O passado voltando

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- Vamos almoçar, Pedro.

Rodolffo e Pedro chegaram ao restaurante e foram recepcionados por Paulo que os direccionais à sala reservada.

- Juliette,  vais tu atender a sala reservada.  Está lá o patrão.

- O Rodolffo está aqui?

- Sim.  Chegou com outro senhor.  Eu fico sem jeito perto dele.  Lembro da bronca do Renato.

- Sem jeito porquê?  É só fazeres o teu trabalho bem.

- Sim, mas vai tu, por favor.

- Eu vou.

Juliette dirigiu-se à sala onde estavam os dois.  Mal entrou e logo paralisou.

- Juliette,  pequena!  Tu aqui?  Porque desapareceste?

- Bom dia senhores.  Coisas da vida, Dr.  Pedro.  Como estão, Rodolffo,  dr. Pedro?

- Vocês conhecem-se?- perguntou Rodolffo.

- Muito bem. - respondeu Pedro.

- Vim anotar os vossos pedidos.  Juliette se antes não estava agora parecia muito nervosa.  Anotou os pedidos e ao sair olhou Rodolffo que mantinha um ar misterioso.

- De onde conheces a minha funcionária?

- Juliette,  ou melhor a quase dra. Juliette?
Ela trabalhava no nosso escritório enquanto estudava.  Estava quase a terminar a faculdade e de repente desapareceu sem dar explicações.   Ninguém soube o que lhe aconteceu.
Uma amiga foi procurá-la em casa e o ex companheiro disse que ela tinha-o abandonado para viajar com outro para o exterior.

Rodolffo apertava os punhos por baixo da mesa.

- Há quanto tempo ela é tua funcionária?

- Três meses mais ou menos.   Fui eu que a coloquei aqui.

- Não entendo.  Porque é que ela abandonou o trabalho.

Rodolffo contou-lhe como conheceu Juliette perante o olhar assustado de Pedro.

- Santo Deus, mas porque ela não nos procurou?  Lá no escritório todos gostam dela.  Lá teria todo o nosso apoio.

- Só ela pode responder.   A mim disse-me que foi por vergonha e porque psicologicamente não estava bem.
Daí a tentativa de suicídio.

- Eu preciso conversar com ela, saber mais.

- Não lhe digas que eu te contei.  Pode ficar constrangida.

Juliette regressou com os pedidos. Já não era a Juliette alegre.  Agora estava mais apreensiva.

- Depois precisamos conversar, Juliette!  Eu preciso saber porque nos abandonaste?

- Dr. Pedro, deixe o passado para trás.   Agora sou outra mulher.

- Terminaste a faculdade?

- Ainda não.   Assim que puder eu retorno.   De momento o meu foco é o trabalho.  Bom apetite para o almoço.

- Ela está tão diferente.  Era a alegria daquele escritório.   Confesso que tive uma paixonite por ela, mas passou.  Ela era vidrada no namorado.

- O tal que a extorquiu e expulsou de casa?

- Deve ser esse.  Nunca a vi com ninguém.

- Queres averiguar esse assunto para mim?  Vamos dar uma lição nesse idiota.

- Se o assunto da casa foi como ela contou, o idiota não vai ter vida fácil.  Como é que ele pode alegar que ela doou a casa se não houve escritura pública.   Uma simples assinatura não é suficiente.   Ela sabe muito bem disso.

- Ela estava frágil.  A expulsão,  o aborto.  Isso mexeu com a cabeça dela e não a deixou pensar.

- Vamos juntos averiguar isso tudo?

CalmaOnde histórias criam vida. Descubra agora