9 - CARONA

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LIAM EVANS

Samantha Clarck era uma aluna intrigante. Estava gostando de alfineta-la, gostava de provocá-la e gostava ainda mais quando ela revidava. A situação de gato e rato podia atrapalhar nosso "trabalho" juntos na peça então decidi ser um pouco mais legal com ela, afinal eu precisava ser profissional.

- Porque escolheu ser minha assistente? - perguntei enquanto ela me ajudava a organizar as cadeiras para os alunos que estavam começando a chegar.

- Porque aceitou?

- Não é como se eu tivesse muita escolha. Você é aluna e tem todo o direito, independente da minha vontade, além de que o diretor insistiu.

- Então você não queria?

- Você não é minha aluna favorita, Clarck. Então não!

- Você não é meu professor favorito. - respondeu dando de ombros. - Eu precisava participar de alguma coisa pra ter uma boa carta de recomendação para as universidades. Por isso quis ser sua assistente.

- Não tinham outras opções de atividades pra você participar?

- Era isso ou eu acabaria com a orquestra daqui com toda a minha falta de ritmo ou precisaria rebolar a bunda pra todos da escola depois de um jogo. - Essa última parte da sua fala me fez imagina-la fazendo isso. Eu não podia imaginar isso, não com ela, seja profissional Liam!

Balancei a cabeça como se quisesse afastar o pensamento enquanto sentia meu amigo lá embaixo querer acordar. Ela é minha aluna caramba!

- Está tudo bem? - ela estendeu a mão e colocou sobre o meu ombro.

- Sim, foi só uma pontada na cabeça. - me afastei rápido do seu toque.

Esperei mais alguns minutos e começamos a primeira reunião. Todos estavam empolgados, foi menos pior do que eu imaginei, estavam levando a sério seu papel, Samantha entregou a cópia do roteiro pra cada um para lermos em conjunto.

- Professor, vai ter o beijo entre os dois? - Logan perguntou.

- Sim. Foi avisado no dia dos testes. Não será um beijo de língua, pessoal, apenas um selinho. Não é como se vocês não já tivessem feito isso, é? - todos riram - Algum problema pra você, Logan?

- Não, nenhum. - ele olhou pra Samantha, depois olhou pra mim - Posso fazer isso. - Porque ele olhou pra Samantha?

- É, podemos fazer isso! - Kelly falou ficando ao lado dele que pareceu desconfortável.

Fizemos a primeira cena apenas pra todos irem se familiarizando com o palco, passamos 2 horas focados ali.

- Está ótimo! Por hoje é só, pessoal. Estudem suas falas e expressões corporais. Encontro vocês aqui na terça.

Eles se despediram e foram saindo um por um, menos minha assistente que ficou arrumando a sala. Parecia perdida em seus pensamentos.

- Quer ajuda? - perguntei enquanto terminava de colocar minhas coisas na bolsa.

- Não, já estou terminando. Obrigada!

- Você disse obrigada, estamos evoluindo.

Vi um pequeno sorriso aparecer no canto da sua boca.

- O sem educação aqui é você, professor. Não eu. - Empilhou a última cadeira de plástico que tínhamos colocado em círculo - Pronto, já terminei.

Ela pegou sua bolsa e passou por mim, apaguei as luzes e a segui até o lado de fora. Estava caindo uma chuva não tão forte, mas o suficiente pra molhar quem ousasse enfrentá-la.
Corri até o meu carro e vi a Samantha seguir em direção a parte de fora, ela tentou proteger a cabeça com sua bolsa, mas era inútil. Dei partida e a segui devagar, não sei porque fiz isso.

- Entra aqui. - Gritei pra que ela ouvisse.

- Já estou chegando na parada, mas valeu! - ela respondeu de volta e a chuva começou a aumentar.

- Você vai se molhar toda, Clark. Para de ser teimosa.

A vi dar mais alguns passos mas logo desistiu e entrou no banco ao meu lado. Ela já estava bem molhada, seu vestido que era soltinho na parte de baixo estava colado marcando seu corpo. O tecido fino da parte de cima marcou o seu mamilo, ela veio pra escola sem sutiã?

- Desculpa molhar o seu carro, mas em minha defesa foi você quem insistiu.

- Tá tudo bem. - Virei os olhos pra estrada tentando ignorar a visão do corpo da minha aluna - Onde você mora?

- Sabe onde fica o aquário? Pode ir em direção a ele, fica bem próximo.

- Ainda não conheço muita coisa por aqui - ofereci meu celular a ela - digita a localização no gps enquanto dirijo, por favor.

- Eu sou seu gps, não precisa disso aqui. - respondeu negando meu celular.

Comecei a dirigir ao seu comando, entrando onde ela mandava enquanto ela mexia no rádio procurando alguma música que a agradasse.

MEU ADORÁVEL PROFESSOROnde histórias criam vida. Descubra agora