Teenage Dream

Boatos

*Any*

— Você está bem? - Josh falava enquanto tirava meu vestido. - O que aconteceu?
— Eu não sei... - Ele me ajudava a vestir meu pijama. - Ver aquela garota me deu uma sensação ruim.
— Você acha que só passou mal por conta dela?
— Não... Não sei. Ela tem uma energia tão pesada!
— Eu sei.
— Como está se sentindo? Com a Sabina namorando?
— Eu espero que dessa vez não seja só mais um na lista dos iludidos por ela. Eu gosto do Noah, e não estou muito a fim de perder a amizade dele.

— E você pararia de falar com ele, mesmo ela estando errada?
— Acredite, se eu matasse alguém, ela seria a primeira pessoa a passar na minha cabeça para ajudar. E vice-versa, então, sim.
— Isso me deixa um pouquinho assustada...

— Não fique. - Ele falou terminando de se vestir, então foi até o interruptor do quarto e desligou as luzes. - Boa noite, G-brielly.
— Boa noite, J.

Já era na manhã do dia seguinte, Nour estava completamente morta no quarto dela, eu duvidava de que já tinha existido vida naquele corpo. Josh estava arrumando suas coisas, e eu fui conferi-la.

— Nour? - Falei sentando delicadamente na cama dela, e colocando seu telefone para carregar. - Nour, você está viva?

Ela não me respondia, vi uma notificação do Alex, e nada respeitosa, eu resolvi abrir. A tonta ficou bêbada e se declarou, a sorte, foi que ele sentia o mesmo. Fechei a porta do quarto, deixando a garota dormir, e logo fui até a escola.

— Nem te vi ontem, Gaby. - Joalin falava conforme eu e Josh íamos chegando perto dela. - O que aconteceu?

— Passei mal com a energia negativa de umazinha aí. Nada demais. Você não me viu, mas eu te vi! Parem de se comer em público, que ao menos seja em um lugar privado.

Joalin revirou os olhos e deu um sorriso, quando dois garotos chegaram. Josh estava abraçado em minha cintura, e eu segurava suas mãos.

— Tem gente que nasceu para ser corna. - Um dos garoto falou, Josh me soltou rapidamente e se virou. - Não está sabendo, Any? Seu namoradinho estava com a Maddie novamente...

Josh ia rebater, mas eu segurei seu braço, fazendo o garoto sair andando. Josh ficou atordoado, eu estava presa em uma memória do passado, eu não pude reagir, eu só estava paralisada vendo toda a cena dele beijando a Maddie em uma maldita festa no nono ano.

*Josh*

Eu não tinha beijado a Maddie, ou tinha? Eu não lembrava, ou melhor, eu não conseguia confiar em mim mesmo. Eu senti minha respiração aumentar seu ritmo enquanto meu coração acelerava. Sabina segurou meu braço e rapidamente me tirou de lá.

— Você fez isso?
— Não! Eu não fiz! Mas eu não consigo confiar em mim mesmo. Eu nem se quer bebi, eu estava com a Any o tempo todo, você viu Saby!
— Eu acredito em você, mas eu não tinha certeza há quanto tempo você estava na festa. Eu sei que você não fez nada.

Comecei a chorar, parecia que tudo estava sendo revivido, e eu nem se quer sabia se eu tinha a traído ou não. Sabina me abraçou e secou algumas lágrimas.

— Vem. Vamos embora, eu me resolvo com o Bay depois.
— Isso vai te prejudicar.
— Estamos sempre aqui um para o outro, independente da consequência.

A garota puxou minha mão, alegando que tinha esquecido alguns livros em meu carro, passando facilmente pelos seguranças, e assim "fugimos" para minha casa.

A casa estava imunda, cheirando a álcool, cheia de garrafas e latas espalhadas, e estava revirada. Sem olhar para nada, subi para meu quarto, e ali fiquei, sem forças para fazer nada.

Eu finalmente voltei a entender o Josh do nono ano, que traiu a Any sem motivo algum. Esse garoto estava feliz, e quanto mais feliz você está, pior é. Eu estava nas alturas, Any estava comigo, eu estava resolvido com Nour, e Savannah estava finalmente fazendo parte de minha vida, e de repente, tudo se foi.

Quando você está feliz, há muito mais o que perder.

Essa frase me definiu durante aquela semana. Sabina era a única pessoa que eu falava. Savannah tinha me mandado mensagem, aparentemente, ela viria me visitar no último final de semana, mas, seu motorista teve um imprevisto, enfim, coisa de gente rica. Eu deixei claro que não queria que ela viesse se fosse relembrar coisas ruins, e que a situação de nossa mãe não estava nada boa.

Saby passava as tardes comigo, e era a única pessoa que eu via. Eu tinha arquivado o contato de Any, a garota havia me mandado diversas mensagens, mas eu não tinha a mínima coragem de ler, Nour fizera o mesmo, mas, eu sentia que elas acreditavam em toda aquela mentira, e eu estava muito envergonhado para fazer qualquer coisa.

— Eu estou preocupada. Você não sai desse quarto há dias.
— Eu estou bem.
— Any quer falar com você.
— Eu não tenho coragem. Eu consegui fazer o mesmo, depois de prometido mudar.
— Você disse que não fez.
— E realmente não fiz, mas ela acredita que sim.
— Quem te disse?

Eu não respondi, ninguém tinha me falado, eu tinha sentido. Todos aqueles boatos me atormentavam, os dias se misturavam eu perdi completamente a noção do tempo. Eu não tinha forças para fazer nada, além de tomar banho e comer, só queria deitar e ficar ali.

— Eu não quero sair, Sabina.
Falei assim que a porta do quarto abriu, mas não obtive resposta. Sabina se deitou atrás de mim, e me abraçou.

— Eu voltei. Voltei por você. Promete não ficar assim?
— Savannah?!

Não era Sabina, era minha irmã. Me sentei na cama, assustado. Encostei no rosto da garota como um confirmação de que tudo era real.

— Eu vim para ficar. A solidão continuava grande por lá, Sabina me contou da sua situação, e eu não poderia ficar sem fazer nada.
— Não se sinta obrigada a ficar.
— Não se dê todo o crédito. Meus melhores amigos moram aqui, você foi só um empurrãozinho. Vem, vamos descer. - Eu não tinha coragem. Eu não queria sair dali, queria me afundar na minha cama e nunca mais sair de lá. - Vamos, tente. Faça isso por mim.

A garota me estendeu a mão, inspirei profundamente, tomando coragem, e a segui.