Teenage Dream

Obrigada por me defender, J.

*Josh*

— Quem é David?
Perguntei indelicadamente enquanto minha irmã tirava o algodão da máquina.

— O quê? Por que quer saber? - A garota me questionava. - Onde vc viu esse nome?

— Não importa.

— Importa sim! Você anda mexendo nas minhas coisas?!

— Talvez eu tenha lido no seu caderno...

— Você tem que respeitar a privacidade dos outros! Além do mais "minha vida sexual não é da sua conta."

— Então você anda transando com o David?!

— Não! Só estou usando seu argumento contra você mesmo.

Savannah saiu andado na frente em direção à Any e Joalin. Sem muita demora fomos até o carro. Joalin entrou no banco da frente.

— Joalin?
Eu perguntei meio em choque.

— O que foi? Eu fico com dor de cabeça andando no banco de trás.

Eu não respondi, fiquei meio indignado, e logo Any respondeu:

— Você é sem noção mesmo, ein? - Ela falava enquanto entrava no banco de trás junto de Savannah. - Não era você que o odiava?

— Falou correto, era. Ele está me levando para casa, agora eu amo ele.

— Ok, amar é demais.
Eu falei ligando o carro, enquanto a discussão continuava.

— Por que, Any? Você queria estar na frente?

— Não, Joalin. Diferente de você eu tenho noção. Sav deveria ir no banco da frente!

— Não suja o meu carro. - Eu falava para minha irmã que estava comendo o algodão doce. As duas garotas estavam gritando entre si, e Savannah me fazia caretas. - Vou limpar com a sua cara, estou te avisando. EI! CHEGA! - Falei pondo um fim nos gritos, eu já estava irritado. - Meu Deus, já deu. Joalin veio na frente, e logo vai descer do carro, está tudo bem.

— Obrigada por me defender, J.

— Não força a barra, Joalin.

— É! - Any falou concordando comigo. - Não força a barra Joalin.

Joalin não ficou quieta um segundo, ela conectou o telefone no carro e começou a cantar. Agora eu entendia o coitado do Noah.

— Estamos chegando?
Eu perguntei.

— Não sei.

— Joalin! - Eu falava com a loira. - Estamos indo para a sua casa!

— Ah, então é aqui mesmo. Muito obrigada pelo dia que passamos juntos galera, vejo vocês amanhã. Manda mensagem quando chegar em casa, Any. Vai que ele te sequestra...

E assim ela saiu deixando a porta do meu carro aberta, para que alguém fosse para o banco da frente.

— Passa pra cá, Any. - Falei a convidando. - Vai para sua casa?

— Acho que não tenho para onde ir. - Ela falou se sentando no banco da frente. - Você lembra o caminho?

— Se você quiser ir lá para casa, está convidada.

— Não sei...

— Você vai. - Savannah se posicionava. - Não tem escolha, ou vai por bem, ou vai igual a Joalin.

— Tudo bem, então eu vou.

*Any*

Parecia que quanto mais eu fugia, mais grudada nele eu ficava. Minha cabeça ficava dizendo: Resiste, resiste, resiste, resiste...
Não resisti. Como eu poderia resistir? Na minha cabeça eu estava tentando fugir, mas eu olhava para o meu lado, e via os cabelos louros, os olhos azuis, e o sorriso que ele me dava de vez em quando...
Foda-se.

— Nada mudou, a casa é a mesma.

— Eu tava pensando... - Eu falei enquanto Savannah trancava a porta da casa, e eu e Josh observávamos a sala. - Eu não conheço sua mãe, e você conheceu minha família inteira...

— Eu não quero falar sobre isso, além do mais, não temos mais nada. Não querendo parecer grosso, você sabe que eu te quero de volta...

— Não! Você tem razão. Eu só fiquei um pouco curiosa.

— Tá legal. - Sav falou passando no meio de nós dois, nos afastando. - Vamos ao meu quarto, Any.

— Normalmente você pergunta se a pessoa quer ir à algum lugar.

— Você quer ir.

— E o seu irmão?

— Ué, fica aqui na sala. Vem!

Eu fui puxada até o quarto da garota, enquanto Josh nos observava. Savannah entrou e fechou a porta. O quarto era bonito, a cama era de casal assim como a de Josh, tinha uma penteadeira que servia de escrivaninha, e um tapete felpudo. Me sentei na cama da garota, enquanto ela puxava a cadeira da penteadeira até a beira da cama.

— Bom... Me conta sobre ontem.

— Você quer saber como o seu irmão... Desculpa a palavra, transa?

— Por favor, não aja como seu tivesse dois anos. Não quero saber disso, quero saber dos seus sentimentos.

— Vou inverter a pergunta, como foi ontem? Esse chupão não apareceu do nada.

— Eu bebi, não muito. Eu tinha começado a beber pouco antes dele desmaiar, então não fiquei bêbada. Um cara apareceu, elogiando minha saia, conversando comigo, e eu gostei dele. Ele me levou para um canto e começamos a nos beijar, ele foi descendo pro meu pescoço, e foi descendo a mão dele também, mas, Joalin o afastou antes de que qualquer coisa além acontecesse.

— Eu não vou contar para o seu irmão, mas você não pode ficar se esfregando por aí. Você é muito nova, e o pior é que você faz isso com caras mais velhos!

— Você e meu irmão se esfregavam na minha idade, me contaram.

— É, e nós tínhamos a mesma idade, não uma diferença de seis anos.

— Eu te contei sobre ontem, agora é sua vez.

— Eu estava tentando fingir que superei seu irmão, mas no fundo eu sabia que nunca aconteceu. Ele estando perto de mim, me tratando do jeito que ele tem me tratado, só comprova cada vez mais que eu ainda quero ele. Josh me falou que quando estamos bêbados, não conseguimos esconder as emoções, e ele tem razão, eu não consegui esconder. Mas eu não quero nada sério, eu quero poder confiar nele novamente, sabe? Por sinal, está paquerando alguém na escola?

— Eu tenho ficado de olho em alguns meninos, mas nada ainda...

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