Eu vou melhorar

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*Any*

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*Any*

— Como passou a noite?

— Bem, Nour. - Eu respondia minha irmã, eu estava concentrada para não esboçar nenhuma reação. - E você?

— Ah, muito bem! Sabia que as paredes aqui são um tanto quanto finas?

— O que quer dizer?

— Nada, Any. Quer se fazer de sonsa, faça.

— "Eu não tenho bola de cristal". - Disse uma frase recorrente do vocabulário de Nour. - O que quer dizer?

— Você deu para ele, não?

— O quê...? - Eu falei com a voz mais sonsa possível, enquanto colocava minha mão em meu peito esboçando meu choque. Dei uma leve risadinha para ela. - Não era para você saber.
Ela me olhou apertando os olhos.

— MAS QUE PORRA?! - Ouvimos o Josh gritar. - QUE MERDA É ESSA?!

— Eita, acho que ele não está nada feliz com a Sav...

— Você acha, Bailey? - Sabina respondeu ao irmão. - Quem se oferece para ir conferir? Any?

— Tá, eu vou.

Fui correndo até lá, achei Savannah sentada no sofá olhando para ele, enquanto ele andava em círculos estressado.

— Pare de gritar. - A loira falava revirando os olhos. - Ainda está cedo, e não é nada demais!

— NÃO? Savannah você tem treze anos. Uma garota de treze não deve ter um chupão no pescoço!

Eu finalmente vi a raiz do problema, Savannah tinha uma mancha roxa no pescoço, e o Beauchamp não parecia nada feliz.

— Você desmaiou ontem. Ainda quis me fazer de idiota! Eu sei que desmaiou por conta de bebida. Nós dois estamos errados, e nem por isso eu gritei com você, nem hoje, nem ontem.

— Eu tenho dezessete anos. Você treze, não compare as coisas.

— Você sabe o quão assustador foi para mim? Eu vi você desmaiado na beira da escada, sem reagir. Agora que eu sei sobre a mamãe, isso fica dez vezes pior. Eu achei que ia te perder, o que eu faria sem você?

— Desculpa, tá bom? Eu não vou fazer isso de novo. - Ele falou de maneira apressada e aparentemente não verdadeira. - Quer se explicar?

— Não adianta se desculpar da boca para fora. Você não sabe o quão desesperador foi, por isso age de pouco caso. - Savannah estava com os olhos marejados. - Quer explicações? Eu fiquei com um cara, nada mais do que um beijo. Feliz?

A garota se levantou e foi até o quarto onde eu havia dormido.

— Você é um idiota, sabia?

— Está me ajudando bastante, Any. Acha que eu fiz tempestade em copo d'água?

— Não. Ela realmente não tinha que ter um chupão no pescoço. Mas sobre a parte do desmaio, aí sim você errou. - Ficamos em silêncio por um tempo, ele respirava fundo. - Está esperando o que? Vai falar com ela.

— Ah, verdade!

— Ah, verdade!

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*Josh*

— Licença.
Falei entrando no quarto com os olhos tapados.

— Pode olhar, já estou vestida. O que você quer?

— Conversar. Senta aí. - Falei me sentando na beira da cama, e a garota se sentou ao meu lado. - Prometo não gritar.

— Hm.

— Any me falou que eu fui um idiota com você. E você sabe que eu estou tentando melhorar, por isso vim aqui. Eu realmente não sei como você se sentiu ao me ver desmaiado, mas eu imagino como foi. Quando eu tinha uns dez anos eu vi nossa mãe assim, e na época eu ainda ligava.

— Eu achei que ia te perder. Eu te amo muito, eu não queria ficar sem você! E se você tivesse morrido? Eu ficaria sozinha, você me prometeu nunca me deixar sozinha! - A garota começou a chorar. - Porra, eu nunca pensei que você me faria passar por isso. Era para você me proteger, não fazer eu me sentir daquele jeito, foi a pior sensação.

Eu a abracei, ela afundou a cara em meus braços. Eu sabia vagamente a sensação, e era horrível.

— Me desculpa, verdadeiramente. Eu não queria te machucar. Eu te amo mais do que você sabe, e pretendo provar isso. Eu estou tentando mudar, eu não quero que você desista de mim, tá bom? Eu vou me esforçar para te dar o melhor, eu prometo fazer melhor da próxima vez. Eu prometo que eu vou melhorar.

— Tá bom. - Ela falou secando as lágrimas ainda dentro dos meus braços. - Eu te amo.

Eu respirei fundo, eu me sentia completamente responsável por ela. Talvez fosse por isso que eu me esforçava tanto para cuidar dela, eu não queria que ela passasse pelo o que eu passei.

Saber que eu tinha machucado ela era foda.

— Não acha que eu esqueci esse chupão aí.

— Sério?

— Sav, você é muito nova. - Ela se afastou a cabeça do meu abraço e olhou para mim. - Eu me preocupo, a Any se preocupa, você tem que tomar cuidado.

— Eu sei me cuidar.

— Eu sei que você sabe. Mas do mesmo jeito, eu fico preocupado, não quero que nada aconteça contigo.

— Tudo bem, eu tomo mais cuidado. Desculpa por não ligar para o que você me fala.

Eu balancei a cabeça, tudo estava resolvido. Isso era o que importava. Descemos as escadas, Any estava na ponta da escada junto de Saby.

— Tudo certo?

— Sim, Saby. - Sav respondia. - Estamos bem.

— Savannah Clarke. - Any falava dando bronca em minha irmã. - Te juro que na próxima festa que formos, eu vou grudar em você!

— Vocês tem que parar de nóia.

Any a abraçou, ela não fazia ideia de como as coisas funcionavam, por isso agia como se nada fosse acontecer.

— Vamos almoçar o que? - Bailey falou vindo até a sala. - Estou com fome.

— Podíamos ir em algum lugar que tenha massa. Acho que todos gostam. - Sabina respondia o irmão. - Alguém discorda?

— Meu Deus! - Any exclamou. - Joalin e Nour estão sozinhas na cozinha.

— Que que tem, Any?

— Savannah, a Nour transou com o Bailey, e a Joalin sabe.

— Até aí, a Joalin... - Eu tampei a boca de minha irmã que estava ao meu lado, eu sabia o que ela ia falar. Ela falou enrolado. - ...Sabina, tira a mão da minha boca!

— Você anda falando de mais...

Eu falei tira a mão da boca dela, e lhe dando um olhar, e ela respondeu:

— Ah, entendi.

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