O pedido

80 15 4
                                    

Desta vez foram para o hotel onde ele estava hospedado.  Rodolffo colocou a chave na porta e tapou os olhos de Juliette.

- Surpresa?  Eu adoro surpresas.

- Promete não abrir até eu mandar.

- Prometo.

Rodolffo fechou a porta e conduziu-a até à cama.
Sentou-se ao lado dela e ofereceu-lhe o buquê de rosas que estava em cima da cama.

- Podes abrir.

- São lindas.  Obrigada.

- Ju, desde o primeiro dia que te vi maltratada e com fome, o meu coração balançou.  Acolhi-te e queria ter feito muito mais, mas tive medo de ir muito rápido e tu não entenderes.  Demorei a vir e quando vim foi só para confirmar que o meu amor por ti não era ilusão.  Naquela tarde em que fomos um do outro eu senti que era pra sempre por isso estamos aqui.

Esta noite eu quero a confirmação de que sentes o mesmo, por isso...
Rodolffo retirou de trás da Ju  um urso que segurava um coração com a inscrição
      Sê minha namorada
e entregou-lho.

Juliette olhou o urso e nos olhos de Rodolffo respondeu Sim.

Ele retirou do bolso as duas alianças de compromisso que colocaram nos respectivos dedos que depois beijaram.

- Oficialmente namorados.  Estou muito feliz, meu amor.

- Eu também,  Rodolffo.

Essa noite como não poderia deixar de ser foi de muito amor e muita entrega.

Ficaram acordados até de madrugada fazendo planos de vida em comum.

Rodolffo queria abordar o assunto universidade de novo, mas resolveu que nessa noite não o iria fazer.  Essa noite era para ser recordada por coisas boas.

Acordou e pediu café da manhã no quarto.   Juliette dormia profundamente.  Quando o café chegou, ele foi acordá-la  e depois voltaram a adormecer de conchinha.

Já passava das 13 horas quando saíram do quarto.

Rodolffo levou Juliette a almoçar no restaurante que pretendia comprar.  Praticamente já era dele, faltavam apenas algumas questões burocráticas.

- Rodolffo!  De novo um restaurante chic e eu com vestimenta vulgar.

- Não te disse de propósito.   Quero fazer um teste ao pessoal do restaurante.

- Bom dia.   Uma mesa para dois por favor.

- Com certeza.  Têm reserva?

- Não temos.

- Certo.  Vou ver com o chefe, um momento.

O empregado voltou.

- Podem acompanhar-me?  Está mesa está bem para os senhores?

- Está óptima, obrigada.

Quando o garçon se afastou, Rodolffo virou-se para Juliette.

- Era assim que devíamos ter sido atendidos no dia em que nos conhecemos.  De certeza que este pessoal vai ficar comigo,  isto se quiserem.  Ninguém se importou com a roupa que vestimos.  Aqui somos clientes  apenas.  Repara que há engravatados e pessoas vestidas casualmente como nós.

O garçon regressou com o cardápio e fizeram os pedidos.

- Porque é que os actuais proprietários querem vender?

- O filho vai estudar para França e eles querem ir com ele.  Neste caso o filho diz que depois de se formar quer ficar por lá.  Então os pais vão atrás.  A mãe diz que não aguenta estar longe do filho.

- É.  Deve ser bem difícil para as mães.  Para os pais também,  mas as mães têm uma ligação diferente com os filhos.
O restaurante não tem gerente?

- Não.   Era o dono que fazia a gerência.  Era para aqui que eu queria que tu viesses.

- Obrigada Rodolffo, mas não me sinto apta para tal cargo e além disso penso voltar à faculdade em breve.  Aliás, hoje eu tinha planos para ir lá, não fosse o senhor Rodolffo alterá-los.

- Agora pronto, o culpado sou eu.  Não seja por isso, eu vou deixar-te lá e volto para o Rio.

- Já que está assim deixa estar.

- Um tanto fez como tanto faz?

- Não amor.  O programa contigo é bem mais gostoso.

- Ainda bem.  Pensei que teria que terminar o namoro, dona Ju.

Juliette deu-lhe um selinho no mesmo instante que o garçon chegava com o pedido.

CalmaOnde histórias criam vida. Descubra agora