Ao ter que enfrentar problemas de insegurança e com o seu corpo, Nyssa Davies se perde no mundo da arte e faz de tudo para ser uma nova pessoa, entretanto, nesse meio de confusões e sentimentos, ela acabou conhecendo um rapaz encantador.
Depois de...
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Nyssa Davies
Olhei para a tela atentamente enquanto pincelava com o pincel em certos lugares que precisava de brilho, e enquanto eu me distraía na pintura, escutava uma trilha sonora de uma música calma e suave que me aliviava mentalmente. Escorreguei com delicadeza o pincel e acrescentei mais cor a minha obra, e pude notar que já estava quase sendo finalizada, dei um pequeno sorriso pelo resultado e suspirei tranquilamente.
A semana tinha sido bastante corrida, não pude trabalhar e nem ir para a faculdade por insistência de Jennifer, ela achava que eu precisasse de um descanso, e mesmo que isso realmente fosse verdade, eu sabia que não poderia parar quando eu quisesse, precisava do trabalho e além disso, não podia me atrasar na matéria da faculdade. Mas realmente foi um alívio por não poder ver Erick, eu não sabia o que iria fazer em relação ao trabalho, mas não tinha outra opção além de continuar com meus serviços na Cafeteria, mesmo que aquilo fosse me machucar, mesmo sabendo que eu o encontraria lá novamente, e que talvez fosse ameaçada, e sinceramente, eu não queria imaginar, aquilo já estava me corroendo por dentro.
Jennifer passou a semana comigo, junto do Charles, que de vez ou outra vinha em minha casa para saber como eu estava. Mas tinha algo que estava me incomodando bastante, e eu sabia muito bem o que era. Eu precisava me resolver com Dominic, ele não tem culpa do que está acontecendo comigo, e eu tão só fui rude com ele e o trarei muito mal, o envolvi tanto em minha vida que acabei o machucando, e ele só queria me ajudar, mesmo sabendo que eu não queria sua ajuda, foi gentil e fez tudo que pode por mim, e acho que lhe devo desculpas por ser tão tola, insensível e ingrata. Às vezes penso bastante sobre o que fez ele querer tanto se envolver nessa bagunça que eu era, que eu sou, penso também no fato indescritível de ele sempre está no momento certo, na hora exata, ou pelo menos às vezes, quando mais preciso de alguém, e chego a sentir que isso parece ser mais forte que nós dois.
Ele é uma pessoa tão amável, carismática, mas vejo que através daquele olhos avelã, ele esconde uma enorme mágoa, e talvez ele deva me entender muito bem, mesmo que estejamos vivendo em mundos totalmente diferentes, Dominic não se importa muito com esse detalhe, mas sinto que eu não mereça tudo isso, toda a sua ajuda, ou ele em si, não mereço nada, sei que não. Olhei novamente para tela, tentando pôr meus pensamentos no lugar, o que, aparentemente, estava sendo difícil. Ainda hoje, eu precisava terminar essas pinturas e entregar para o dono delas, e como eram quatro, eu precisava me apressar.
Enquanto eu terminava aquela última tela, percebi a presença de outra pessoa dentro de meu atelier, e assim que a encarei, vi que era a Jennifer, ela não disse nada por breves segundos, parecia admirar as telas, e então de repente olhou para mim e deu um pequeno sorriso, deixei o pincel em cima da bancada e desliguei meu celular que ainda tocava aquela música.
- Ficaram incríveis. - Elogiou a pintura.
- Já estou terminando, este é o último. - Falei, apontando para a tela que estava quase incompleta. Jennifer se encostou na bancada, e então ficou ali parada por alguns segundos, e pensando que ela não diria mais alguma coisa, eu decidi voltar ao trabalho. Peguei meu pincel e a paleta de cores que eu ainda usava, e continuei deslizando o pincel sobre a tela calmamente, enquanto eu via tudo criar forma.
