O encontro

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Eram 11 horas.  Rodolffo ligou para Juliette.

- Bom dia.  Apanho-te aí dentro de uma hora.  Vem passar o dia comigo.

- Está bem.  Vou arrumar-me.

Juliette olhou para dona Catarina.

- De repente ficaste com um sorrisão.   Quem é o gato?

- O meu patrão.   Ele é gato mesmo.

- Cuidado.   Essa história de patrão é empregada nem sempre dá certo.

- Não tem nada para dar certo.  Somos apenas dois amigos que vão almoçar juntos.

- Ok.  Já cá não está quem falou.

- O que eu visto, dona Catarina?

- Qualquer coisa te fica bem e é só almoço de amigos ou não?

Juliette enviou mensagem a Rodolffo a perguntar se precisava roupa chic.

- Qualquer coisa fica lindo em ti.  Quanto mais simples mais eu gosto.

-  É.  Vou de jeans. 

Vestiu uns jeans e um croped, soltou os cabelos e fez uma maquilhagem leve.  Um delineado suave e um bâton mais destacado.  Umas sandálias de salto completaram o look.

Rodolffo chegou, apitou e ela saiu de casa sob a vigilância da dona Catarina que ia almoçar ao restaurante e aproveitou para ver o moço.

- Oi moço, trata ela bem senão vais ter-me à perna.

- Pode deixar, senhora.

- Eita,  Juliette!  O moço é bonito mesmo.

Juliette sorriu e dona Catarina começou a andar em direcção ao restaurante.

- Um dia destes eu convido-a a si para almoçar. - disse Rodolffo.

- Fico à espera.

Rodolffo abriu a porta do carro e ajudou Juliette a entrar.  Depois voltou para o lugar de motorista e deu partida.

Tinha escolhido um restaurante à beira mar.  Demoraram cerca de meia hora a chegar.

- Que lugar chic.  Devias ter dito que eu vinha com outra roupa.

- É um restaurante de praia.   Que chic que nada.  Olha para mim.  Não estamos a condizer?  De jeans os dois.

- Pensei que me ias chamar só para jantar.

- Quero passar o dia todo contigo.

- Porquê?

- Porque quero.  Tem que haver uma razão?

- Só acho estranho.  Deves ter tantas amigas interessantes, porquê eu?

- Interessantes ou interesseiras que é o que mais há.

Escolheram uma mesa à janela.  A maré estava baixa e o mar calmo.  Lá fora estava quente, mas no restaurante o ar condicionado tornava o ambiente agradável.

Juliette pediu frutos do mar e Rodolffo optou por carne.
Ele escolheu um vinho.  Juliette não estava acostumada, mas resolveu experimentar.

- Sonhei contigo.

- Foi?  Sonho bom ou mau?

- Ishhhh!  Não vou contar, mas foi bom.  Pena não ser real.

- Assim fico encabulada.

- Ficas nada, mas ficas mais linda com essas bochechas coradas.

- É do vinho.  Estou a ficar com calores.

Rodolffo passou a mão na face dela como que a testar a temperatura.

Juliette terminou a refeição com àgua pois já sentia uma ligeira tontura.

Saíram do restaurante, entraram no carro, Rodolffo abriu a capota para que ela sentisse o vento e foram embora.  Estacionou numa sombra à beira de um parque e ali estiveram.

Juliette estava sonolenta e encostou a cabeça no ombro dele e ali ficou durante um tempo. 

- Bebe àgua.

- Já está a passar.  O vinho e eu não combinamos, desculpa.

- Não peças desculpa.   O importante é estares bem.  Podemos seguir?

- Vamos para onde?

- Sem destino.  Onde nos apetecer paramos.

- Eu topo.  Hoje quero ser mulher  livre.

CalmaOnde histórias criam vida. Descubra agora