Capítulo 7 : Utilitarismo.

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16 de março de 2007, sexta-feira.
Aki estava andando apressado pelo jardim de dentro de Hardrove e esbarrou no Professor Clarke, assim que olhou pro professor, Aki lembrou que tinha um trabalho pra entregar no dia anterior mas esqueceu por que estava muito ocupado na Casa M., lendo os livros que tinham lá e preocupado com o desaparecimento de Isa, em como podia controlar seu Dísimy e ajudar Otto a controlar o dele, nos exames da próxima semana e na confusão com os pais que vai ter que enfrentar no dia seguinte.

Amanhã é sábado e mesmo sem querer ir, Aki vai terá que ir pra casa dos pais novamente.

Por todos esses motivos, Aki esqueceu do trabalho de Ética que tinha que entregar, e entre os diversos motivos que tinha para não ter entregado o trabalho, o único que podia dizer para Clarke era que sua amiga, Isa, havia sumido.

- Olá, Dunna, como vai? - Disse Clarke, simpaticamente como sempre.

- Oi, Professor Clarke, sim... Acho que sim. - Disse Aki.

- Ótimo, então entregue seu trabalho. - Disse Clarke com um sorrisinho, Aki respirou fundo e acenou com a cabeça.

- Não consegui terminar o trabalho, Professor... Minha amiga sumiu e eu tava ocupado com algumas coisas, não tive tempo de terminar o trabalho. - disse Aki, Clarke suspirou e olhou pro lado.

- Sabe o que é Imperativo Categórico, Dunna? - Disse Clarke antes de olhar de volta pra Aki.

- Sim... É uma forma de pensar como se fosse um governador e suas ações valessem para todos... - disse Aki, calmamente.

- Ou seja? - Disse Clarke, querendo que Aki entenda sua própria fala.

- Agir com o pensamento de que sua ação se tornasse universal... - Disse Aki, balançando a cabeça e olhando pra longe.

- Imagine como seria se todos os alunos fizessem a mesma coisa que você, como seria? - disse Clarke.

- Ruim... - disse Aki.

- Exatamente... Você tem até o final do dia pra terminar o trabalho e me entregar, boa sorte, Dunna, e aliás, sou seu novo professor de Ciências Políticas! - Disse Clarke com um sorrisinho enquanto se afastava, fazendo Aki dar uma risadinha.

Aki foi andando até o dormitório pensando sobre Imperativo Categórico...

- Digamos que Armi fez uma ação Imperativa Categórica, mas usou a manipulação do Dísimy de Sangue... E fez todo mundo entrar em Guerra. Se essa garota voltar, o mundo vai acabar de vez. - sussurrou Aki pra si mesmo enquanto andava pro dormitório.

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Aproximadamente 2 horas depois,
Aki e Arttu estavam indo em direção à casa de Isa, onde morava ela e o pai dela, pra saber se eles sabem algo sobre ela, Otto está em aula então ele não pôde vir com os dois.

Chegando na casa em que Isa morava, Aki tocou a campainha e um senhor idoso, podia se dizer que ele tinha entre 70 e 80 anos, abriu a porta.

- Com licença, o senhor conhece uma menina chamada Isa Lasonen? - Perguntou Aki, calmamente e o idoso sorriu.

- Ah, sim sim, minha netinha. Mas ela não está aqui, aconteceu alguma coisa? Ela não está em Hardrove? - Perguntou o Avô de Isa que agora parece preocupado.

- Não não, está tudo bem, só queríamos saber se ela estava aqui, mas ela já deve ter voltado ou vem depois... Meu nome é Arttu Nieminen, é um prazer - Disse Arttu, simpaticamente.

- Eu sou Aki Rinne, somos amigos da Isa. - Disse Aki, calmamente.

- Oh, sou Anttoni Lasonen. Sinto muito, Isa não está, o pai dela trabalha o dia todo e só chega a noite, Isa só vem aqui final de semana como o combinado, né? - Disse Anttoni simpaticamente, é um bom senhor.

- Não tem problema, muito obrigado. - Disse Aki calmamente, acenando pra Anttoni e se afastando da casa junto com Arttu.

- Onde essa menina se meteu?! - Disse Arttu, estressado.

- Não sei, mas espero que ela volte logo... Tch, amanhã vou voltar pra casa dos meus pais. - Disse Aki, olhando pra longe.

- Vai conversar com eles sobre o que você descobriu ou vai deixar isso pra lá?... - perguntou Arttu, calmamente.

- Mais cedo ou mais tarde eu vou ter que ter essa conversa com eles... - Disse Aki enquanto respirava fundo.

