Ao ter que enfrentar problemas de insegurança e com o seu corpo, Nyssa Davies se perde no mundo da arte e faz de tudo para ser uma nova pessoa, entretanto, nesse meio de confusões e sentimentos, ela acabou conhecendo um rapaz encantador.
Depois de...
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Nyssa Davies
Duas semanas tinha se passado com rapidez, e eu já estava lotada de trabalho da faculdade para fazer, além disso, cada dia mais as contas para pagar se aproximavam e eu ainda não tinha conseguido um emprego fixo. No meio da semana, consegui vender alguns quadros por bons preços, além disso eu tinha duas encomendas de esculturas já finalizadas para entregar, o que era bom. Mas mesmo assim, não acho que o dinheiro será totalmente suficiente, então eu precisava de um um trabalho antes desse mês acabar. A professora Charlotte insistia em que eu fizesse dupla até o final do semestre com o Charles, já que ele está se saindo muito mal nas provas e todo o resto. E eu não estava bastante confortável em ter que conviver com ele, além da faculdade, não depois de tudo que houve em minha casa. Sei que ele não foi um dos piores, mas mesmo assim ágil de forma horrível comigo.
Depois das coisas que eu falei com o senhor Dominic, nunca mais o encontrei, e eu fiquei aliviada por isso. Mas mesmo assim, não consegui tirá-lo da memória, sinto que o ofendi de alguma forma, ele tentou ao máximo ser gentil comigo e quem sabe, tentar me ajudar de alguma forma. Eu já estava cansada de ser um problema na vida das pessoas, e eu não queria que ele participasse da minha, sendo que, ele é um homem de total respeito e admiração, por ser um Vassiliev. Nada coincide nossas vidas, somos pessoas diferentes, de todos os aspectos possíveis, e tenho certeza que seria uma vergonha para ele ter que conviver com uma pessoa como eu.
Caminhei pela sala à espera de Charles, ele novamente viria aqui para conversarmos sobre um trabalho importante da faculdade. Esse mês, sentia que estava tudo se complicando, e eu tentava ao máximo me distrair com minha arte, porém, não era algo que me prendia no momento. Eu ainda não tinha nenhuma ideia de como seria esse trabalho, a professora sugeriu que façamos algo diferente e inusitado. Entretanto, penso que será quase impossível planejar algo assim. Pensei seriamente em fazer um quadro, mas não chamaria tanta atenção de nossa turma ou da professora, ela queria ser surpreendida, queria algo que levasse sentimentos e eu precisava fazer algo que levasse todo meu ser nessa arte.
Suspirei pesadamente e então continuei caminhando de um lado para o outro dentro da sala de estar. Meus pensamentos vagavam ligeiramente para todos os meus problemas, não conseguia dissipá-los de minha mente, e tudo coincidiam a me levar a pensar que não tinha uma solução. De repente, escutei toques em minha porta, e sem demora fui a abri-la. Encarei a pessoa que me esperava do lado de fora, era Charles, e ele estava com uma mochila em suas mãos e parecia animado, o que eu estranhei. Abri mais um pouco a porta, e deixei que ele entrasse no local, fechei a porta atrás de mim e caminhei junto a ele até o sofá. Charles estava diferente, primeiro estranhamente foi seus cabelos cacheados, depois disso seu sorriso que não se desfazia do rosto, além disso parecia empolgado como eu dissera antes.
— Não vai dizer nada? — Indagou ele me tirando dos meus pensamentos.
— Sobre o que?
— Sobre o trabalho, pensei que já tinha uma ideia. — Ele me encarou com certa expectativa e eu não soube exatamente o que dizer, sendo que, normalmente, era ele que sugeria as “melhores ideias” digamos assim.
