Dominic Vassiliev
O receio de deixá-la sozinha me invadia, e a ansiedade de encontrá-la novamente me tomava por completo. Eu estava ainda em frente a porta de sua casa, não sabia se realmente eu deveria ir embora e deixar ela sozinha. Depois do que houve naquela praça, não pude deixar de me sentir preocupado com ela, não sabia o que realmente tinha acontecido, nem o porquê ela estava lá. E se isso voltar a acontecer? Eu não desejava ir embora, mas sabia que deveria ir, já que, não quero ser um incômodo para ela, mal nos conhecemos, e me envolver demais faz com que ela não se sinta tão confortável.
Caminhei na direção do meu carro, e sem demora entrei no automóvel. Suspirei pesadamente e comecei a dirigir até a minha casa, que não era tão longe da casa de Nyssa. Meus pensamentos continuavam presos no que tinha acontecido, e mesmo que eu tentasse esquecer ou não me importar, era uma tarefa difícil. Queria poder fazer algo, talvez saber o que tinha acontecido, e entendê-la melhor. Minhas mãos apertavam o volante com certa agressividade, e eu olhava para a rua com ansiedade. Apenas queria chegar em casa, tomar um banho e quem sabe descansar um pouco e tentar fugir desses pensamentos que estão me prendendo cada vez mais.
Nyssa é uma mulher muito fechada, e aparentemente não gosta de ser ajudada, mesmo que de alguma forma precisasse disso, então seria inútil se eu tentasse fazer algo a favor dela. Às vezes eu pensava se realmente deveria fazer algo, mas não é como se eu pudesse controlar, é mais forte que eu. Essa vontade que cresce dentro de mim, esse desejo de fazer algo, de ser útil uma vez na minha vida. Ela é tão talentosa, reparei quando vi alguns de seus quadros espalhados pela casa. Nunca achei que fosse tão boa quanto parecia ser, e mesmo que eu não entendesse muito de artes, eu sabia de uma coisa, ela tem um grande sucesso pela frente.
Sorri sem perceber, e rapidamente balancei a cabeça para me livrar daqueles pensamentos. Comecei a parar o carro assim que cheguei em frente a minha casa, abri a porta da garagem automaticamente e coloquei o carro lá dentro. Entrei dentro de casa e fechei a porta atrás de mim, joguei meu celular no sofá, que, aparentemente, estava totalmente descarregado. Fui a procura do carregador, e assim que encontrei dentro da gaveta de um cômodo, coloquei o celular para carregar. Caminhando em direção à cozinha, dou de cara com meu irmão Alexsander que estava sentado em uma cadeira tomando café tranquilamente. O encarei sem acreditar que tinha entrado dentro da minha casa sem me dizer nada, ele sempre fazia isso.
- O que faz aqui? - Perguntei sem cerimônia. Ele colocou a xícara na mesa e então me olhou com uma expressão séria.
- Onde você estava?
- E desde quando minha vida te interessa, Alexsander?
- Eu fiquei preocupado, deveria ter me avisado onde ia. - Ele cruzou os braços e me olhou irritado.
- Você não acha que sou grandinho demais para está te dando satisfação da minha vida? E o que você está fazendo aqui? É sábado. - Proferi e então caminhei até o armário e peguei uma xícara. Eu também estava precisando de um café forte.
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A jogada de um rei
RomanceAo ter que enfrentar problemas de insegurança e com o seu corpo, Nyssa Davies se perde no mundo da arte e faz de tudo para ser uma nova pessoa, entretanto, nesse meio de confusões e sentimentos, ela acabou conhecendo um rapaz encantador. Depois de...