Quero todos na rua

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Pedro voltou ao restaurante duas semanas depois.  Tinha novidades e queria discuti-las com Juliette.
Já havia informado o Rodolffo sobre o que tinha conseguido.

- Luís, vou sair uma hora para resolver uns assuntos.  Volto para o jantar.

- Vai lá Juliette.   Agora esta hora é de boa.

Juliette saiu e foi com Pedro até um bar vizinho.

- Então,  dr. Pedro, quais as novidades?

- Como nós desconfiávamos a tua casa continua em teu nome.  Podes voltar a qualquer momento.

- Fui tão idiota.

- Não foste idiota.  As circunstâncias é que proporcionaram isso.  E estavas frágil.

- O que vamos fazer?

- Podes ir lá e encarares o bandido ou acionamos o despejo imediato.  Soube que ele vive lá com a esposa e filha.

- Filha?

- Sim uma criança de cerca de 6 anos.  Ou já tinha esta família quando estava contigo, ou é enteada.

- Não me interessa.  Quero todo o mundo dali para fora e vou por a casa à venda.  Também não quero morar lá.

- Quando vais aparecer lá no escritório?  Está todo o mundo com vontade de te ver.

- Um dia destes eu vou.  Dê um beijo a todos eles.

- E tu e o Rodolffo?  O homem só fala em ti.  Está mesmo caídinho.

- Estamos falando.  Não temos nada sério.

- Só se é da tua parte, porque da dele tu já estás de aliança e tudo.

- É muito emocionado o Rodolffo.

- Juliette,  termina o curso.  Falta pouco e é uma pena perder-se uma boa advogada que eu sei que vais ser.

- Talvez se eu vender a casa eu possa deixar de trabalhar enquanto estudo ou pelo menos ter apenas um part time.

- Então vou resolver rápidamente o assunto.  Queres assistir ao despejo?

- Se não houvesse criança era capaz de encarar, mas assim não.
Vou voltar ao restaurante.   Obrigada por tudo dr. Pedro.

- Quando vais tratar-me só por Pedro?  Somos quase colegas.

- Está bem, Pedro.  Vou indo, obrigada.

Juliette tinha planeado passar na faculdade no dia de folga.  Precisava de umas informações acerca dos horários das aulas das cadeiras que lhe faltava terminar.

Estava a sair do restaurante quando o telemóvel tocou.   Olhou para o ecrã e premiu a tecla.

- Oi.  Estás onde?

- A sair do restaurante.

- Espera 5 minutos.   Estou a chegar.

- A chegar como, Rodolffo?  Nem me disseste que vinhas.

- Era para chegar mais cedo,  mas o voo atrasou.  Espera por mim.

Chegou de seguida.  Juliette entrou no carro e deu-lhe um beijo.

- Vamos buscar uma roupa tua e vem passar a noite comigo.  Eu sei que amanhã é a tua folga.

- Dás-me tempo de tomar um banho?
Entra e conversa com a dona Catarina.

- Ainda acordada?  Trouxe gente para a ver.

- Sabes que eu durmo tarde.  É o gostoso?  Vão sair?

- Vou roubar-lhe a companhia, posso?

- Podes e deves, meu querido.  Essa menina precisa de distrair-se.  É só casa trabalho, trabalho casa.

- Por isso eu vim.  Queria vir mais vezes, mas não dá.

- E já a pediste em namoro? - segredou ela.

- Vou pedir hoje.  Tenho aqui as alianças,  veja.

- São lindas.  Sejam felizes, vocês fazem um casal bonito.

- Estou pronta.  Podemos ir.  Até amanhã dona Catarina.

- Tenham uma boa noite e se puderem, não tenham juízo.

- Sempre a mesma. - disse Juliette a Rodolffo que sorria e piscava o olho para a senhora.

CalmaOnde histórias criam vida. Descubra agora