São só saudades

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Rodolffo ficou o fim de semana em São Paulo e segunda bem cedo marcou ponto à porta da Universidade onde Juliette estudava.

- Quando a viu ao longe saiu do carro e foi ter com ela.

- Que fazes aqui?

- Só vou embora de São Paulo depois que conversares comigo.

- Não faças cenas, Rodolffo.  Não foste tu que disseste que era melhor ficarmos por aqui?

- Fui, mas não foi sentido.  Vá lá, desbloqueia o meu número e aceita ter uma conversa comigo.

- Converso no final das aulas.  Está quase na hora.

- A que horas sais?  Eu venho buscar-te.

- Hoje só tenho três  aulas.  Vem às 12,30 h.

Rodolffo não tinha muito que fazer nessa manhã.   Resolveu passar nos restaurantes para ver como andavam as coisas.  O restaurante novo tinha inaugurado há pouco mais de 6 meses  e estava indo muito bem.

À hora combinada Rodolffo estava em frente da universidade.   Juliette entrou no carro Rodolffo puxou-a para um beijo.

- Queres ir para onde?

- Qualquer sítio.  Conversamos no carro mesmo.

- Onde estás a morar?  A dona Catarina pareceu-me triste.

- Estou na casa do Paulo.

- O Paulo do restaurante?

- Sim.

- Desculpa o que eu falei.  Eu estava muito estressado.   Não tenho razão para agir assim eu sei.  Fiz tanta questão que terminasses o curso e agora estou a ser idiota.  Não vai acontecer mais, prometo.

- Parece que já não tens paciência para mim.  Estás com algum problema sério?  Negócios ou outra coisa?

- Não.   Só tenho saudades tuas.  Queria estar mais tempo contigo.

- Só falta um mês,  Rodolffo.   Já esperas-te até aqui o que custa mais um mês?  Tu sabes que quando eu meto a cara nos livros é a sério.  Fico sem tempo para ti, mas vai passar.

- Eu sei e tenho muito orgulho de ti por isso.  Eu prometo ser mais paciente agora.

- Quando vais embora?

- Esta noite.  Amanhã tenho uma reunião cedo lá no Rio.

- Então temos a tarde para nós.  Hoje eu abdico um pouco dos livros para te dar atenção.

- Vamos almoçar.

- Depois vais comigo buscar as minhas coisas à casa do Paulo e levar de volta.

- O Paulo só volta à noite, não é?

Almoçámos e fomos buscar a minha roupa.   Passámos a tarde lá no quarto que eu ocupava.
Fizemos amor.  Matámos um pouco a saudade que tínhamos um do outro.

Retirei os lençóis da cama, que eram meus, coloquei num saco, peguei nas minhas roupas e livros e fomos embora.
Dona Catarina ficou felicíssima quando nos viu entrar juntos.

Levei Rodolffo para o meu quarto, conversámos mais um pouco e despedimo-nos para ele partir para o aeroporto.

CalmaOnde histórias criam vida. Descubra agora