Melhor ficarmos por aqui

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Um ano depois...

Juliette vendeu rápidamente  a casa e logo se despediu do restaurante.r

Voltou à Universidade e agora os estudos preenchiam-lhe todo o tempo. Ela quis dedicar-se a 100% e isso implicava um certo afastamento do Rodolffo.

Talvez porque ele andasse muito cansado e stressado, os encontros dos dois tinham diminuído  bastante.   Rodolffo vinha pouco a São Paulo e Juliette foi apenas  umas seis vezes ao Rio.

- Não adianta eu ir.  Precisas sempre de estudar.

- Rodolffo!  Eu quero terminar o curso este ano.  Isso requer algum sacrifício.

- Eu sei, mas não estou contente.
Este final de semana como é?

- A estudar.  Para a semana há exames.  Este último mês vai ser puxado.

- Sabia. Que merda!

- Não estou a gostar dessa atitude, Rodolffo.  É o meu curso.

- Paciência.   Eu também não gosto de muita coisa.  Melhor ficarmos por aqui.

- Como é?  Seja feita a tua vontade.  Adeus.

Depois que Juliette desligou o telemóvel, Rodolffo atirou com o seu para cima do sofá que tinha no escritório.

Saiu e foi tomar um café.  Regressou uma hora depois e resolveu ligar para ela para esclarecer tudo.  Sem resultado, o seu número estava bloqueado.

- Dona Catarina, vou ausentar-me por uma semana ou duas.  Preciso ter a cabeça limpa para me concentrar nos estudos.

- Eu incomodo-te?

- Não.  Eu e Rodolffo terminámos, mas eu sei que ele vem atrás de mim.  Neste momento eu não tenho nada de bom para lhe dizer e não quero magoá-lo nem magoar-me.

Eu sei que ainda vamos ter que conversar mas neste momento não quero.

- E vais para onde?

- Melhor que não saiba.  Eu vou ficar bem.  Vou ficar com amigos.

Juliette foi ficar com o Paulo.  Era um pouco mais longe da faculdade, mas estaria mais sossegada.  Pediu encarecidamente que ele não comentasse com ninguém sobre o seu paradeiro.

Tal como ela previu, Rodolffo apanhou o primeiro voo da manhã de sábado para São Paulo.   Bateu à porta da dona Catarina.

- Preciso falar com a Ju, dona Catarina.

- Entra e conversa comigo.  A Ju não está aqui.

- Eu espero ela chegar.

- Não estás a entender.  Ela não está mesmo aqui.  Disse que se ia ausentar uma ou duas semanas.

- Foi para onde?

- Não me quis dizer.  Ela desconfiava que tu vinhas.

- Posso usar o ser telemóvel?  Ela bloqueou o meu número.

- Vocês tinham que ter falado. São dois cabeças duras e depois dá nisso.

Rodolffo ligou do telefone dela.

- Oi dona Catarina.

- Sou eu Ju.  Desbloqueia o meu número por favor.

- Não tenho nada a conversar.  Não insistas.  Vou desligar.

- Não desligues, Ju.  Ouve-me.

- Adeus Rodolffo.

- Desligou, dona Catarina.

- Dá-lhe uns dias.  Ela anda muito cansada e preocupada com o final do ano.

- Eu sei e também não ajudei muito, mas eu quero muito estar com ela nesta última etapa.  Vou ligando para si e dê-me notícias dela.

- Dou sim.  Sempre que ela ligar.

- Diga-lhe que a amo muito.  Fique bem.

- Tu também.  Tem paciência.   Um dia vão ter oportunidade de falar.

- Só espero não ser tarde demais.

CalmaOnde histórias criam vida. Descubra agora