Capítulo 97

26 2 0
                                    


Daisy não era capaz de despertar, estava muito bêbada, Alana deixou de ir trabalhar para cuidar dela, a colocou no chuveiro, fez vomitar e a vestiu, chegou chorar sem saber o que fazer e contou ao Theo, eles estavam com dó, decidiram tentar ajudá-la, mais sem falarem a verdade sobre conhecerem Olívia, porque tiveram receio de Daisy querer se afastar.

Ela conseguiu comer de madrugada, chorou muito e se desculpou, confessou que não tinha pra onde ir, ficou com medo de não poder mais ficar lá, as meninas tinham saído para trabalharem, chegaram tarde e foram todas ver como ela estava, gentis montaram acampamento no quarto, para dormirem todas juntas, fizeram brigadeiro quase cinco da manhã, foram contando sobre suas vidas, a maioria era sozinha e com histórias sofridas, uma cresceu em orfanato, a outra fugiu de casa porque o pai abu sava, Alana mesma nunca se deu bem com o padrasto e saiu de casa novinha, contaram sobre o que faziam para se virar, duas delas faziam programa, e dançavam na boate da Catarina, que só atendia clientes de alto padrão.

Daisy contou sobre ter perdido a mãe, confessou que não tinha um motivo para viver, porque estava cansada de ser sozinha, foi acolhida e convidada a fazer parte da família, as meninas falaram mal umas das outras, contando sobre as personalidades e os defeitos.

Mesmo diferentes e sem concordarem com tudo, eram unidas, Daisy ficou super envergonhada pelo o que aconteceu, decidiu ajudar elas, para retribuir tamanha gentileza, se ofereceu para cuidar das tarefas que eram divididas, já que tinha mais tempo livre, direta fez questão de falar que ia pagar a parte dela em tudo.

Não falou do ex namorado ou da ex amiga, só comentou que não tinha em quem confiar, impaciente para reagir a situação atual, comprou as coisas para começar fazer unhas a domicílio, porque poderia trabalhar sentada e o pé não iria incomodar tanto, as meninas gostaram da idéia e todas começaram fazer com ela, em dias, a própria Catarina quis fazer, Daisy foi até a casa dela em um condomínio de luxo, muito simpática e educada, dobrou o número de clientes em uma semana, porque as meninas a indicaram para as amigas e postaram nas redes sociais para ajudar, estavam trocando a esmaltação a cada três dias, pra colocarem fotos novas no portifólio.

Daisy era boa naquilo e não cobrou barato, iniciou com um valor alto para quem não era de casa, porque segundo ela, ninguém valorizava o que era barato e fácil, fez um perfil novo só pra isso, focou em trabalhar tentando não desanimar e nem desistir.

Melanie estava viajando, e os dias passaram até que rápido, mais pra uns, do que para outros.

Completamente solitária Olívia deu aulas a semana toda e se isolou, como sempre foi, voltou a ser quase invisível, não tinha ânimo para fazer absolutamente nada, só queria acabar o curso intensivo e ir viajar o mais rápido possível, estava lutando contra o tempo e sendo sua pior inimiga.

Pelo primeiro fim de semana, desde que começou dar aulas, ela não foi pra casa, ficou no flat lendo e tentando encontrar a Daisy, que abandonou completamente as redes sociais antigas.

Duas semanas se passaram, novamente Royce foi internado e as notícias não eram das melhores, a cada dia sua vida se esgotava pouco a pouco, a tristeza trouxe uma união, que aquela família jamais havia tido antes.

Justin estava cumprindo com todas as promessas feitas ao seu pai e nem imaginava, que Royce estava o testando.

Lola tentou conversar com Daisy e não obteve resposta, também tentou com Olívia, que até respondeu vagamente, dizendo estar bem, só conversaram sobre a gestação dela e tocaram no assunto Daisy, já que a maior curiosidade era em saber, onde ela estava e como.

Quando Melanie voltou de viagem, Fábia estava triste, já não conseguia se manter tão otimista, o foco era ela, Dom não estava pensando em mais nada, largou o trabalho de lado para dar toda atenção que ela precisava.

Voltaram no final da semana, sexta feira era feriado, ninguém foi ao curso, Olívia não quis ir pra casa evitando os pais, só iria no sábado.

Estava terminando as correções das últimas provas, no restaurante mesmo, até sabia que a Mel tinha voltado, mais não achou que iria vê-la logo.

A tarde Mel ligou dizendo que queria sair pra jantar, tinha certeza que Olívia estava escondendo várias coisas, já que por semanas não conversou direito por mensagem ou ligação.

Theo estava cuidando das festas da Fábia, encerrando as últimas que não puderam cancelar, eram diferentes das dele, menores e a maioria aniversários.

Ele foi ao restaurante buscar algumas coisas que ela deixou lá de decoração, chegou rindo como sempre, conversando brincando com todos, Olívia estava nos fundos onde tinham as aulas, ouviu a voz dele e ficou apreensiva nervosa, quando ele passou perto a viu, não teve como evitar, falou oi sem jeito, ela respondeu cabisbaixa

- Oi

O acompanhou com o olhar, como quem pedia socorro, percebeu que ele não ia nem chegar perto, sutilmente derrubou algumas lágrimas, cobriu o rosto com as mãos tentando se conter, ele voltou sorrateiro, a viu chorando

- Olívia?

Ela enxugou os olhos, levantou a cabeça

- Oi.

Ele se aproximou, sentou na cadeira perto bem na frente dela

- Você não deveria estar aqui, é feriado.

- Achei que ia ficar com a sua família.

Ela começou juntar as folhas, sorriu sutilmente

- É, vou amanhã.

- Semana passada nem fui.

- Logo vou embora, pra bem longe.

Ficou de cabeça baixa organizando as folhas, ele estava encarando fixamente sério

- Entendi.

- Pra fora? De novo?

Ela balançou a cabeça que sim, o olhou como quem esperava algo

- Desculpa e obrigada, por tudo.

Ele sorriu se segurando pra não falar demais

- De boa.

Levantou dizendo que precisava ir, ela também se levantou

- Tá.

Começou mexer na bolsa evitando olhar, ele saiu da sala agindo no impulso, se esforçando pra ser indiferente, estava encostado no balcão conversando, ela se aproximou um pouco distante, com um copo cheio de suco, pediu para o garçom colocar em uma garrafa, ficou olhando para a frente roendo unha, Theo estava reparando nela, viu as mãos trêmulas, as olheiras e reparou até, que estava mais magra, rosto mais fino, foi chegando perto

- E aí, você tá bem?

Ela apertou os lábios engolindo o choro, sorriu sem jeito

- Não.

- Posso te contar, uma coisa?

Ele ficou encostado de lado, a olhando sério

- Sim.

- Sem julgamentos.

A Preferida Do Ceo ( CONCLUÍDO )Onde histórias criam vida. Descubra agora