Capítulo 63

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Ficou envergonhada

- Acho que tirei vantagem de tudo e uma lasquinha sua.

- Perdi o meu juízo nesse último mês, misericórdia.

Ele segurou a mão dela também rindo

- Eu nunca tive muito.

- Desculpa, mas tô eufórico em poder conversar com você, por todo esse tempo, eu criei histórias na minha cabeça.

- Tentando imaginar as coisas.

- Aquele dia no show inventei até que não conhecia a Mel, só pra puxar assunto com você.

Ela interrompeu intrigada

- Eu me lembro, disse que não era ciumento, porque falei que minha amiga tinha marido. Theo?

- Eu...

- Deixa!

- Tem outra bebida? Suco?

Ele ficou sério

- Está curiosa, e imaginou que talvez, a Mel fosse a pessoa, com quem eu me envolvi.

Ela se levantou disfarçando

- Não. Eu nem pensei.

- Não tenho o hábito de beber, meu primeiro porre não pode ser hoje, por favor.

Ele se levantou, foi atrás

- Tem suco em pó, e de uva.

Encostou no balcão a encarando fixamente

- Não é a Melanie, eu a admiro muito aliás. O relacionamento dela com o Vini é um dos melhores que eu já vi, digo julgando como quem assiste da platéia.

Ela o olhou sem jeito

- Não precisa se explicar.

- Obrigada por compartilhar isso comigo.

Ele abaixou o olhar, começou pegar coisas no armário

- Eu me arrependo e não fomos descobertos. Essa história é antiga e triste!

- Todo mundo que cruza sua vida, dessa forma, deixa um ensinamento. Hoje eu entendo, onde errei, aceito as consequências e não me culpo por tudo!

Foi fazendo um suco, misturou com um pouco de vodca

- Posso te perguntar uma coisa, que com certeza não é da minha conta?

Ela sorriu sentada perto, disse que sim, ele serviu um copo decorado com açúcar, sal e pimenta na borda

- Gosta dele?

Ela experimentou um pequeno gole, levantou as sobrancelhas irônica

- Acho que gostei, de ter algo com ele.

- Você não entenderia!

Ele puxou a banqueta, sentou ao lado

- Me explica, e eu digo se entendo ou não.

- Já vivi coisas que nem coragem de falar eu tenho.

Ela sorriu pensativa reparando nele, na aparência

- Contaria alguma dessas coisas a mim? Lembra, noite sem julgamentos!

Ele mordeu a boca como quem imaginava besteiras

- Uma noite de crimes? Liberdade?

Ela se engasgou com a bebida, começou tossir rindo e corada de vergonha

- Não.

- Eu voltei ao meu juízo.

Ele sorriu, ficou a encarando fixamente nos olhos

- Bom quando quiser perder, o juízo, tô aqui.

- Então, explica, gosta dele?

- Se envolveu muito?

Ela começou falar cabisbaixa olhando apenas para a taça

- Nunca me envolvi tanto com ninguém, pra poder dizer ahhhh com ele foi melhor.

- Posso não ser uma novinha, mas o meu histórico é péssimo, nem existe .

- O Justin vai de oito a oitenta do nada, não somos compatíveis, e eu nem falo só de aparência.

- Passei por várias coisas que tipo, nunca imaginei aceitar em relacionamento, indo contra mim mesma e por um estranho.

- Que tipo de homem tem prazer em humilhar a companheira, por nada?

- Quando eu estava no colegial fui colocada pra dar aulas de reforços, ao pessoal descolado e bem diferente de mim.

- Fiz dupla com um cara popular e bonito, a gente ria muito e ficamos.

- Eu nem era tão insegura, mas sempre fui gordinha.

- Teve uma festa que ele deu, na verdade eu já bebi sim, essa vez.

- Fui entrando na onda dele, fiquei bêbada e não...

- Não sabia o que estava fazendo, acontecendo.

- Depois resolvi me fechar, tive medo de ser machucada, enganada, foquei nos estudos.

- Ano passado pensei em tentar, tinha um cara que mexia comigo, não era tão bonito e nem forte sarado como você, classe social igual a minha. Eu olhava e pensava, poxa é pelo menos acessível.

- Éramos colegas de trabalho, vizinhos, sempre estávamos reunidos com o pessoal lá, eles bebendo. Tinham umas coisinhas simples que levavam minha imaginação bem longe!

- Ele nunca comprava as cervejas, sem lembrar de mim, colocava meu refrigerante escondido com brincadeiras, dentro do agasalho, na touca, no pneu do carro, embaixo da escada, até no lixo.

- Era só uma gentileza comum, que fazia eu me sentir notada.

- Uma noite de feriado, quase a força eu saí com eles, fomos a um parque, inventaram um jogo pra incentivar de rolarem as coisas.

- Era tipo, casa, mata ou fode, a Daisy fez eu falar.

- Falei que casaria com ela, fui interrompida por um dos meninos, dizendo que eu não fodia, uma das meninas disse que não com homens.

- As vezes diziam coisas, tipo brincando, que eu não gostava de homens.

- Perdi até o rumo, sai de perto e ele foi atrás, eu queria ter tido uma atitude, mas não consegui.

- Ele parecia que ia ter também, estava falando com quem casaria, e mataria, quando fomos interrompidos. Bancando a cupido, Daisy começou falar que eu ia falar dele, o desafiou a me levar pra sair, um encontro.

- Neguei muito, desfazendo dele, disse que éramos só amigos e eu nunca teria coragem de ter algo. Pareci lésbica aliás!

- Ele ficou sem graça e então, Daisy pra compensar o clima, o desafiou a sair com ela.

- Achou que ia me ajudar a sair do armário.

- Eles ficaram e eu vi, ouvi, pelo amor de Deus não pense que é vingança. Eu não sou assim!

Ele estava muito surpreso, disse que precisava beber, começou preparar outro drink com gym, ela continuou falando

- Fiquei brava e brigamos, ficamos sem conversar por muitos dias, ela não entendia o que tinha de errado, no que fez.

Ele sorriu perplexo

- E você não contou exatamente o motivo? Imagino?

A Preferida Do Ceo ( CONCLUÍDO )Onde histórias criam vida. Descubra agora