Capítulo 103

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Mostrou o monitor com um sorrisinho apreensivo

- São dois motivos.

- Acho que por essa, você não esperava, não é?

Olívia foi ficando com os olhos marejados

- Como assim?

- São dois?

- Bebês?

A médica mostrou tudo explicando, dois sacos gestacionais, calculou o tempo de gestação, o choque foi imenso, Olívia nem conseguiu reagir, quase não falou nada, soube que toda gravidez de gêmeos era considerada de risco, já foi alertada sobre a importância de começar o pré natal e fazer check-up, pra ver se não estava com diabetes, analisar os hormônios e tireóide, ela apenas pegou o ultrassom, as guias de exames e foi embora desorientada, tinha que dar aula e não conseguiu, sem cabeça pra nada foi ficar no flat, passou o dia todo na cama.

No final do dia Melanie chegou lá de surpresa, encontrou Olívia dormindo antes das dezenove horas, achou que a amiga estava sofrendo de amor apenas.

Foram jantar no restaurante, falando sobre a vida dos outros, acertando tudo sobre o término do curso, durante a noite toda, Olívia pensou em contar e não teve coragem, porque não queria que Justin descobrisse.

Melanie estava toda preocupada com a comadre, acabou não notando o comportamento arredio da Olívia, ofereceu uma proposta pra ela ir morar em São Paulo, dando aulas fixas, uma parceria, Olívia recusou, o clima já era de despedida, ambas ficaram emotivas, postaram fotos juntas.

Olívia estendeu os dias lá por mais duas semanas, pensando no dinheiro que precisava guardar para o futuro.

Justin viu a postagem e se segurou no último pra não enviar nada, resolveu mandar mensagem para a Daisy, porque ela aparentemente havia desaparecido e ele sabia, que ela precisava mais de ajuda, ficou realmente preocupado.

Ninguém contou a ele, que ela estava morando até que perto e trabalhando, já que ela o bloqueou, destinado a se redimir em nome da amizade deles, mandou um pix de dois mil reais.

Quando ela viu a notificação, ficou extremamente triste, durante o dia tinha pensado em como estaria Olívia, porque logicamente sentia sua falta também.

Tentou devolver o pix e não encontrou uma conta dele, resolveu ficar com o dinheiro, como uma reserva de emergência, estava se sentindo doente, vivendo a base dos remédios, sempre com medo de não conseguir melhorar.

Fábia havia marcado horário para de manhã, em nome de Maria, curiosa e tentando se entreter para esquecer os problemas, arrumou tudo a beira da piscina, fez uma mesa de café da manhã com salada de frutas, bolo de cenoura com chocolate e chá gelado, deixou a nécessaire com os esmaltes lá, passou maquiagem, enrolou o cabelo e colocou um vestido verde longo.

Eles moravam em um bairro classe média alta, uma casa grande com jardim, academia e piscina, quando Daisy chegou tocou o interfone, nem se surpreendeu com o luxo, Fábia saiu atender apreensiva, sorriu e a cumprimentou com beijo no rosto

- Oiii Daisy, tudo bem?

Ela reconheceu por causa do dia que a viu no consultório com o Dom, estava de calça legging e blusa de manga, com uma mochila, ficou com receio de Fábia saber sobre o Dom e ela, entrou cabisbaixa

- Oi tudo e você?

- Desculpa atrasar, ainda tô aprendendo me localizar por aqui.

Foram entrando pelos fundos, Fábia ficou reparando na maquiagem bem elaborada

- Imagina. Eu pelo menos não tenho pressa.

- Quer comer?

- Posso pegar leite ou não sei.

- Pão integral?

Daisy foi abrindo a mochila totalmente desconfortável

- Obrigada, eu já comi.

- Gosta de esmaltação gel ou comum?

- Tem alergia?

Fábia se sentou, respondeu a tudo, sem muita conversa Daisy começou preparar tudo, comentou que a primeira coisa que comprou foi o esterilizador, explicou que não usava nem a mesma lixa ou palito, em mais de uma cliente, quando segurou as mãos de Fábia a deixou sem jeito, ela sorriu ainda reparando em tudo

- Você está gelada, não quer mesmo um suco?

- Uma água?

Daisy sorriu envergonhada

- Não, está tudo bem. É normal.

- Não vou te beliscar por estar com as mãos trêmulas.

Fábia sorriu, colocou música no celular, ficaram em silêncio a maior parte do tempo, falaram sobre cores de esmaltes, roupas e flores no jardim, Daisy não estava se sentindo bem, por isso ficou focada em acabar logo.

Tirou fotos ao terminar, brincou dizendo que aqueles pés renderiam bons likes, pediu para usar o banheiro antes de ir, Fábia a levou para dentro, pela cozinha

- Não repara na bagunça, eu não tenho ninguém, cuido de tudo sozinha.

- Lembra de mim?

Daisy colocou a mochila em uma banqueta

- Sim, me lembro.

- Imagina, sua casa é linda, eu tenho um pouco de toc.

- Mais a gente vai e a louça fica, acho que temos coisas mais importantes pra fazer, do que viver em função da casa.

Foi ao banheiro e voltou, tirou a blusa sem jeito por causa das marcas que tinham nos braços

- Pode me dar um copo d'água por favor?

- Preciso tomar remédio.

Percebeu que ela estava olhando reparando

- Eu caí sozinha, tenho crises de enxaqueca e desmaio.

- Não em cima das clientes, por sorte.

Fábia sorriu a serviu, água e uma tigela da salada de frutas, mostrou a geladeira com poucas coisas

- Se quiser ficar para almoçar, temos uma variedade limitada de opções.

- Podemos conversar.

- Atoa. É...

- Não sabia se iria se lembrar.

Ouviram barulho na sala, Fábia espiou o corredor

- Meu marido chegou.

- Fica a vontade, já volto.

Daisy pode ouvir ele falando

- Passarinha? Amor?

- Achei que estava dormindo.

- Uauuuu meu amor está lindíssima, espero que seja pra mim.

- Tenho uma surpresa pra você.

A Preferida Do Ceo ( CONCLUÍDO )Onde histórias criam vida. Descubra agora