25 - VIAGEM A DOIS I

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LIAM EVANS

Minha ideia de levar mais alguém na viagem pra não ficar sozinho com a Samantha foi por água abaixo quando a professora Ellen precisou ficar. Precisei ter autocontrole assim que a Samantha veio para o banco da frente.

- E então, como você está? - ela perguntou quebrando o silêncio depois de uns 20 minutos que estava dirigindo.

- Ótimo! E você?

- Muito bem, professor. Uma pena que a professora Ellen não pôde nos acompanhar.

- É sim, uma pena. - respondi sem tirar os olhos da estrada.

Fomos o caminho todo sem trocar muitas palavras, os dois evitando puxar assunto. Ela mexeu no rádio do carro procurando uma música que lhe agradasse parando em Jason Marz. De vez em quando percebia seu olhar virando pra mim, fiz o mesmo algumas vezes.
1h e 45 minutos depois chegamos em Santa Bárbara. Ela estava linda com um vestido vermelho, sentia seu cheiro cada vez que o vento batia em sua pele e em seus cabelos soltos.
Fomos na loja que seu pai indicou e encomendamos o material que precisávamos, saiu ainda mais barato do que esperávamos
Depois continuamos andando pelo centro olhando outras coisas.

- Pausa pra um lanche? - Ela perguntou quando paramos em frente a uma cafeteria.

- Opa, estou morrendo de fome! - Respondi e entramos.

Sentamos em uma mesa no canto e fizemos nossos pedidos.

- Até quando vamos ficar assim? - Ela perguntou quando eu fingia ler o cardápio pela 5 vez mesmo já tendo pedido o que queria.

- Assim como? - Não tinha entendido sua pergunta.

- Estranhos, distantes. Achei que fôssemos amigos, pelo menos foi o que você disse no dia que foi até a minha casa.

- E somos.

- Ah, por favor. - Ela falou revirando os olhos - A gente mal se fala, tudo por causa do que aconteceu aquele dia.

-  Só fiquei com medo de que você confundisse as coisas e achei melhor te dar um tempo.

- Não sou uma criança, professor Evans. Eu sei que não vai acontecer novamente e sei separar as coisas. - Não aconteceria de novo mas eu queria muito, ela só não podia saber.

o garçom se aproximou com nossos pedidos e assim que ele deixou sobre a mesa meu celular vibrou chamando a atenção dos nossos olhares.
O nome da professora Pietra apareceu bem grande na tela e eu peguei o celular para atender .

- Oi Evans, está ocupado? - ela perguntou assim que atendi.

- Oi, nesse momento estou.

- Ia te chamar pra ir a boate hoje a noite, o que acha? Pode passar aqui em casa às 21h.

- Tudo bem, combinado.

- Certo, espero você. Um beijo!

Desliguei o celular e Samantha estava me olhando enquanto colocava uma colher da sua torta na boca.

- Estão tendo um romance? Achei que professor com professor também não fosse permitido no colégio.

- Nós não temos um romance, e é completamente diferente disso aqui. - falei apontando pra ela e pra mim.

Ela deu de ombros e continuou comendo parecendo estar entediada. Paguei a conta e demos mais uma volta nas lojas. Já era quase 18h e depois de compramos tudo o que daria pra levar no carro decidimos ir embora.
Quando chegamos no início da estrada vimos um monte de carros em um engarrafamento gigante.

- O que aconteceu? - Perguntei pra um carro que estava fazendo o caminho inverso enquanto vários outros também estavam atrás dele.

- Um acidente, uma carreta enorme bateu em um ônibus e ambos viraram, a estrada está interditava. Provavelmente só será liberada pela manhã.

Droga! Ficar a noite inteira na estrada não seria muito inteligente, então comecei a fazer o retorno com o carro.

- Pra onde vamos? - ela perguntou me olhando confusa.

- Voltar pra Santa Bárbara, não é uma boa ideia ficarmos a noite toda aqui. Podemos ficar em um hotel e voltamos pela manhã, tudo bem?

- Ok, acho que é melhor. Só preciso ligar pra minha mãe.

Comecei a dirigir de volta enquanto ela conversava no celular. Só uma noite, eu aguento!

MEU ADORÁVEL PROFESSOROnde histórias criam vida. Descubra agora