40 - DESCULPA TE DECEPCIONAR, MAMÃE

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SAMANTHA CLARCK 

Foi doloroso pra mim ignora-lo e fingir que não queria ficar a sós com ele. Responder suas mensagens de forma fria doía, ignorar suas ligações doía.
Mas no dia seguinte recebi mais dois bilhetes com fotos de alguém dizendo que iria expor o nosso romance se eu não me afastasse. Eu sabia que se contasse ele iria ignorar e eu não podia prejudicá-lo. Não podia acabar com a sua vida, com a sua carreira.

Depois de deixa-lo sozinho com o seu pai saí com o coração na mão, ele precisaria de mim depois dalí mas não podia dar a chance pra quem quer que estivesse fazendo aquelas ameaças de destruir a vida do homem que eu amo.
Ouvi a campainha tocar e depois ouvi sua voz chamando meu nome enquanto batia a porta. Chorei atrás da porta torcendo pra que ele fosse embora porque não aguentaria muito tempo se ele continuasse.

- Sam, por favor! Eu sei que você está aí, o seu carro está aqui fora. - Ele bateu novamente - Me desculpa, ok? Me desculpa se fiz algo que te magoou.

Estava quase cedendo quando ele decidiu ir embora.

- Eu te amo. Você sabe aonde me encontrar!

Ouvi seus passos se distanciando e o aperto no peito aumentando.
Quando minha mãe chegou me encontrou deitada chorando.

- Se me disser que foi o Peter, juro que acabo com esse moleque. - Ela falou entrando no quarto.

- Não, não tem nada a ver com ele. - Ela sentou na cama ao meu lado. - Mãe, se hipoteticamente a senhora amasse muito alguém e precisasse se afastar pra não prejudica-lo, o que a senhora faria?

- Porque o meu amor prejudicaria alguém?

- Porque hipoteticamente alguém estava se aproveitando do fato de que ninguém sabia do envolvimento de vocês e usaria isso pra te chantagear.

- Eu mandaria essa pessoa ir a merda e ficaria com a pessoa que eu amo.

- Não posso fazer isso, não posso prejudica-lo.

- Ainda estamos falando hipoteticamente? - Ela olhou pra mim com aquele olhar de mãe querendo consolar - Quem está te chantageando? E de quem exatamente estamos falando?

- Não posso dizer. Ainda não.

- Ok. - Ela me abraçou por um tempo e depois se levantou. - Chegou isso pra você.

Ela jogou sobre a cama mais um envelope amarelo e uma carta de Princeton. Peguei o amarelo primeiro, será se ela abriu?

- A senhora abriu? - perguntei preocupada e aflita.

- Claro que não, são suas correspondências. Além do mais, vamos descobrir o resultado juntas! Vamos abrir?

Ela pegou o da universidade e eu levantei também ficando de frente pra ela, aproveitei sua empolgação com Princeton e coloquei o outro envelope debaixo do travesseiro.

- Um, dois, três! - Ela contraiu e rasgou a cola da carta. Seus olhos começaram a ler e a vi abrir um sorriso largo - VOCÊ FOI APROVADA! Aí meu Deus! Você passou Sam!!!

Ela me abraçou e começou a pular de felicidade, mas eu não estava feliz. Estava torcendo pra ser uma resposta negativa pra que ela aceitasse mais fácil minha ida para o curso de psicologia.

- Você vai pra Stanford, filha! Como sempre sonhou.

Seu sorriso era tão grande que me perguntei se seu rosto não estava doendo.

- Mãe, eu queria falar com a senhora sobre isso...

- Vamos ligar pra sua tia! Ela vai ficar muito feliz! Pode ligar pro seu pai se quiser, o que acha de sairmos pra comemorar?

- Eu não vou, mãe.

- Não quer comemorar? Você tá triste eu sei, mas isso merece comemoração Sam!

- Eu não vou pra Stanford, mãe.

- O quê? Porque não? - Ela me encarou e eu não consegui falar - Está preocupada com o dinheiro? Nós temos o suficiente, meu amor! Não se preocupe com isso.

- Eu não vou pra Stanford porque não quero fazer administração. - Reuni toda a minha coragem pra continuar, abri a gaveta da minha mesa de cabeceira e peguei a resposta da UCLA estendendo pra ela - Me candidatei pra psicologia também e passei. É isso que eu quero, mãe.

- Como assim? Porque isso agora? Você sempre quis administração.

- Não, mãe. A senhora queria administração.

Ela ficou em silêncio olhando aquela carta por alguns minutos e eu já estava impaciente.

- Me desculpa por frustrar suas expectativas. - tentei me aproximar e ela não correspondeu quando peguei em sua mão.

- Se é isso que quer, parabéns então!

Ela colocou a carta sobre a cama e saiu do quarto fechando a porta sem esboçar nenhum sorriso. Ela estava claramente decepcionada e aquilo me doeu muito, mas era a minha vida e não a dela.

MEU ADORÁVEL PROFESSOROnde histórias criam vida. Descubra agora