesse ser atravessada.

O que é essa coisa? Será que o Nikolas está fazendo isso ou é apenas um erro? Não tenho tanto tempo para reclamar, se o rastreador deu esta direção, eu preciso continuar.

Ele continuava correndo pelo que agora entendia como: o Deserto de Teffora. Seguindo cegamente qualquer ordem daquele artefato... vire à esquerda, vire à direita, siga em frente e, sem hesitação, ele cumpria todo e qualquer trajeto solicitado. Seus pés ardiam sob a areia do vasto deserto, mas mesmo assim, Kai não apresentou nenhum sentimento de desistência em seu percurso. A cada passo, o calor implacável se infiltrava em seu corpo, fazendo com que gotas de suor escorressem pelo seu rosto. A temperatura era sufocante, quase insuportável, mas Kai continuava a avançar, cada vez mais determinado.

Seu coração batia forte no peito, impulsionando-o para frente, enquanto seus olhos buscavam intensamente por qualquer sinal de uma possível rachadura que pudesse o levar para outro lugar.

O vento soprava uma melodia árida, carregando consigo o eco distante da inexistência, fazendo Kai sentir-se pequeno diante da vastidão do deserto, mas sua determinação era como uma chama ardente que queimava dentro dele, alimentando cada esforço. Cada grão de areia sob seus pés era um lembrete constante de sua jornada, uma jornada que ele não podia abandonar. Ele sabia que Nikolas estava lá fora, em algum lugar além daquele horizonte infinito, e ele não descansaria até encontrá-lo e, com cada passo, ele se aproximava mais de seu objetivo, sua esperança se fortalecendo a cada segundo, até que finalmente, em meio ao brilho ofuscante do sol, ele avistou algo à distância: uma rachadura, um pequeno ponto brilhante naquela paisagem desértica.

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