39 - BATENDO DE FRENTE

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LIAM EVANS

Depois de deixar a Samantha voltei pra casa, assim que ia estacionar vi o Owen em frente a minha casa batendo na porta.
Não queria falar com ele, não agora.
Dei algumas voltas pela cidade e quando voltei ele não estava mais. A noite liguei pra Sam mas ela não atendeu, quase não respondeu minhas mensagens, disse que estava um pouco ocupada e não poderia vir me ver. Não  conseguimos nos ver no fim de semana, na segunda não fui trabalhar, não estava pronto ainda.

Na terça feira cheguei mais cedo no colégio, encontrei o Owen na sala dos professores mas o ignorei e ele também fez o mesmo, vi a Sam pelo corredor com seus amigos mas ela desviou o olhar em menos de 3 segundos.
Quando as aulas finalizaram mandei mensagem marcando de "estudarmos" na sala 7 da biblioteca. A esperei ansioso, estava com tanta saudade que sentia o peito doer.
Depois de 20 minutos de atraso do horário combinado ela entrou e a puxei pra um beijo.

- Você não tem ideia do quanto senti sua falta, meu amor. - Falei assim que nossos lábios se separaram.

- Eu também senti, eu senti tanto! - Suas mãos estavam segurando o meu rosto -
Liam, acho que estamos nos arriscando demais, precisamos tomar mais cuidado, ok?

- Mais? Vou tentar! - A beijei novamente mas não durou muito.

- A peça está acabando, não precisamos mais desses encontros e as pessoas devem estar desconfiando. - Senti seu corpo se afastar do meu. - Porque não vamos logo para o auditório? Podemos adiantar o resto do figurino que falta.

- Ah não, na verdade eu queria te aproveitar um pouquinho. - tentei me aproximar mas ela se afastou de novo.

- Liam, por favor.

- O que está acontecendo, Sam? Porque está me evitando? Aconteceu alguma coisa?

- Não, eu só não estou com cabeça pra isso agora. Podemos ir para o auditório?

- Tudo bem. - Peguei minhas coisas que estavam em cima da mesa e a segui.

Durante todo o ensaio a vi me evitar. Fiquei pensando em um milhão de coisas e me perguntando o tempo todo o que eu fiz pra que ela se afastasse assim. Quando finalizamos e os outros alunos foram saído a vi pegar sua bolsa pra acompanha-lós.

- Clarck, precisamos acertar alguns detalhes já que a peça será na próxima semana. Pode ficar, por favor. - Pedi e ela parou colocando a bolsa em cima de uma das cadeiras.

Quando todos os alunos saíram cheguei perto dela e a vi dando um passo pra trás.

- Tudo bem, me diz o que está acontecendo. - Falei com as mãos na cintura ja extremamente preocupado. - Por favor, Sam! O que eu te fiz?

- Nada. Você não fez nada.

- E então? O que está acontecendo?

Antes que ela respondesse ouvimos a grande porta ser aberta e o Owen entrou. Ótima hora!

- É melhor eu ir, vocês precisam conversar. - Ela falou pegando a bolsa de novo e colocando no braço.

- Não, por favor não me deixa aqui com ele Samantha! - Pedi baixinho implorando, mas ela simplesmente ignorou e saiu.

Owen continuou se aproximando, eu não estava pronto pra falar com ele, mas não daria pra fugir por muito tempo. Fingi estar olhando para o celular pra não olhar pra cara dele.

- Podemos conversar, professor Evans? - Ele perguntou parando a uns dois metros de distância de mim.

- Não temos nada pra conversar, diretor.

- Por favor. - Ele pediu e levantei o rosto olhando direto pra ele.

Seus olhos estavam cheios de lágrimas e por um milésimo me senti comovido pelo seu pedido.

- Ok. Pode falar! - Puxei uma das cadeiras e sentei e ele fez o mesmo.

- Porque você veio até mim?

- De verdade? Não sei exatamente. - Dei de ombros - Talvez pra ver pessoalmente o rosto da pessoa que teve a coragem de abandonar a mulher e o filho ou pra saber o porque você fez isso. Talvez porque eu quisesse socar a sua cara ou simplesmente arruinar a sua vida perfeita. Eu não sei qual das alternativas, Owen!

- Eu não quis fazer mal a vocês. - Ele baixou a cabeça olhando para as mãos -
Achei que ficariam melhor sem mim por perto.

- Sério? Achou que uma mãe solteira e desempregada ficaria bem com uma criança de 3 anos depois de ser abandonada?

- Eu era um lixo, ok? Sua mãe não merecia aquilo. Ela merecia coisa melhor e você também. - Vi as lágrimas começarem a cair do seu rosto - Eu não era um homem bom e a sua mãe ela era tão doce! Eu deixei um valor pra ajudá-la a recomeçar.

- Ela não aceitou o seu dinheiro, não precisamos dele.

- Eu fui atrás de vocês, 3 anos depois que vim embora eu voltei pra Nova York e tentei encontrar vocês. Contei pra minha esposa e ela me incentivou a procura-los mas ninguém sabia aonde vocês estavam!

- Então você não era um homem bom pra minha mãe mas foi um homem bom pra sua esposa? Por favor, conta outra!

Levantei antes que a raiva crescesse mais dentro de mim e ignorei enquanto ele chamava meu nome.
Tinha esperança de que a Samantha me atendesse enquanto dirigia, mas ela não atendeu então fui direto pra sua casa ao invés da minha.

MEU ADORÁVEL PROFESSOROnde histórias criam vida. Descubra agora