38 - O BILHETE

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SAMANTHA CLARCK

Estava há quase 1h com o Liam deitado no meu colo no chão da cozinha. Minhas pernas estavam dormentes mas não ousei me mexer pra que ele não saísse, ele precisava disso.
Acariciei seu cabelo até que seu choro foi diminuindo.
Com muito esforço o vi se levantar devagarinho, ele foi até a geladeira e encheu um copo com água. Seus olhos estavam vermelhos e inchados, sua expressão demonstrava cansaço, nem parecia o Liam forte que eu conhecia. Me levantei em silêncio e fui até ele, tirei o copo da sua mão e o puxei ate o banheiro do seu quarto.

- Porque ele fez isso, Sam? Minha mãe não merecia ser abandonada, ela era tão boa, tão pura, tão gentil.

- Só ele pode responder, meu amor. - Retirei sua camisa - Quando estiver melhor, acho que seria bom vocês conversarem, não acha?

- Não quero mais falar com ele, não quero mais vê-lo.

- Não foi pra isso que você veio? Não foi pra enfrentá-lo? - Retirei sua calça o deixando apenas de cueca.

- Eu não consigo, Sam!

- Ei, você é forte, consegue sim! Mas podemos pensar nisso depois, ok? Vem! - o puxei pra debaixo do chuveiro.

Eu ia sair do banheiro pra lhe dar um pouco de privacidade, mas ele não deixou.

- Pra onde você vai?

- Pensei em te dar um pouco de privacidade, não quer?

- Não. Fica aqui comigo. - ele me puxou pela mão e entrei no chuveiro com roupa e tudo.

Não demorou muito para que as minhas peças de roupa fossem retiradas, Liam começou a beijar o meu pescoço e suas mãos me tocavam com rapidez.
Assim que estávamos os dois nus ele me ergueu e entrelacei minhas pernas ao seu redor, foi um sexo diferente, tão mais cheio de sentimentos.
Enquanto ele aumentava a velocidade em que entrava e saia de dentro de mim seus olhos me olhavam de forma fixa, assim que chegamos ao ápice juntos ouvi as palavras que fizeram todo o meu corpo estremecer.

- Eu amo você. - ele disse como um sussurro. Como se apenas tivesse deixado escapar - Começou com uma pequena faísca e a cada momento em que eu te vejo o seu sorriso me ilumina, essa faísca cresceu e parece que explodiu aqui dentro.

Seus olhos estavam cheios de sentimentos. Desci minhas pernas e se ele não me segurasse tenho certeza que não teria aguentado ficar de pé.

- Eu também te amo, eu te amo muito! - Respondi de volta sentindo suas mãos na minha cintura.

Em um rápido e cuidadoso movimento, senti seus lábios quentes e macios nos meus. Eu descobri o que é ser amada aos 18 anos e desejei sentir isso pelo resto da minha vida!

Depois que saímos do banho minhas roupas estavam encharcadas, vesti apenas uma camiseta dele e uma cueca box que peguei do seu guarda roupa.
Fui até a cozinha e preparei um sanduíche pra nós, não tinha almoçado ainda e estava morrendo de fome, ainda mais depois de todo o esforço que fizemos no banho.
Fiquei durante toda a tarde até perto do horário em que minha mãe voltaria pra casa. Liam me deixou próximo ao colégio porque acabei deixando o meu carro lá, depois fui pra casa.
Assim que cheguei em casa passei pela nossa caixa de correios e peguei a as correspondências, estava ansiosa pela resposta das universidades.
Tinham duas cartas destinadas ao meu nome, uma da UCLA onde me candidatei para psicologia e uma em um envelope amarelo que não tinha remetente. Subi para o meu quarto para abrir, estava ansiosa e com medo da resposta.
Abri primeiro a da UCLA, contei até 10 e rasguei o lacre com cuidado.
Mal me aguentei quando vi a palavra "APROVADA". Comecei a pular e gritar em cima da cama sem acreditar que aquilo estava mesmo acontecendo. Eu passei em uma das melhores universidades que ofereciam o curso que eu queria. Não sabia como contaria a minha mãe ainda que com certeza surtaria por saber da possibilidade de não ter sua filha ao seu lado pro resto da vida como idealizou, mas estava tão feliz que aquilo seria apenas um detalhe.
Pensei em ligar para o Liam, sei que ele ficaria feliz por mim, mas antes peguei o envelope amarelo e abri sem cuidado algum.

Assim que coloquei a mão e puxei o que tinha dentro vi algumas fotos.
Era o Liam e eu. Entrando de mãos dadas pela porta da sua casa, entrando em seu carro na rua próximo ao colégio , tinha uma de nós dois de frente um para o outro com a boca bem próxima uma da outra na biblioteca. Tinha também um pequeno pedaço de papel escrito a mão:

"Você tem a chance de se afastar dele ou irei ferrar com a vida do seu amado professor."

Quem mandou isso?

MEU ADORÁVEL PROFESSOROnde histórias criam vida. Descubra agora