"Tesouro"

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Assim que Rodolffo foi embora, Juliette foi encher a banheira de àgua quente.

Entrou dentro dela e deixou-se ficar.  Quase adormecia de tão relaxada que estava.  Lavou os cabelos que há muito não viam um shampoo  e por fim depois de se  secar colocou um hidratante.

Estava a arrumar as roupas e itens que tinha comprado quando batem à porta.  Era o jantar.

Rodolffo havia pedido para lhe levarem o jantar no quarto pois pensou que ela não quereria descer até ao restaurante.

- Obrigada.

No carrinho junto ao jantar estava uma rosa vermelha e um envelope.

- Espero que tenhas um bom jantar e uma boa noite.  Tomei a liberdade de escolher. Tens aí um vocher que te dá entrada no SPA do hotel.  Disfruta antes de começares a trabalhar.
Até um dia
Rodolffo

Juliette cheirou a rosa e fechou os olhos para melhor sentir o aroma.  Levantou a tampa da cloche e viu um risoto de camarão que parecia delicioso.

Depois de saborear o risoto tinha uma mousse de manga que estava muito boa.  Juntamente veio uma cesta com alguma fruta e biscoitos.

Juliette arrumou o que precisava arrumar e deitou-se para configurar o telemóvel que Rodolffo comprou na hora que ela entrou na loja de lingerie.  Ele não quis constrangê-la e deixou-a sózinha enquanto foi à loja de telemóveis.

O primeiro numero que gravou foi o dele.  No nome gravou "tesouro".

Depois daquela experiência,  Rodolffo quis verificar as directriz que eram enviadas para todas as gerências dos restaurantes.   Em nenhuma dela viu qualquer demanda para descriminar clientes.   Então pediu para que fosse emitido um comunicado que caso soubesse de novo acontecido o funcionário em questão seria imediatamente demitido.

Dois dias depois...

Juliette entrou no restaurante.  Estava tão diferente que ninguém a reconheceu.

- Bom dia senhor Luis.  Resolvi vir hoje para saber qual vai ser o meu trabalho.

- Olhe que não a reconheci, senhora.

- Juliette,  Luis.  Trate-me por Juliette.

- Está bem Juliette.   O que achas de trabalhar aqui na sala juntamente com o Paulo.   Ele ensina-te o que for preciso.

- Está bem.  Eu quero é trabalhar.

- Nunca trabalhaste?

- Já, mas não neste ramo.

- Então?

- Falta-me um ano para terminar advocacia.  Trabalhei num escritório de advogados.

- Que mudança.  Então vais trabalhar e estudar.

- Por enquanto é só trabalho.  A universidade fica adiada mais um pouco.

- Termina quando tiveres hipótese.   Eu não quis ouvir a minha mãe e hoje arrependo-me.

- Eu posso ficar já hoje para ver como é?

- Podes.  Paulo, vê com a Juliette o que ela pode fazer.

- Eu queria pedir desculpa pelo que aconteceu, mas eu não podia desobedecer ao Renato.  Eu preciso muito deste emprego.  Ainda bem que o patrão só o despediu a ele.  Também,  aqui ninguém gostava dele.

- Estás desculpado.  Eu sei o que é termos que obedecer mesmo contra vontade.  Está tudo bem.

Logo veio a hora do almoço.   Juliette atrapalhou-se um pouco no início com a numeração das mesas, mas pedia desculpa e não houve ninguém com muitas reclamações.

Outra coisa que ela teria que aprender era a explicar os pratos.  Teria que passar algum tempo na cozinha.  Combinou com Luis isso mesmo, uma semana na cozinha e depois passaria à sala.

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