- Se precisar de alguma coisa, pode me ligar e voltar direto pra Hardrove, ouviu?! - Disse Arttu seriamente, Aki nunca ouviu ele falar assim, mas só deu uma risadinha e concordou, no fundo, sabia que Arttu realmente quis dizer cada palavra.

- Claro, 'pai'. - Disse Aki e os dois riram, voltaram pro colégio conversando, Arttu na verdade só estava tentando destrair Aki, o menino tem muitas coisas na cabeça pra se preocupar.

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Mais tarde do mesmo dia.
Na aula de Ética do Professor Clarke, Aki entregou o trabalho e Clarke estava dando sua aula normalmente, estava no começo da aula então, como sempre, Clarke estava confundindo os alunos pra fazer eles questionarem e raciocinarem para entender por conta própria uma coisa simples que se for explicada de uma forma mais ampla vai parecer difícil, mas, como o ditado diz, "nunca julgue um livro pela capa", ou, nesse caso, "nunca julgue a resposta pela pergunta".

- "A necessidade de muitos sobrepõe-se às necessidades de poucos". - começou Clarke. - Não é só uma fala do maior bromance da indústria cinematográfica, como também é um exemplo de qual forma de pensamento ético? - perguntou Clarke a turma que permaneceu calada, sabia que isso aconteceria mais ainda precisava manter seu papel de professor e fazer eles chegarem a uma conclusão. - Alguém? Ninguém? Ótimo. - Disse Clarke e olhou pra Aki, sabia que o menino era muito inteligente e que sabia da resposta. - Dunna? Vamo lá, pode falar, eu sei que você sabe a resposta. - Disse Clarke e Aki revirou os olhos quietamente.

- Utilitarismo. - Respondeu Aki.

- Certo, e isso é? - Disse Clarke.

- A teoria de que a escolha certa é a que vai trazer maior benefício, ou bem, para o maior número de pessoas. - respondeu Aki, que logo começou a escrever algo no caderno.

- Exatamente, mas o Utilitarismo requer que todos estejam de acordo, moralmente. Quando foi a última vez que isso aconteceu?... - Disse Clarke mas a classe continuou calada mas começando a refletir algo, enquanto Aki continuava escrevendo. - Pensem assim: Os muitos são vegetarianos, e os poucos são canibais. Isso seria um exemplo de... - Disse Clarke, olhando pra Aki quando disse a última parte. Aki olhou pra ele desacreditado e um pouco irritado, sabendo que Clarke queria que ele respondesse a pergunta.

- É sério? - Disse Aki e o Professor apenas concordou, balançando a cabeça. - Tem mais umas 20 pessoas aqui nessa sala. - Disse Aki.

- Eu sei, é um novo recorde. Mas eu tô perguntando pra você, Zack. - disse Clarke e Aki respirou fundo.

- É Aki. - Disse Aki, realmente achando impossível de Clarke se quer um dia acertar o nome dele.

- Já disse que nunca vou acertar seu nome, Dunna. Vamos, não me envergonhe, sei que sabe a resposta. - Disse Clarke e Aki apenas suspirou.

- Relativismo Ético. - Disse Aki, respondendo a pergunta.

- Correto, e isso significa... - Disse Clarke, apontando pra Aki.

- Por que só eu respondo as perguntas? - Disse Aki.

- Porque você é o mais inteligente dessa turma, sem ofensa aos outros que estão nessa sala rezando pra sair daqui o mais rápido possível. - Disse Clarke. - Mas então, responda o que Relativismo Ético significa? - Disse Clarke, calmamente.

- "Seja fiel a si mesmo"... - respondeu Aki.

- Isso! Guie-se a si mesmo para o seu futuro. Seja sua própria bússola moral. - Disse Clarke, se virando de frente pro quadro. - Quem quer falar sobre motivação? Ninguém? Ótimo, pelo menos não estão tentando roubar o meu trabalho. Quem quer ser professor quando se tem poupança e mesada dos pais, não é mesmo? - Disse Clarke, apagando o quadro, enquanto Aki estava perdido em seus pensamentos.

- É... Armi sabia muitas coisas sobre Ética, ao mesmo tempo que ela não pensava em ninguém, utilitarista, e só pensava em se mesmo, relativismo ético, eu queria ter a liberdade que ela tinha sobre si mesma... - Pensou Aki pra si mesmo antes de respirar fundo e tentar se concentrar na aula novamente, mesmo assim, não sai da cabeça de Aki que ele vai ter que ir pra casa dos pais no dia seguinte...

A Guerra Dunna: A história de Herdeiros Onde histórias criam vida. Descubra agora