Até Mesmo na Coroa

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Período da manhã. Mundo real.

Já faz algum tempo desde que eu voltei, mas parece que quando eu apareço os dois sempre acabam tomando um susto ou ficando surpresos como se ainda não tivessem se acostumado. Eles até que conseguem esconder bem, mas eu sempre vejo... bom, não posso dizer que culpo eles por isso, a minha reação também não foi uma das melhores...

Gi- Nikolas, vai se atrasar de novo? -Ela abriu a porta de sua caverna pessoal, o tirando de seu descanso.

E agora essa é minha vida, trabalhando num emprego comum de dia, mas, de noite, trabalhando para um governo de divindades. Mas ter uma vida desse jeito acaba tendo algumas consequências estranhas: o tempo entre elas passa diferente. É uma das coisas que venho notando com as minhas viagens e que eu não posso controlar, mas saber como funciona seria interessante. Mas é melhor eu parar de de enrolar senão posso ficar sem meu trabalho.

Nikolas- Eu já vou... -Respondeu com resmungos. Que horas são? -Ele esfregou os olhos, acordando aos poucos.

Gi- Tipo... umas dez para sete. -Disse, um pouco apreensiva.

E quase imediatamente ele saltou da cama buscando suas roupas. Aquelas simples palavras foram o suficiente para fazer ele despertar por completo. Em menos de poucos segundos, lá estava ele com um "uniforme" decente para sair, mas ainda com uma expressão de pânico no rosto.

Nikolas- Por que não me acordou? -Disse, tentando desesperadamente dar um nó em sua gravata.

Gi- Você ignorou seus três alarmes... achei que estivesse desmaiado na cama e por isso vim dar uma olhada. -Dizia do outro lado da porta.

Nikolas- Ok, a gente já pode ir! -Pegou sua mochila e foi até o carro. Eu tomo café da manhã outra hora. Estou levando lanche. -Ele sacode uma tupperware e se senta no banco.

A viagem seguiu tranquila, mas com um pouco mais de velocidade, dando tempo para Nikolas se recuperar de uma pequena dor de cabeça, provavelmente pela agressividade de quando acordara minutos atrás. Sua irmã, como sempre, se despediu dele e partiu também para seu trabalho. Nikolas já tinha perdido a noção de tempo e, engolindo em seco, adentrou a academia na esperança de não estar tão atrasado quanto parecia.

Nikolas apertou o passo na academia, o coração martelando no peito enquanto se dirigia rapidamente para o balcão de recepção. Ele sentia uma mistura de ansiedade e alívio ao mesmo tempo, esperando não ter perdido tanto tempo quanto temia. Respirou fundo enquanto se aproximava do relógio de parede, cujos ponteiros pareciam se mover em câmera lenta. Ao verificar as horas, uma onda de alívio passou sobre ele. Ainda estava dentro do horário, com alguns minutos de sobra até o início do seu turno.

Um sorriso se espalhou pelo rosto dele, dissipando as preocupações que o assombravam momentos antes. Com um suspiro, ele sentou-se em sua cadeira, pronto para começar mais um dia de trabalho.

Bruno- Quando foi que você chegou?! -Ele surge da sala dos funcionários. Eu só fui no banheiro por 1 minuto e você aparece. -Ele sorri sentando na cadeira ao lado.

Nikolas- Eu achei que estava atrasado... você não sabe a velocidade em que eu me arrumei. -Riu envergonhado.

Bruno- Mas, pelo menos, ficou bonito. -Ele segura a gravata mal amarrada. Quer que eu arrume? -Pergunta, esperando autorização.

Nikolas- Ah obrigado, por favor. -Quando ele ia se aproximar, Bruno lentamente o puxou para perto pela gravata.

Uh? Mas o que foi isso? Eu estou sentindo umas energias estranhas por aqui, mas será que não sou só eu? Por que ele teve que me puxar assim? Calma, ele é seu chefe. Isso não é nada além de uma relação profissional entre chefe e funcionário.

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