50 - NO OLHO DO FURACÃO

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LIAM EVANS

A noite foi menos pior do que imaginei. Ter a Samantha do meu lado me deu mais confiança pra lidar com a situação.
O Owen me deixou a vontade e sua esposa era extremamente gentil, conversamos sem brigar e isso foi um avanço e tanto. Seu filho estava viajando e não participou do jantar conosco, o que eu achei ótimo.
Antes de deixar a Sam transamos no carro próximo a sua casa. Essa sensação de adrenalina que o perigo causa é extremamente excitante.

Assim que cheguei no colégio no dia seguinte encontrei a Samantha no estacionamento com um envelope amarelo nas mãos. Aquele maldito envelope amarelo.

- Ela sabe que nós voltamos. - Ela falou estendendo pra mim.

Assim que abri tinham mais fotos nossas e um bilhete pior que os anteriores.

"Acho que você já fez sua escolha e foi uma péssima escolha. Não vou destruir só a vida do seu namoradinho mas a sua também."

- Merda! Como ela descobriu?

- Não posso mais ser vista com você. - Ela falou preocupada - Vamos terminar e quando acabar a escola a gente fica junto de novo, na Califórnia talvez, longe dela.

- Não. Não vou mais permitir que ela tenha esse poder sobre nós. - Peguei sua mão e saí a puxando pra dentro da escola.

Ela me seguiu sem entender nada, mas eu estava decidido. Entramos na sala do diretor e e joguei o envelope sobre sua mesa. Samantha me olhou desesperada, mas não podíamos mais continuar naquela situação.

- Quero minha demissão. - Falei sem soltar a mão dela. - A partir de hoje não sou mais professor dessa instituição.

- O quê? - Samantha e o Owen perguntaram juntos.

Owen abriu o envelope e viu nossas fotos e o bilhete.

- Mas que porra! - Ele falou alto. - Que porra vocês fizeram, Liam? Você está louco?

- Eu tentei evitar, Owen. Foi mais forte que eu. - Falei firme.

- Nós podemos explicar, diretor. A culpa foi minha, eu que o seduzi. - Ela tentou justificar.

- Não, Samantha. Nós dois queríamos isso da mesma forma. - Olhei pra ela e depois voltei a olhar pro meu pai. - Existem mais bilhetes e fotos como essa, a autora deles é a professora Pietra e eu não vou terminar com a Samantha por isso. Então eu me demito.

- Ah, por favor! Você não pode estar falando sério. Vai acabar com a sua carreira por causa de uma aluna? Uma simples garota? - Ele perguntou se levantando da cadeira e batendo na mesa. Senti o corpo da Samantha dar um passo pra trás assustada.

- Ela não é uma simples garota. - Coloquei a mão na sua cintura e a puxei pra perto de mim - Ela é a minha garota, minha paz, minha casa, ela é a única pessoa que eu quero do meu lado!

- Você só pode estar louco! - Owen se aproximou de nós dois. - Senhorita Clarck, vá pra sala de aula agora.

- Não precisa ir, Sam! - falei olhando pra ela.

- Você não tem mais autoridade nesse colégio, Evans. - falou olhando pra mim e depois olhou pra ela - Vá agora, Samantha!

- Eu não vou a lugar nenhum. - Ela disse se opondo a ele. - Eu não vou sair do lado dele.

Owen começou a rir de forma debochada.

- Isso não está acontecendo! Não pode estar acontecendo! A Selena me alertou ontem, ela me disse pra tomar cuidado com vocês dois, aquela mulher sempre tem razão! - ele pareceu pensar um pouco - Sentem-se.

Obedecemos e sentamos nas cadeiras à frente de sua mesa.

- A Samantha vai ter alguma punição? - Perguntei.

- Se ninguém descobrir, não. Mas se a professora Pietra expor não sei como podemos contornar a situação.

- Diga que eu a seduzi. Eu a levei a isso.

- Não! De jeito nenhum - Ela falou e eu quis pedir que ela calasse a boca.

- Sam, deixa comigo. Ok? - E ela assentiu mesmo contra sua vontade.

- Certo, vou solicitar sua demissão. Pegue suas coisas e saia sem falar nada com ninguém. - Ele respondeu sério - E você, va pra sala de aula e não conte nada a ninguém. - Samantha assentiu novamente - Eu preciso te perguntar como regra da escola, o professor Evans te forçou a ter alguma relação com ele?

- Nao! É claro que não. O primeiro beijo inclusive fui eu que dei e nossa primeira vez eu quis também!

- Samantha! Não preciso desses detalhes, ok? - Owen falou parecendo desconfortável. - Pode sair, por favor.

Ela obedeceu saindo e nos deixando a sós.

MEU ADORÁVEL PROFESSOROnde histórias criam vida. Descubra agora