17 - ACENDENDO A CHAMA

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LIAN EVANS

Quarta feira chegou, dei minhas aulas como de costume, não encontrei pelos corredores e nem dei aula em sua turma, mas ao chegar na sala dos professores ouvi o seu nome.

- A mãe dela ligou pra justificar sua falta, o pai teve um infarto ontem a noite. - Kate, a professora de redação falou.

- A mãe de quem? - perguntei querendo confirmar se tinha mesmo ouvido o nome dela antes.

- Da Samantha Clarck, a aluna do último ano. O pai está hospitalizado e parece que ela ficou a madrugada com ele esperando que saísse de uma cirurgia.

- Mas ele está bem? - Ela deve estar arrasada.

- Parece que sim.

Saí da sala dos professores e fui até a secretaría a passos rápidos, pedi a ficha da Samantha e peguei seu número de celular, dei a desculpa de que precisava falar algo relacionado a peça porque ela era minha assistente e foi fácil conseguir.
Mandei uma mensagem perguntando como ela estava e se precisava de alguma coisa. Voltei para dar minha última aula mas não parava de olhar o celular esperando sua resposta. Quando terminei meus horários de aula ainda não tinha recebido nenhuma resposta dela, então por impulso dirigi até a sua casa.
Estacionei na frente e fui até a sua porta com passos rápidos, toquei a campainha 3x até ela abrir.
Samantha estava com um rosto cansado, com olheiras, o cabelo solto um pouco bagunçado, vestia um short jeans com uma camiseta de algum time que eu desconhecia.

- Professor Evans? - perguntou parecendo surpresa ao me ver.

- Oi. Posso entrar? - eu estava um pouco nervoso.

- Claro.

Ela se afastou me dando espaço para entrar e fechou a porta atrás de nós. Fui direcionado até a sala mas não quis sentar, estava ansioso.

- Está sozinha? - ela concordou balançando a cabeça - Sua mãe está no hospital com o seu pai?

- Ah, não! Minha mãe está trabalhando, a amante dele é que está com ele. Quer beber alguma coisa?

- Não, obrigado. Amante? - Ela devia estar sendo irônica.

- É, ele não mora com a gente, mora com a vadia da secretária dele, então ela que está cuidando dele. Mas como você soube do meu pai? - Eu não sabia nada da vida dela.

-  Sua mãe ligou para justificar sua ausência no colégio e os professores comentaram. Sinto muito! Como ele está?

- Está melhorando, vai ficar em observação na UTI por alguns dias.

- Que bom! E você, como está?

- Estou bem. Porque veio até aqui? Não estou com cabeça pra ser sua assistente hoje.

- Não vim pra isso. Te mandei uma mensagem pra saber como estava, mas você não respondeu. Fiquei preocupado e vim pra ver se precisava de alguma coisa. Porque não respondeu?

- Meu celular está carregando, não vi sua mensagem. Você se preocupou comigo? - seu olhar demonstrava surpresa.

- Sim, me preocupo muito com você. - dei alguns passos até ficar próximo dela - Imagino como você deve estar se sentindo.

Levei uma das mãos até o seu rosto e coloquei uma mecha do seu cabelo atrás da orelha.

- Foi horrível. Vê-lo daquele jeito foi horrível.

A puxei para um abraço e ela aceitou. Passou suas mãos pela minha cintura e eu a apertei contra o meu corpo sentindo seu calor. Como era bom! Eu ficaria horas ali.
Dei um beijo em sua testa e olhei seu rosto, ela estava com o olhos fechados, sua boca parecia que me chamava, quis tanto juntar nossos lábios que até esqueci que se tratava de uma aluna.
Uma das minhas mãos foi até a sua nunca e levantei seu rosto fazendo com que ela olhasse pra mim. Senti a ponta do meu nariz encostar no dela e ela abriu um pequeno sorriso. Eu sabia o quanto aquilo era fodidamente errado, mas não me importei.

- Me desculpa mesmo por ontem, Samantha. Você não tinha culpa do que aconteceu comigo. - Acaricie seu rosto com o polegar - Ignora o que eu falei, você não é só uma aluna pra mim.

- E o que eu sou, professor?

- Você é... acho que...minha amiga. Uma ótima amiga.

Ouvimos uma batida na porta e eu me afastei rápido, sentei no sofá enquanto ela foi até a porta.

MEU ADORÁVEL PROFESSOROnde histórias criam vida. Descubra agora