Teenage Dream

G-brielly

*Any*
— VOCÊ PRECISA PARAR COM ISSO. VOCÊ E MEU IRMÃO ESTÃO FICANDO LOUCOS!
— Porra, Savannah! Só você não enxerga o quão doentio isso é!

Josh e Sabina entraram no quarto, Sabina estava com os olhos e o nariz avermelhados, e com os cílios molhados, indicando um possível choro. Savannah estava em negação, não entrava na cabeça dela que o professor era um pedófilo.

— O que foi? - O Josh perguntou. - Por que minha irmã está gritando?
— Porque não entra na cabeça dela que aquele cara é um nojento!
— Ele não é! - A loira começou a defendê-lo. - Não, ele não é! Vocês estão implicando com ele desde o momento que o viram.
— Implicância? Você viu o jeito que ele te olha? - O irmão da garota começou a falar franzindo o cenho. - Você mudou completamente desde que as aulas começaram.
— Ou talvez você nunca me conheceu de verdade.
— Por favor, Savannah. - Ele falou revirando os olhos. - Posso não te "conhecer de verdade", - Ele disse sendo irônico. - mas eu conheço muito bem olhares maldosos.

— Saíam daqui. - A loira começou a ficar nervosa. - Andem! Saíam, eu não quero ver nenhum de vocês três aqui.

Todos estavam em choque, ninguém se mexia. A garota não estava nada normal, ela pegou a escova de cabelo que estava perto dela e começou a nos ameaçar:
— Eu estou falando sério. Eu vou jogar coisas em vocês. Saíam daqui. - Eu e Sabina começamos a recuar, mas Josh não se mexia, tentei pegar a mão do garoto, mas ele a arrancou de meu toque brutalmente. - Anda, Joshua. Não estou brincando.

Ele continuava a encarando, e então a garota cumpriu com suas palavras, acertando a escova no peito do garoto, e pegando seu caderno que estava próximo de sua mão. Na mesma hora, Josh ficou possesso, seu semblante mudou completamente.

Ele ficou completamente irado, tentando ir até a irmã, mas eu o puxei. Sabina no mesmo instante me ajudou a tirá-lo do quarto da garota, fechando a porta.

— Está louco?! - Eu falei ferozmente. - O que iria fazer com ela?!
— Não sei. Eu estava cego de raiva... Sei lá! Você viu o que ela fez?
— Você tinha que ter respeitado o pedido dela.
— Mas que porra. Você vai agir como se o errado da história fosse eu? A idiota que está caindo em um papo de um pedófilo é ela, e quem não aceita ajuda é ela! A única culpada da história é a Savannah.

— Não! Não mesmo. O culpado da história é aquele cara. Savannah é uma criança, eu entendo a sua raiva, e que você está completamente consumido por ela, eu também estaria em seu lugar. Mas descontar em Savannah não é uma boa opção, você só a afastaria.

— Any tem razão. - Sabina se manifestava. - E acho que a parte de não aceitar ajuda é de família, não é mesmo?
Saby falou se referindo a Josh, que sempre negava ajuda psicológica. O garoto ficou meio sem graça, mas nada demais.

*Josh*
Aquela garota era completamente louca. Ela simplesmente me tacou uma escova? Como ela não conseguia enxergar o quão tóxico e nojento tudo aquilo era? Como ela queria descontar aquilo em mim? Como se eu fosse o culpado, a única culpa que eu tenho nessa história é me importar com ela.

Respirei fundo e subi com as garotas até o meu quarto. Não tínhamos nada para fazer, e dessa vez, Sabina decidiu que assistiríamos um filme.

"Atração mortal", Saby era fã de musicais da Broadway, e eu sabia que esse filme tinha uma versão musical, afinal, minha melhor amiga cantarolava "candy store" o tempo inteiro.

— Esse filme deu origem ao musical, e se tudo der certo, iremos assistir o musical também.
— Aí não, Binoca. - Falei e a garota começou a me fazer caretas. - O filme até vai, mas o musical?
— Sem mais, nem menos. Vai ser divertido, eu prometo.

Eu estava no meio da cama, com Any ao meu lado direito, e Sabina decidiu entrar no meio de nós dois, e acabamos por ficar nessa posição. Na metade do filme, Saby estava cochilando, eu e Any decidimos ir até o banheiro, sem nenhuma intenção.

— Você está bem irritado, não?
— Você acha? Tem um jeito de me ajudar?
— Talvez...

A garota começou a me beijar, estávamos em um beijo acalorado, mal dávamos tempo para respirar, eu passeava minhas mãos pelas curvas da garota, principal na cintura. Enquanto ela passava as mãos em meu pescoço e deixando alguns arranhões nele.

— Vai ficar só me beijando, J?
— Achei que você estivesse no comando, G-brielly.
— G-brielly?

A morena deu risada e me beijou novamente, comecei a tirar a blusa dela, enquanto ela descia minhas calças, estava tudo indo bem, mas é claro que:

— Gente? - Sabina perguntou batendo na porta. - Vocês estão aí?
— Oi Saby, - Any a respondeu. - já estou saindo!

Começamos a nos vestir rapidamente, Any saiu do banheiro primeiro, se fazendo de sonsa. Sabina questionou onde eu estava, e Any falou que na cozinha, Sabina queria ir conferir, mas Any deu um jeito de enrolá-la.

Esperei alguns instantes e saí do banheiro, fui até o quarto e Sabina estava vidrada na televisão na beira da minha cama, dei a volta e me deitei ao lado de Any, sem que a terceira garota percebesse, afinal, nada mais importava, só o que o JD fazia.

— Não acha que eu deveria ir ver como a Sav está?
— Talvez ela só precise de um tempo para se acalmar, Any. Amanhã talvez ela esteja melhor.

Eu me sentia mal por estar deixando a Savannah sozinha, sabendo que ela não estava bem. Ela poderia não admitir, mas ela não estava bem. Eu me sentia o pior irmão do mundo, como se eu fosse o pior homem que já pisou na terra, mas eu sabia que ela precisava lidar com aquilo sozinha.

De qualquer maneira, ela não aceitaria minha ajuda, e meu medo era que eu me irritasse e falasse alguma besteira, ou fizesse alguma besteira. Então, preferi ficar quieto.