Daisy concordou, estava pálida suando frio, soltou a mochila, Fábia pegou a ajudou e até colocou o cinto de segurança, correu para entrar no carro, não perguntou pra onde ir, só foi dirigindo sem falar nada.
Encostou em uma lanchonete de esquina, dizendo que ia comprar suco, voltou com duas garrafas e um bolo no pote, colocou na mão de Daisy
- Toma, vai se sentir melhor. É horrível pra gente doente, tem folhas e sei lá o que mais!
- Quer ir no médico?
- O que posso fazer pra te ajudar?
Daisy enxugou as lágrimas
- Ninguém pode, fazer nada.
- Vou descer aqui.
Começou tomar o suco, Fábia ficou sentada de lado a olhando
- Deixa eu te levar pra casa, se não vou ficar preocupada.
- É claro que não sei da sua vida, só queria te dizer que eu te entendo, por ter brigado e estar ferida, as coisas vão melhorar.
- A gente não pode ter tudo.
Daisy sorriu pensativa
- Pois eu não tenho nada.
- A minha vida era lá, meus amigos próximos, estabilidade, emprego.
- Nem saúde pra batalhar eu não tenho.
- Desculpa.
- Você não precisa do pessimismo de ninguém.
Fábia sorriu foi abrindo o bolo, deu nas mãos dela
- Tem razão, eu já tenho o meu. Bem grande!
- Não ache que sou bem humorada tá?
- Vou te deixar na porta de casa. Está na república né?
- Eu ia levar umas coisas pra Lola, da decoração do chá.
- Nem precisa conversar, se não quiser.
Daisy começou comer o bolo
- Tô morando lá sim.
- Obrigada pelo suco e o bolo, eu não tô comendo nada direito.
- Não sinto fome.
- Tomo muita medicação e fico baqueada.
Fábia disse que não estava muito diferente, por causa dos problemas de saúde, com jeitinho foi puxando assunto, contou que não tinha família também, porque o pai abandonou sumiu no mundo, a mãe morreu de acidente e os poucos parentes restantes eram de longe no sul.
Daisy lamentou
- Sinto muito.
- É horrível ser sozinha né?
- Eu costumo dizer que meu pai morreu, mas não.
- É alguém que eu não posso contar, ele era violento e...
- Nós fugimos.
- Eu não lembro de tudo, mais sei o que aconteceu, ele mexeu comigo e me surrou, quando contei pra minha mãe.
- Ela era incrível e por ela, eu não desisti, já passei por muitas coisas nessa vida.
- E você? Qual sua história?
Enquanto dirigia, Fábia começou contar
- Ahhh eu vim pra cá novinha, minha mãe casou de novo, meu padrasto foi um pai, sempre dei meus pulos pra ajudar em casa, me encontrei trabalhando com decoração.
- Conheci o Dom em uma festa, aliás do Marcelinho nosso afilhado, no bucho da mãe dele.
- Fomos morar juntos em pouco tempo e casamos. Já fazem uns anos aí.
- Ele é meu tudo, agradeço muito a Deus, por ter me proporcionado viver um relacionamento desses.
- Somos muito parceiros e a gente vive, como costumamos dizer, vivemos o sonho.
- Gostamos de voar.
- Essa doença, veio pra bagunçar tudo, íamos engravidar esse ano. Enfim, não podemos ter tudo afinal.
- O que aconteceu lá? Na Lola?
Daisy ficou sem jeito, contou o que conversou com Olívia vagamente, insinuou que não era bom encontrar ninguém do círculo de Justin.
Quando foram se despedir, ela pediu pra aquilo ser segredo, até do Dom se possível, porque ele poderia comentar com o Justin e aquilo virar uma bola de neve, sem entender e nem suspeitar, Fábia concordou em guardar segredo, a deixou na frente da república, disse que poderiam sair qualquer dia, conversar melhor.
Foi embora pensando em como Daisy parecia legal e até semelhante a ela. Voltou pra casa de Lola, que estava se sentindo culpada pelo o que fez.
Olívia só ficou um pouco e foi embora chorar sozinha, não contou estar grávida, mais pensou em ligar para Justin.
Preferiu ficar o fim de semana por lá, pra ver se criava ou não, coragem de ir ao chá de bebê.
No domingo começou se arrumar pra ir, experimentou as poucas opções de roupa e ficou se olhando no espelho, sentindo a barriga mais dura e quase imperceptível.
Pela primeira vez gostou de ser gordinha, porque isso ajudaria esconder a gravidez por mais tempo.
Depois de arrumar o cabelo, desistiu de ir, voltou deitar para ler o livro que o Theo deu, sobre maternidade, ele nem foi ao chá também, por estar ocupado. Alysther e Malia deram uma passada, Justin mandou um super presente de tio coruja, por mensagem se desculpou por não ir, ele estava acampado no hospital com Royce.
Na segunda feira Melanie passou no restaurante com a avó e o Marcelinho, eles iam a uma viagem para comemorar o aniversário do Vinícius e aproveitar os dias de carnaval, foram se despedir, porque aquela era a última semana de Olívia lá.
Levaram presentes, ela chorou e agradeceu muito a oportunidade, lamentou não poder ficar mais, inventou desculpas sobre os pais quererem ela lá perto, Melanie soube da conversa com Daisy e a aconselhou, a seguir o que a amiga disse, ir viver, com o coração, porque realmente, não fazia sentido ter feito tudo aquilo, por nada, fez fofoca dizendo que Justin estava diferente e triste.
Durante o começo da semana, o trabalho só aumentou, na quarta feira Olívia tinha um horário marcado no salão, era coisa da Melanie, ela marcou e esqueceu, como ia perder deu pra Olívia ir arrumar o corte de cabelo.
Ela foi no final da tarde, era um salão classe média alta, assim que chegou foi logo atendida, lavou o cabelo e sentou na poltrona para esperar, estava distraída com o livro, quando alguém esbarrou o derrubando no chão.
Assim que se abaixou para pegar, viu quem era, Yori ex de Justin, ela tomou o livro das mãos de Olívia
- O que a professora aloprada está lendo?
- Meu Deus como você é rápida.
- Já foi logo engravidando pra dar o golpe.
Jogou o livro em cima dela
- Ele estava comigo ontem, não para de me procurar para chorar e se consolar no meio das minhas pernas.
Todo mundo começou olhar sem entender, Olívia ignorou e voltou ler, Yori virou um copo de suco em cima dela molhando tudo
- Aiii desculpa.
- Ops.
- Golpista interesseira.
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A Preferida Do Ceo ( CONCLUÍDO )
RomanceDISPONÍVEL NA AMAZON - DREAME - LERA!! Daisy mantém um relacionamento virtual com Justin, que parece ter saído do multiverso da Netflix, um empresário de meia idade, muito educado e carismático, um homem que já sofreu o bastante em relacionamentos e...